cena bônus.

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PELA PRIMEIRA VEZ EM MUITO tempo, a mente dele parecia uma espécie de TV estática

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PELA PRIMEIRA VEZ EM MUITO tempo, a mente dele parecia uma espécie de TV estática.

Spencer achou que talvez fosse uma coisa boa ele não conseguir pensar. A única coisa na cabeça dele era um choque entorpecido em vez da agonia que parecia torturá-lo com os flashes dela deitada ali, com um ferimento a bala no peito.

Se ela estivesse ali, iria infernizar ele por estar lá fora nesse frio.

Ele estava tão perdido em seus pensamentos que nem percebeu Mina se aproximando, até que ela se sentou ao lado dele no banco e lhe ofereceu um cigarro.

Spencer nunca tinha notado isso antes porque elas não eram exatamente iguais, mas qualquer um que estivesse prestando atenção poderia dizer que elas eram irmãs. Os mesmos gestos, os mesmos movimentos corporais, a mesma postura mesmo quando estavam sentadas; costas retas, olhos para a frente.

"Foi a minha mãe que ensinou eu e a Mina como andar de salto." ela havia dito a ele uma vez, "Como se sentar, como andar, como fazer qualquer coisa. Às vezes é como se olhar no espelho."

"Encontrei no apartamento dela." ela disse com uma voz rouca, a voz ainda fraca por causa dos soluços, e Spencer parou por um momento antes de pegar um cigarro do maço que ela segurava e virar o cigarro na mão.

Era uma maneira estranha de se sentir mais perto dela, mas neste ponto ele aceitaria qualquer coisa.

"Por que você não está lá dentro?" Spencer perguntou lentamente e Mina deu de ombros.

"Não posso ficar lá." disse ela, "Cheira a..."

Morte. Desespero. Dor.

"Um hospital." disse Mina, "Eu odeio pra caralho hospitais."

Spencer enxugou os olhos, tentando engolir o nó na garganta.

"É minha culpa."

Mina se virou para olhar para ele, "Hum?"

"Eu deixei ela na linha de fogo." a frase deixou os lábios dele apressadamente, "Eu- quando eu a vi pela primeira vez, eu a abracei. Eu deveria ter garantido a segurança dela primeiro, eu deveria- eu deveria ter considerado a possibilidade de um atirador, nós ouvimos tiros antes de chegarmos lá, eu deveria saber que poderia haver alguém na floresta além dela-"

"E eu deveria ter ficado de olho nela na noite passada." Mina o interrompeu, "Confie em mim, por mais tentador que seja culpar você agora, eu não posso. Todos na sala de espera se culpam, você não é o único."

Spencer tentou ignorar a coceira no fundo de sua mente e esfregou o braço logo acima da veia, bem onde ele podia-

Não.

"O coração dela parou duas vezes." ele murmurou, "No caminho para cá, no helicóptero."

Mina desviou os olhos, piscando para conter as lágrimas antes de acender um cigarro.

"Estive pensando," disse ela, soltando a fumaça, "O que vou dizer a Lily?"

"Ela ainda está na O.R." Spencer se forçou a dizer, desesperado para se convencer junto com ela, "Ela não está-"

Morta.

Ele não teve coragem de dizer isso, ele apenas agarrou o braço com mais força, cerrando os dentes.

"Eu sei." a voz de Mina era quase inaudível, "Mas eu não consigo parar de pensar nisso. Se eu... se ela não conseguir, sabe? O que eu vou dizer? Nunca tivemos essa conversa porque não precisávamos, ela também-" ela fez uma pausa e Spencer franziu a testa.

"O que foi?"

"Lily tem cinco anos."

Mesmo com a dormência, a mente de Spencer conectou as peças.

"O treinamento de John." ele murmurou, "Começou quando ela fez cinco anos, certo? Ela- ela me disse isso."

Mina girou o cigarro entre os dedos, "Aposto que o meu pai não achou que era muito cedo para o discurso da morte, não é?" ela murmurou, "Jesus Cristo, isso é uma porra de ironia. Naquela época, eu não consegui proteger a minha irmã disso, agora eu não estou conseguindo proteger a minha filha."

"Não é sua culpa." Spencer conseguiu dizer, "Se algo- ela não tem- ela não culparia você. Lily também não."

"Lily vai perguntar onde está a tia dela." Mina disse, "E o que eu vou dizer? Que alguém atirou nela e não temos certeza se ela vai acordar ou não? Como você explica isso para uma criança de cinco anos?"

Spencer fungou e deu um suspiro trêmulo.

"Como você explica isso para si mesma?" ele perguntou e Mina o encarou por alguns segundos, depois deu uma tragada no cigarro.

"Como você explica, na verdade?" ela murmurou.

"Como você explica, na verdade?" ela murmurou

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𝐓𝐖𝐈𝐒𝐓𝐄𝐃 :: 𝗌𝗉𝖾𝗇𝖼𝖾𝗋 𝗋𝖾𝗂𝖽 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora