O reencontro

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Eu precisei partir e deixá-lo mas não porque eu quis e sim porque queria que sua relação com sua filha permanecesse, não era justo que ele perdesse a filha por minha culpa, por ter chegado em sua vida e mudado tudo.
Eu o amo, o amo como nunca amei ninguém em toda minha vida. O amo com todas as minhas forças e exatamente por amá-lo precisei partir, colocando o bem estar dele acima do meu. Ele é o homem da minha vida, tive certeza disse-o desde que o vi pela primeira vez após ele me salvar. Meu coração estava destruído, eu estou destroçada, não foi fácil partir, doeu tanto em mim, chorei até perder minhas forças deitada naquela cama de hotel, abracei minhas pernas tentando buscar forças que eu precisava, mentalizando o porquê de ter ido para que o melhor fosse feito, pelo menos era o que eu achava.
Ouvi meu celular vibrar diversas vezes, mensagens chegar mas decidi não responder ninguém, precisava ter esse tempo sozinha, entender tudo que aconteceu.
Quase um mês se passou desde que eu saí da vida do homem que amava porém havia chegado uma carta direcionada a mim, de minha filha Nikki, meu coração acelerou, decidi então ler o que ela havia dito.

"Super mãe,

Entendo que queira ficar sozinha e sem ser interrompida por ninguém para pensar melhor em qual decisão tomar mas por favor volte. O Arriaga está destruído com sua partida, ele havia se trancado em seu sítio é apenas hoje ele abriu a porta para mim, ele estava péssimo, dizia para que eu implorasse para que você voltasse para ele pois ele não suportaria mais viver sem você. Ele está magro, depressivo e não para de chorar porque você decidiu ir embora e deixá-lo, ele não para de repetir que você o deixou se afundar na tempestade sem ajudá-lo a vencer os obstáculos para vencer o amor de vocês.
Eu a amo mamãe, mas não pode continuar tão longe do homem que você ama, venha lutar pelo seu amor, não cometa novamente o mesmo erro do passado quando deixou Carlos o seu "amor da adolescência" e se casou com meu pai apenas porque o vovô queria, então volte enquanto é tempo e reconstrua o amor de vocês independente dos obstáculos. Sinto sua falta.

- De sua filha, Nikki."

Lágrimas escorreram em meu rosto compulsivamente, foi então que eu percebi que tentando fazer o certo, fiz o errado, destruí o homem que amo, o homem que me deu o céu, o mundo e me mostrou que eu era muito mais que uma mulher traída, ele me mostrou que apesar do que o Nelson havia me causado, eu tinha valor e ele me mostrava isso todos os dias, ele me provava seu amor todos os dias, em cada detalhe.
Arriaga, transformou minha vida desde que chegou nela, eu precisava voltar, precisava curar as feridas que eu causei ao homem que amo.
Imaginei como Arriaga estaria após um mês de nossa separação, juntei rapidamente minhas coisas, arrumando novamente as malas, horas depois, me encontrava dentro do avião, indo em direção ao amor da minha vida novamente, não deixaria que nada me separasse novamente dele. Como ele estaria? Ele me aceitaria de volta? Ele me perdoaria? Medo, arrependimento, era exatamente o que eu estava sentindo agora. Se eu o perdesse, meu mundo desabaria. Cheguei de madrugada na porta da casa de Arriaga, ou melhor, do seu pequeno sítio, bati algumas vezes na porta e ouvi-lo dizer "não quero receber ninguém", sua voz embargada pelo choro imaginei.
- Sou eu, meu amor, sua Victoria. - disse por trás da porta.
- Victoria? É você amor? Você voltou para mim? - ele me respondeu chorando, abriu a porta me abraçando.
Ele estava magro, pálido e provavelmente bastante fraco. Meu coração doeu, me senti culpada, pela forma como ele se encontrava.
- Voltei por você, meu amor, me perdoe. - disse chorando.
Entramos, me sentei com ele no sofá enquanto chorávamos nos olhando, ele me olhava com tristeza e seus olhos não tinham mais o brilho de antes, seu sorriso já não estava em seu rosto.
- Você se foi e por pouco eu morri - disse com a voz embargada - Eu te amo, te amo, não vai mais embora, não me deixe mais. - ele me abraçou, mais uma vez me senti culpada.
Observei sua casa, ele certamente estava bebendo devido as garrafas em cima da mesa de centro, uma foto minha estava ao lado de um copo de bebida que ele estava bebendo. Meu coração doía.
- Não vou mais embora, meu amor. - o beijei - Eu te amo! Te amo como nunca amei ninguém.
- Porque você se foi? Porque me destruiu assim? - ele disse após meu beijo, se afastando.
- Sei que deve está magoado, machucado ou até mesmo revoltado com minha ida, mas eu precisava ir entende? Precisava de um tempo sozinha para entender o que aconteceu. Sua filha me procurou, pediu que eu me afastasse de você para que ela voltasse para sua vida, eu não poderia te privar de ficar longe dela, não poderia te impedir de viver com sua filha novamente.
Eu te amo, José Ângel - sorri em meio as lágrimas - Você é a minha salvação, a cor dos meus dias e o meu amor, eu não consigo mais viver longe de você, viver longe de tudo que construímos. Já vencemos tantos obstáculos até aqui, sei que podemos vencer os próximos, me perdoa, me perdoa por ter tomado essa decisão sem antes falar com você, sem decidimos juntos o que é melhor para nós. - disse o olhando nos olhos.
- Você não deveria ter ido sem antes conversarmos, Victoria - disse irritado - Vou falar com minha filha amanhã mesmo, Liliana não deve se envolver na minha vida dessa maneira - suspirou passando as mãos no rosto nervoso - É claro que te perdoo, eu amo você meu amor, por favor, não se vá mais, não me deixe - disse olhando-me.
- Não vou me separar de você, nunca mais, José Angel. - sorri.
Nos beijamos intensamente, matando toda saudade que sentíamos, José Ângel puxou meus cabelos como costumava fazer, me deixando arrepiada diante seu gesto, estava excitada, ele deixou meus lábios após mordê-los, começando a beijar meu pescoço, nesse momento eu já estava em seu colo, sentindo suas carícias. - Obrigado por ter voltado para mim, pros meus braços, para nós. - ele disse sussurrando em minha orelha, a qual mordisquei - Eu amo você, amo estar em seus braços, amo estar com você - o respondi, beijando-o novamente.

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