Por quanto tempo ele esperaria? Dias? Semanas? Meses? Ou anos?
Katsuki não fazia ideia de quanto tempo poderia ser, só sabia que a cada dia que se passava, seus sentimentos por Izuku Midoriya só ficavam mais fortes do que nunca.
Quando de se pensava em amor, a primeira coisa que o loiro pensava era no quanto a vida poderia ser uma merda e a mais completa bagunça que alguém já tenha visto. Pensar no esverdeado fazia o coração daquele garoto palpitar em excitação. Imaginar ele ao seu lado com aquele sorriso fodidamente perfeito era a melhor forma que Katsuki poderia começar as suas manhãs.
Agora ele estava sentado na varanda do dormitório e esperava que Midoriya aparecesse depois do mesmo ter ido na casa de sua mãe. Inko muitas vezes suspeitou que o sobrinho sentia alguma coisa pelo seu filho, mas nada foi confirmado até o dia de hoje. Ele queria contar o que realmente sentia para o esverdeado e torcia para que fosse o menos grosseiro possível.
Seria engraçado pensar que antes ele odiava Midoriya do fundo de sua alma. Mas na verdade ele nunca o odiou, muito pelo contrário, se pudesse arriscar diria que o amava desde que eram crianças. Mas não podia falar, seu orgulho não permitia tal façanha. Para ele era mais fácil desistir de ser o número um do que simplesmente se declarar para Izuku...Deku...seu Deku.
É isso mesmo. Ele era dele. Sempre foi.
Mas o que atraia tanto no garoto? Suas sardas? Seus cabelos esverdeados bagunçados? Seu sorriso gentil? Ou forma que ele sabia deixar Katsuki louco e completamente apaixonado?
Ele não sabia se Izuku fazia de propósito, mas todas as vezes que falava com ele o garoto sorria inesperadamente. O sorriso era como uma flechada em seu jovem e imaturo coração, e ele se culpava por Midoriya não saber o quanto isso mexia com ele. Ver o amigo todos os dias conversar com Todoroki ou com qualquer outra pessoa o fazia sentir inveja. A última vez que tiveram uma conversa como amigos foi a três meses atrás durante uma tarde de estudos.
Nesse dia Katsuki se descuidou e muito, por milhares de vezes ele errou em querer fisgar o esverdeado dentro de seu quarto. Quando Izuku entrou pela porta, os seus olhos brilharam em excitação mas teve de conter a alegria se não quisesse ser descoberto. E vcs acham que Katsuki não sentiu mais nada naquela tarde de outono? Aí que se enganaram completamente, agora que as coisas vão começar a esquentar de verdade.
Enquanto Midoriya abria o livro de Biologia, Katsuki havia parado para respirar um pouco no banheiro. Estava suando, com a boca seca e os dentes rangendo em nervosismo. Ele não podia se esconder para sempre do amigo. Mas era impossível encarar Deku agora no estado em que estava. Ele só... não queria machucar quem gostava por algum motivo bobo demais para ser verdade.
Ainda precisou ficar uns cinco minutos a espera de um milagre mas teve que reagir quando Midoriya bateu na porta com uma voz preocupada.
- Kacchan está se sentindo bem? - perguntou.
Ele precisava sair imediatamente antes que o esverdeado começasse a estranhar suas atitudes, e o fez no minuto seguinte, mas se arrependeu amargamente.
Quando deu de cara com Izuku, seus olhos se cruzaram de forma mágica. O loiro nunca havia sentido aquela sensação e pedia a Deus ou qualquer outra divindade que o estivesse vendo naquele momento o ajudasse. O olhar curioso e ao mesmo tempo envergonhado fez Bakugou acender uma espécie de fogo dentro de si. O desejo de tê-lo para si aumentou rapidamente naquele momento.
Izuku não parecia muito diferente de Katsuki. Seus lábios entreabertos indicavam o quanto ele parecia hipnotizado com o olhar dominante dirigido a ele. Os olhos verdes cintilantes eram como esmeraldas na mais escura das cavernas. A pele alva e pálida transparecia a pureza de ainda não ter sido violada uma única vez sequer. O cachos esverdeados brincavam com a brisa trazida do lado de fora.
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Muito além do que simples rivais
RomanceUm dia Katsuki percebeu que estava apaixonado por Midoriya e gostaria que o garoto correspondesse os seus sentimentos.