Capitulo 32

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- Tenho duas lembranças para lhe mostrar esta noite, ambas obtidas com enorme dificuldade, e creio que a segunda seja a mais importante que já recolhi. - Então - disse o diretor em tom ressonante -, na reunião desta noite daremos prosseguimentos á historia de Tom Riddler, que na ultima aula deixamos nos limitar de sua entrada a Hogwarts. Você lembrará como ele ficou excitado ao ouvir que era bruxo, que recusou a minha companhia para ir ao Beco Diagonal e que eu, por minha vez, o alertei contra a prática de furtos quando chegasse a escola. 

"Bem, chegou o incio do ano escolar e com ele veio Tom Riddle, um garoto quieto, com vestes de segunda mão, que se enfileirou com os outros calouros para a Seleção. Quase no instante que o chapéu seletor tocou a sua cabeça, ele foi colocado na sonserina.", continuou Dumbledore, indicando com a mão escurecida a prateleira acima da sua cabeça onde estava o chapéu seletor, antigo e imóvel. "Não sei em que momento Riddle soube que o famoso fundador da casa era capaz de falar com cobras, talvez naquela mesma noite. Este conhecimento só pode tê-lo alvoraçado e incentivado o seu senso de importância"

"Contudo, se estava assustando ou impressionando os colegas da Sonserina com demonstrações de ofidioglossia na sala comunal, os professores de nada souberam. Ele não manifestava nenhum sinal de arrogância ou agressividade. Sendo um órfã talentoso e muito bonito, é claro que atraiu a atenção e a solidariedade dos professores quase na hora em que chegou. Parecia educado, quieto e sedento de saber. Deixou praticamente todos bem impressionado."

- O senhor não contou a eles como era o Tom quando o conheceu no orfanato? - perguntou Harry.

- Não, não contei. Embora ele não tivesse demonstrado o menor remorso, era possível que estivesse arrependido pelo seu comportamento anterior e resolvido a virar a pagina. Preferi lhe dar essa oportunidade.  

Dumbledore fez uma pausa e olhou curioso para Harry, que abrira a boca para falar. Ali estava novamente a sua tendencia a confiar nas pessoas, apesar dos indícios avassaladores de que não mereciam a sua confiança! Mas Harry então se lembrou de uma coisa...

- Mas o senhor não confiava nele realmente, não é? Ele me disse... o Riddle  que saiu daquele diário disse: "Dumbledore nunca pareceu gostar tanto de mim quanto os outros professores."

- Digamos que eu não pressupus que ele fosse confiável - respondeu Dumbledore. - Conforme mencionei, eu tinha decidido vigia-lo de perto, e foi o que eu fiz. Não posso fingir que, a principio, tinha conseguido grande coisa com as minhas observações. Ele era muito reservado comigo; percebia, sem duvida, que, na missão de descobrir sua verdadeira identidade falara demais. Cuidava-se a não tornar a revelar tanto, mas não podia retirar o que deixara escapar em sua empolgação nem o que o sr. Cole me confidenciara. Tinha, no entanto, o bom-senso de jamais tentar me cativar como fazia com tantos colegas meus. 

"A medida que progredia na vida escolar, ele foi reunindo ao seu redor um grupo de 'amigos dedicados'; eu os chamo assim, na falta de um termo melhor, embora eu já tinha mencionado que inegavelmente Riddler não sentia afeto por nenhum deles. O grupo exercia uma espécie de fascinação sombria no castelo. Era uma coleção variada; uma mistura de frascos em busca de proteção ambiciosos em busca de compartilhar sua gloria, e violentos que gravitaram em torno de um líder capaz de ensinar formas mais requintadas de crueldade, Em outra palavra, eles foram os percusores dos Comensais da Morte.

"Cntrolados com rigor por Riddler, nunca foram apanhados agindo mal abertamente, embora os sete anos que passaram em Hogwarts tivessem sido marcados por numerosos incidentes desagradáveis a que eles jamais foram comprovadamente ligados, entre os quais a abertura da Câmera Secreta - sem dúvida, o mais sério deles - que resultou na morte de uma garota. Hagrid, como você sabe, foi injustamente acusado desse crime.

Hinny de Outro Universo Onde histórias criam vida. Descubra agora