⚜️Proditor⚜️

872 118 324
                                    

Tradução: Traidor

•°⚜️°•°️⚜️°•°️⚜️°•°⚜️°•°⚜️°•°️⚜️°•°️⚜️°•°⚜️°•

"Todo mundo pode trair todo mundo."

- A rainha vermelha.

°•°⚜️°•°

Em meio ao caos do quarto destruído e da minha mente, as mãos do príncipe adormecido descansam em minhas costas formando um casulo, porém cheiro de lavanda e braços protetores não são capazes de afastar as lembranças amargas e a devassidão dos acontecimentos.

Estamos assim a algumas horas, ele meio deitado em minha cama e eu com a cabeça deitada em seu peito. Tentei dormir, mas sempre os pesadelos me atormentam ao ponto de me fazerem desistir. Seus batimentos me fazem companhia e observar seus belos traços um bom passatempo.

A cada minuto a ficha vai caindo. Meu pai está morto, minha mãe e Hendrik também, Luuk e as gêmeas estão presos e sofrendo. Eu os coloquei nessa situação. Eu os estou fazendo pagar o meu fardo. Eu sou a culpada por tudo isso.

— Eu disse que sou lindo pela manhã. — Octávio diz repentinamente com sua voz rouca me assustando.

— Um ponto para você, alteza. — retruco me desvencilhando de seus braços e me sentando na cama.

— Como está se sentindo?

— Péssima.

— Eu sinto muito mesmo, se você...

— Para. — interrompo — Eu não quero e não preciso de pena ou palavras bonitinhas. Tudo o que preciso é tirar a minha família das garras daquele filho da puta.

— E como pretende fazer isso?

— Vou dar um jeito de tirar John de trás daquelas grades e vou invadir o palácio durante a madrugada por uma das passagens mais antiga. Será fácil e eficaz.

— Ele deve ter dobrado a segurança e com certeza está esperando que apareça lá. Você não pode ir.

— Não só posso, como vou. — estou decidida. Em meio a bagunça procuro tudo que preciso para partir. O príncipe segura meu braço me forçando a escutá-lo.

— Isso é uma ideia suicida.

— Que ótimo. — é tudo que respondo, me soltando e voltando a preparar a minha bolsa.

— Eu não posso te deixar fazer isso. Pense direito Judith! — ele diz bagunçando os cabelos nervoso — Porra, e e seu reino? O Marti?

— Eu não dou a mínima para a droga do reino! - levanto minha voz — Eu nunca quis um para começar e o Marti ficará melhor sem mim.

— Mas... E eu? E todas as pessoas que se importam com você?

— Irá se livrar de um peso como eu e será livre.

Ele me olha com descrença, parecendo digeri o que acabei de falar. Essa é a verdade. Sou uma catástrofe, um explosivo que irá foder com a vida de qualquer um que se aproximar de mim. Meu pai, minha mãe, meus irmãos, não vai demorar para que Marti ou até Octávio sejam os próximos.

As coroas dos deusesOnde histórias criam vida. Descubra agora