Terra Baixa - O Herdeiro Desconhecido de Westell

A história

No início dos tempos, quando os deuses da Terra Alta ainda viviam no planeta, a paz e harmonia prevalecia entre todas as raças. Os elfos, gigantes, centauros, anões e homens confraternizavam juntos, sem maldade ou ganância. Não havia fome, não haviam guerras, não havia nada que os fizessem virar-se uns contra os outros. Era o paraíso prometido pelos deuses criadores, Neia e Nio.

Porém os homens, como se multiplicavam mais rápido que as demais raças, foram gerando diferentes tipos de pessoas, consequentemente diferentes tipos de personalidades, estas mais gananciosas, soberbas e egoístas. Alguns vinham criando pensamentos de cobiça, almejando cada vez mais espaço, outros sentiam-se superiores perante as demais raças. Este sentimento também afetavam os outros com quem dividiam suas vidas e terras, como os anões, quem foram os primeiros a não abaixarem suas cabeças, mas o orgulho e soberba também lhes tomaram a cabeça, auto afirmando serem os mais poderosos em um confronto, o que gerou contradição com a pureza dos elfos, que os enxergavam como destruidores implacáveis da cultura e da vida. Na maioria dos corações, sentimentos cruéis e desejos egoístas transformavam todos, e com o passar de sóis e luas nações inteiras foram sendo transformadas.

Era o mal que Logas, o deus da morte, trazia para o planeta.

Os deuses deixaram as raças se resolverem e subiram para a Terra Alta, seu lar, onde passaram grande tempo lutando contra Logas e sua horda de criaturas das sombras. E quando finalmente os prenderam, perceberam que as raças não haviam se entendido e resolveram dar-lhes mais terra. Em outros lugares do planeta, secaram águas e criaram lugares, formando assim outros continentes, misturando raças em todas elas. Mas centraram a população maior em um único lugar, onde posteriormente seria chamada de Tydalia.

Embora Logas e sua horda tivessem sido banidos para uma prisão noutra dimensão, a maldade que o deus implantara nos corações dos seres viventes permanecia e avançava com o tempo. Reinos se ergueram e foram liderados por homens cruéis, estes iniciaram guerras e destruíram lares. Era finalizar uma guerra, para que outra se iniciasse, era um inimigo cair para que outro se erguesse. Morriam uns, mas nasciam outros tão piores quanto. E a paz parecia ser algo tão inalcançável quanto os próprios deuses.

Decididos a não se envolverem mais nos confrontos dos mortais, os deuses fizeram uma última façanha. Uma família de homens bondosos e puros era a última esperança para que a paz fosse restaurada. De outro lugar no meio das águas do planeta, um casal e seus companheiros de vida navegaram a procura de uma terra mais fértil sem saberem da missão dos deuses pare eles, navegaram por muito tempo até chegarem na costa de Tydalia em uma jangada quase destruída pelas ondas destrutivas do Lincca Hostil, oceano que banhava as margens do continente em guerra.

A lenda conta que ao chegarem na praia, os navegantes se depararam com diversas árvores frutíferas carregadas com seus frutos, e com tais frutos saciaram a fome de todos. Teya e Onor de Versalhes, o casal que os deuses haviam enviado, estavam esperando um filho, que dariam o nome de Abastor Lupu. E como na lua em que chegaram à praia, pouco tempo depois, ele nasceu cheio de saúde, mas com um detalhe que não havia sido herdado de nenhum dos pais. Os cabelos da criança eram completamente brancos.

Teya era fiel à deusa Neia e afirmava tê-la visto em sonho diversas vezes quando vivia em sua terra natal, e através de seus relatos o casal teve a certeza de que Abastor tinha um propósito maior naquele lugar, algo que somente os deuses tinham em mente.

Os anos se passaram e o grupo ainda não havia feito contato com nenhum outro habitante, viviam somente eles. Teya e Onor morreram, Abastor casou-se com uma moça chamada Ade, filha de Baye, irmã de Onor, com Savior, quem aparentava ser o líder do grupo. Com ela teve sete filhos, quatro homens e três mulheres. Apenas quatro deles nasceram com os cabelos brancos. Abastor os dividira, chamando os filhos com cabelos como o teu de Lupu de Versalhes, excluindo o Lupu daqueles que não possuíam os cabelos de mesma cor.