Capítulo 11

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De todos os reinos que compõem Auradon, a Germânia e a Província Encantada, eram os que tinham um relacionamento mais próximo. Apesar da distância entre os reinos, suas leis e regras estavam frequentemente em contato constante e eram visitantes frequentes dos palácios umas das outras. Então, não foi surpresa alguma para os funcionários verem Cinderela visitando Branca de Neve, naquela tarde. As duas rainhas estavam sentadas a uma mesa que havia sido colocada em um dos pátios elevados que dava para os jardins de flores do palácio. Era um dos lugares favoritos de Branca para se sentar, quando precisava relaxar ou entreter um ou dois convidados.

— Então, a quê devo essa visita inesperada? — Branca sorriu ao tomar um gole do chá, enquanto as empregadas traziam um lanche leve para as duas.

— Ei? — Cinderela perguntou enquanto arrumava seu guardanapo. — Não posso mais visitar minha melhor amiga?

Branca assentiu com a cabeça em concordância, assim que ambas começaram a comer. À medida que a refeição progredia, elas tiveram uma conversa do tipo usual, sobre questões acontecendo em seus respectivos reinos, questões pessoais e questões sobre suas famílias. Foi quando elas estavam se aproximando do final da refeição que a verdadeira questão da visita ficou clara.

— Então, Branca — Cinderela iniciou, com sua voz se tornando levemente mais séria. — Sinto que devo dizer-lhe que uma certa legislação real foi entregue a Encantado e a mim há alguns dias, pelo rei Ben.

— Mesmo? — Cinderela assentiu. — Obrigada por me contar, mas não era necessário. Eu já sabia que iria acontecer.

A expressão no rosto de Cinderela se tornou em puro choque.

— Então, devo presumir que a legislação foi ideia sua?— Branca inclinou a cabeça, dando a entender a ela, que aquilo era um sim. — Você realmente quer dar a uma jovem da Ilha dos Perdidos, um título real? 

— Não dar; mas sim, restaurar.

Cinderela olhou de volta para a amiga, tentando decidir como reagir a isso. Branca era uma de suas amigas mais próxima e querida. Para Cinderela, Branca era mais do que apenas uma companheira da realeza, ela também era, apesar de ser cinco anos mais jovem, a pessoa que havia ensinado a ela como ser e agir como alguém da realeza, guiando-a quando tropeçava enquanto ela aprendia os costumes da sociedade real.

— Não dá para restaurar o que ela nunca teve. — a loira finalmente falou.

— Na verdade, como Rainha, tenho quase certeza de que posso. — Branca respondeu, em tom um pouco arrogante.

— Se ela tivesse sido destituída de um título, daí sim, mas Evie não foi destituída de um.

— A nossa mãe foi, antigamente —

— Sua madrasta não é reconhecida como Rainha. — Cinderela a interrompeu asperamente. — Isso significa que a Evie não é, uma princesa.

— Então é assim? Porque eu acredito que ela seja. Ela com certeza se comporta como uma, muito mais do que a maioria das princesas daquela escola.

— Acredito que metade disso seja verdade. Também tenho certeza de que talvez existam garotas que não são da realeza e que também se comportam melhor, mas também nem por isso recebem títulos. — a mulher inclinou o queixo.

— Porque está trazendo este assunto dessa maneira? — Branca perguntou, confusa com o comportamento da amiga.

— Porque eu só quero ter certeza de que, nessa tentativa de se reconciliar com sua meia-irmã, você não tome uma decisão drástica que possa afetar o resto de nós?

Eu sou sua irmã?Onde histórias criam vida. Descubra agora