shervin e Jonathan (NÃO REVISADO)

lições

Shervin atirou-se com tudo em uma sebe alta que contornava os jardins do Campus. Ofegante, ele ergueu a cabeça com seus cabelos vivamente flamejantes. Ele observou com atenção o garoto que vinha logo a seguir.

Ele era alto e moreno, possuía um topete bem penteado. Suas roupas era tão limpas quanto as do Shervin era sujas e meio desajeitado, para falar a verdade Shervin era todo desajeitado, mas ainda sim conseguia ser incrível.

O garoto, desconhecido para Shervin continuou seu caminho em direção a escola. Shervin continuou a observa-lo, ele não sabia o significado de tudo aquilo, era como se ele fosse um programa de televisão interessantíssimo, apesar de Shervin não gostar muito de assistir.

Enquanto observava ele, o garoto deu uma leve virada de cabeça como se tivesse aquela sensação estranha de estar sendo observado ( o que era algo que realmente estava acontecendo), mas voltou sua atenção para o objeto que Shervin não deu atenção desde sua aparição, ele estava lendo um livro.

Shervin não gosta muito de ler livros, para falar a verdade odiava a ideia de ter que gostar de escrever e não ler nada, soava errado, no mundo das palavras, mas ele não se importava.

Quando o garoto desapareceu por trás das enormes portas de madeira da escola, Shervin se tranquilizou, ele não sabia o porquê, mas a ideia de olhar para ele deixava seu coração martelando, o que  seja que isso significasse, não era definitivamente nada importante.

- Por que estava me observando?

Para o grande horror do Shervin, o garoto, isso mesmo o garoto que ele estava observando a pouco tempo, e que...espera, ele não entrou na escola. Ou será que ele imaginou, bom isso definitivamente não importava. Shervin não conseguiu esconder um gritinho de susto.

- Eu...eu?! Ah quê? - disse meio abobado Shervin.

- Essa sebe não tem vida, certo? - perguntou o garoto, ele tinha uma voz estranhamente interessante como de um garoto calmo, para falar a verdade tudo nele era calmo.

Mas se de fato o garoto era calmo, o coração de Shervin era totalmente o contrário disso. Estava batendo fortemente.

- Eu eu eu não estava olhando para você...estava estava - ele repetiu a palavra "estava" enquanto observou algo que pudesse lhe ajudar. O garoto segurava o livro na mão, Shervin teve uma brilhante ideia - seu livro! Eu estava tentando ver a capa do seu livro, não estava olhando para você.

Ele deu uma risada. O garoto observou ele atentamente, em seguida ergueu o livro.

- Bom, esse é um bom livro. Comecei hoje.

- Posso ver?

O garoto entregou o livro, na prática, tocou sem querer os dedos de Shervin que estremeceu.

- Ahh..."Os olhos de um sonhador" - ele leu o livro com interesse.

- Como você se chama? - quis saber o garoto aparentando interesse.

Isso provavelmente aconteceria, mas Shervin não soube porquê logo naquele momento. Ele esqueceu o próprio nome.

- Eu eu eu me chamo, ai...

O garoto continuou observando como se tivesse paciência para esperar saber qual era o nome dele.

- Você não sabe como se chama? - o garoto parecia definitivamente está se divertindo.

Shervin virou de costas dramaticamente.

- É claro que sei! E qual é o seu?

- Jonathan - ele ergueu a mão e apertou a de Shervin - bom, ainda não sei como você se chama, essa é a forma mais estranha de conhecer uma pessoa. Todas as pessoas que conheci sabem seus próprios nomes.

- Eu me esqueci! - exclamou Shervin - esquecer as coisas são normais quando se está... Enfim. Aqui.

Ele entrou o livro de Jonathan que continuou a observar ele. Shervin agradeceu aos deuses do céu por o garoto não ter um ouvido sensível, pois o coração dele estava estrondoso.

- Bom, foi legal conhecer você. A gente se ver por aí.

- Conhecer bom também você foi - disse Shervin de forma errada, o garoto deu um sorriso e se retirou.

Shervin aprendeu uma lição apesar das aulas ainda não terem começado: esteja sempre preparado para falar com alguém que seu coração sempre palpita.

Quando as aulas começaram Shervin chegou atrasado. O que significa que todos os olhos bateram nele quando entrou na sala que sempre parecia cheia demais do que ele imaginasse que uma sala poderia ser. Ele sentou em qualquer lugar e sem querer tropeçou no pé de um garoto que olhou feio para ele.

A professora começou a falar sobre a aula de história e todos os conhecimentos importantes dela. Em meio aos seus devaneios adolescentes alguém bateu de leve nas costas do Shervin que se assustou e assustou alguns ao seu redor.

Ele olhou para trás e viu Jonathan. Ele estava alí! O coração de Shervin palpitou mais uma vez. Então o garoto entrou um pedaço de papel sorrateiramente para ele.
Apesar de não gostar de ler, pela primeira vez a leitura lhe pareceu chamativa, como se estivesse uma poesia em ler algo, mas naquele momento era só uma frase.

Jonathan: Então, já lembrou seu nome?

O garoto parecia interessado em saber como ele se chamava. Shervin soltou uma risada e escreveu o nome dele. Ele sentiu uma vergonha das suas letras feias, comparada aos do garoto, mas não se importou. Ele deu o bilhete.

Jonathan: Vamos para a biblioteca procurar livros, para ler?

A ideia de ir a biblioteca com aquele garoto que conheceu a pouco dias parecia mais que interessante. Ele escreveu um sim relativamente feio.

O garoto não mandou mais nada, o que deixou Shervin desapontado, a aula estava desinteressante demais para ter a atenção que merecia.

Quando a aula acabou, os alunos tinha cinquenta minutos antes de começar as próximas aulas. Shervin não sabia aonde ficava a biblioteca e o garoto, saiu das vistas dele sem que ele percebesse. Andando e andando tropeçou três vezes em seus próprios pés a procura da biblioteca.

Era frustante saber que a escola era grande demais, por que não poderia existir um só corredor ou um só cômodo de sala. Ele continuou a caminhar e para sua grande satisfação, encontrou escrito em grandes letras lustrosa "BIBLIOTECA". Shervin praticamente se jogou contra a porta e caiu dentro da sala silenciosa, onde uma manada de "shhhh" soou em seu ouvido como sibilo de cobra.

Ele entrou na elegante sala de livros de cores entediantes. O lugar tinha um leve cheiro de jornal velho e algo que lembrava coisa antiga. Shervin entrou em qualquer corredor e viu Jonathan, mas ele não estava sozinho. Tinha uma garota, ela com os olhos brilhantes, e ele não estava lendo (como o que Shervin supôs que se faz em uma biblioteca) ele estava acariciando o rosto da garota.

Shervin se retirou da sala. Outra lição que ele tinha que admitir que aprendeu era que pessoas desconhecidas tinham suas histórias, e Jonathan provavelmente tinha uma história com aquele garota. O coração de Shervin continuou a bater loucamente, mas por incrível que pareça não era de felicidade.