Capítulo 4 - casa girassol

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 Os pássaros cantando ao lado de fora da grande casa Johnson - que Anthony havia nomeado como a casa girassol, pelas cores e o modo como eram divididas ao longo da construção -, estava a irritar o quarteto, que sentia a cabeça preste a explodir. Mesmo com a cabeça explodindo e o corpo completamente dolorido, todos fizeram esforços para abrir os olhos e analisar onde estava, torciam para que fosse suas casas, por mais que o canto de passarinho era algo anormal em seus apartamentos.

Diferente dos Johnson e Wiseman, que após verem que estavam em 1874 voltaram a dormir, pois a realidade era difícil de se aceitar, principalmente com a ressaca que se encontravam, Morris e Zafón levantaram para cumprir suas obrigações.

David nunca havia sido tão religioso, participava de algumas missas quando sua avó o chamava, porém não era um frequentador nato, entretanto, não estava reclamando do que estava vivendo, por mais que preferisse sua vida normal e seu belo restaurante, estava gostando daquele lugar também. Passava grande parte do seu dia na cozinha do convento, se divertia com as poucas freiras que apareciam por ali, elas sabiam fazer piadas divertidas e gostavam de relatar como havia sido a missa pela manhã. A única parte de seu dia que o incomodava, era os momentos de confissões, onde ele precisava ajudar o outro sem julgar qualquer atitude. Céus, ele estava louco para socar cinco homens pelos seus atos, porém não podia mover um único dedo contra eles e isso o irritava tremendamente.

Enquanto David evitava socar os homens, Kevin não poupava as mãos nos rostos alheios. O Zafón nunca fora de briga, sempre preferiu a conversa do que a violência, entretanto, naquele lugar tudo era resolvido com socos e ele não ficaria para trás, que seus pais lhe perdoassem pelas suas atitudes.

- Creio que o nariz dele esteja quebrado - Odette comentou, vendo o sangue jorrando pelo nariz do homem caído no chão.

- Não é problema nosso.

- Tem razão, não é problema nosso - A ruiva bufou, passando por cima do homem caído e continuando seu caminho. Diferente de todos aqueles homens que a cercavam e que Odette considerava como sua família, ela não costumava arrumar brigas à toa, claro, que já havia socado mais rostos do que poderia se lembrar, entretanto, achava desnecessário o que os rapazes faziam, gostava de mostrar sua força quando necessário. - Sabe o que também não é problema nosso, porém está tirando meu sono?

- Creio que você me dirá - Kevin respondeu, ganhando um leve tapa da ruiva. O Zafón podia afirmar com toda a certeza de que aquela mulher era a melhor parte de todo o teatro que estavam vivendo, era como uma irmã mais nova que ele nunca teve.

- Os Johnson.

- O que tem eles?

- Não sei, estavam... diferentes? Tem algo com o Jason Johnson.

- E o que te faz pensar isso? - Kevin questionou, mesmo tendo uma certa noção do que a fizera chegar aquele raciocínio.

- Ele estava possesso com o duque e com a decoração de Bryana, além de me encarar a noite inteira - Odette fez careta, arrancando uma gargalhada por parte de Kevin. - Não ria, estou a falar sério.

- Sei que está, no entanto, não deixa de ser divertido.

- Você é patético Zafón.

Kevin negou com a cabeça, Odette era a cópia de Anthony. O rapaz seguiu junto a ruiva pela cidade afora, precisavam coletar os impostos daquele mês e quem sabe, eles não tivessem a sorte de trombar com os Nurse, afinal, eles tinham uma grande dívida a pagar e Zafón faria questão de cobrar.

- Se você não se levantar agora irei lhe tacar um balde de água - A voz de Jasper despertou rapidamente Wiseman.

- Deixe-me em paz - Anthony pediu, deitando-se novamente sobre a cama.

1874Onde histórias criam vida. Descubra agora