Poesias de Um Conquistado Barato

Negro coração

Meu negro coração
Flerta com os breus sentimentos
Estou pacífico com a verdade
A morte causa muitos pensamentos...
É dura a maldade.

Estava na hora de também ver o mundo
Ver além dos contos de fadas
E foi nesse mundo
De escassa esperança
Que brilhava o sol
E não mais minha alma de criança.

Brilhava o mundo
Em solene momento
Ofuscava o profundo
E marcava o fundo sentimento.

Apaixonei-me fortemente
Pelo mundo e pela razão
Agarrei-me às trevas descobertas
Debaixo dos lençóis da ilusão.

Como se tornou forte o meu sentir
E é confusa a compreensão
Já não sei se raciocino bem
Ou se só falo por emoção.

Como tanto me grudei às sombras?
Uma negra alma sente tal atração?
E a luz, por onde se esconde?
Por que escrevo essa fria confissão?

É ironia do destino
Escrever sobre a luz do céu
E logo reviver minha alma escura
Que à morte se tornou fiel.

Mesmo no aceitar ainda nego
E se eu escrevo tanto sobre a morte
É porque foi dura a verdade
E ainda sinto tal verdade forte.

Fora do meu sono
Onde os sonhos reinaram
Vi que as coisas passam
E logo as alegrias se apagaram.

Fora de meu coração romântico
Que ansiava por forte viver
Mostrou-se o frio mundo
E fracamente ansiei por morrer.

Eu sou um conquistado barato
Que escreve palavras ao vento
Que se apaixona por ninguém
Mas se queima por forte sentimento.