Capítulo 1

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Chom

"Sr. Chom, o que você vai fazer com as coisas velhas e o baú grande?" A voz com sotaque do norte chamou minha atenção do esboço tosco em um pedaço de papel para ir até Lung Tanum. Um carpinteiro-chefe de Chiang Mai, sub contratado da empresa em que trabalho como arquiteto.

"O depósito está cheio?"

"Ainda está cheio, mas os itens no baú podem ser itens valiosos. Venha aqui por um momento, os trabalhadores querem abrir um buraco e seria mais sábio escutar a sabedoria de Khun Chom antes de fazer."

"Pode ter alguma riqueza? Deixe-me ver." Fechei o caderno de desenho, então saí do pavilhão à beira-rio ao longo das passarelas pavimentadas com laterais em gramados recém-irrigados.

Um vento seco sopra suavemente, o doce aroma agradável das flores de Frangipani que tocaram meu nariz. As flores brancas caíram na grama em pequenos pontos deslumbrantes. Na grama verde, abaixei-me, peguei uma flor, cheirei sua fragrância e coloquei-a no bolso. Se fosse no passado, esse tipo de árvore provavelmente seria plantada em templos e não nas casas das pessoas por causa de seu nome 'Luntom'¹ ser associado a má sorte e tristeza. Mas depois de ser renomeado para 'Leelawadee', ela começou rapidamente a ser usada, e de algumas centenas de árvores, passou a se ter quatro a cinco mil, virando uma árvore popular plantada em frente de todas as casas e resorts por toda a Tailândia.

Mas esta casa parecia ser uma exceção, porque aparentemente o dono original plantou a muito tempo. Não sei se ele tinha uma cabeça moderna ou simplesmente não se importou com as velhas crenças. Ou então estava sofrendo com o desgosto de um amor, ficando tão amargurado que teve que plantar árvores Frangipani no seu quintal como um lembrete.

Depois de caminhar do pavilhão à beira-rio ladeado por árvores luntom, através de um amplo gramado. Chegamos à residência, na nossa frente estava uma grande casa antiga que parecia ter centenas de anos. Uma casa de dois andares estilo Manila, misturada com arquitetura colonial. O chão da entrada é em alvenaria com arcos brancos, disposta como uma cobertura acima da passarela do andar térreo. O andar superior é de teca escura, quase preta e o telhado de quatro águas. O proprietário deve ter possuído uma boa reputação desde a geração de seu ancestrais para ter um terreno com uma casa grande junto ao rio Ping desta forma.

Eu atravessei o arco da entrada, subi as escadas do andar térreo até uma ampla varanda que circunda os dois lados da casa à sombra de um dossel. O revestimento de tinta nos pilares de madeira e as grandes molduras desbotaram com o tempo, mas a madeira permaneceu durável. Dois grandes e pesados baús repousam no chão da varanda. Havia um trabalhador por perto, esperando por instruções sobre o que fazer com eles.

"Vamos ver o que tem dentro. Se for ouro podemos dividir?" Perguntei ao entrar.

Puxei um grande chaveiro da minha cintura. O dono da casa depositou todas as chaves em um chaveiro para que eu possa usar, nele tem chaves da casa, do quarto e pequenas outras chaves usadas para abrir armário ou gaveta. Decidi tentar ver uma por uma, até finalmente encontrar a certa e abrir a tampa do baú. Então me surpreendo, pela caixa ser preenchida com várias molduras empilhadas. Cada moldura foi bem embrulhada em um pano, como se o dono o guardasse com cuidado. Abri o outro baú, olhei para ele e descobri que também estava cheio de molduras. Mas havia uma pequena caixa de madeira, mais ou menos do tamanho de uma longa caixa de lenços de papel, dentro do baú. A tampa superior é curvada para baixo e firmemente travada com um cadeado. Peguei para abrir, mas não havia nenhuma chave que servisse.

Coloquei a pequena caixa de madeira de volta no baú e o molho de chaves na cintura como de costume. Antes de pegar os porta-retratos, e observar cada imagem cuidadosamente.

I Feel You Lingerin The Air (PT/BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora