Londres e seus perigos

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Jaebeom havia me dito que atracariamos no porto de Southampton há três dias atrás. Algo dentro de mim dizia que algo de muito errado estava para acontecer, e tudo que eu conseguia pensar, era no pior. Quando alguém como eu, sem conhecimento algum sobre o mar e velejo, encontra-se numa situação de arrepiar os pelos, tudo que eu pude pensar é: "eu vou morrer aqui".

Após passar dois dias em meio a chuva violenta e o mar pior do que tal, outros dois dias foram gastos para algumas reparações do navio. Jaebeom estava impaciente na sua cabine, quase fazendo um buraco no chão de madeira. Os seus planos tinham ido para o buraco após a gigantesca chuva, fazendo com que nos atrasasse para atracar no porto.

Todos pareciam estar acostumados e apenas eu orando para Deus tirar a gente daquela situação. Bambam e Youngjae eram as pessoas que mais passavam tempo comigo, sendo assim, nos dias da tempestade, os dois passavam a maior parte do tempo contando histórias que os dois viveram juntos por esse mundo.

Todas as vezes que isso acontecia, Jaebeom, que tinha um sorriso discreto em seu rosto, passava a maior parte do tempo fingindo que não via nada. Aparentemente apenas eu tinha percebido isso, pois os outros dois continuavam com suas histórias animadamente e sem nenhuma preocupação. Tudo isso tinha me chamado atenção, eu queria saber mais, mas nunca tinha abertura.

Até que tudo isso passou e finalmente chegou a nossa hora de sair do barco. O céu finalmente tinha um sol escaldante no topo, todos pareciam animados e falavam quase gritando sobre coisas que eu não conseguia entender.

— Escutem todos! — Jaebeom gritou e todos pararam de falar.— Todos sabemos que aqui não é um lugar que somos bem-vindos, portanto, metade ficará aqui vigiando o navio. Eu e os outros comandantes iremos fazer uma visita a alguém muito importante, sendo assim, espero que ninguém arrume confusão na cidade. Podem ir.

Com isso, todos começaram a se mexer. Alguns conversavam animadamente uns com os outros, outros moviam caixas vazias, que deveriam ser abastecidas, e alguns outros começaram a sair do navio. Carol e Mark conversavam sobre algo em um canto, enquanto Jackson fingia que estava limpando sua espada, mas na verdade estava ouvindo a conversa dos dois.

Jaebeom começou a descer as escadas e vir em minha direção. Haviam passado semanas e algo dentro de mim queria que aquilo durasse para sempre, mas eu sabia que isso não poderia ser possível, até porque, nada dura para sempre.

— Preparada? — perguntou. Seu olhar parecia mais suave do que o normal, as suas mãos estavam tremendo suavemente, e ao perceber que eu estava olhando, colocou elas no bolso de sua calça.

— Para que lugar nós estamos indo mesmo? — Carol, que estava se aproximando de nós com os outros dois ao seu alcance, perguntou.

Youngjae, Bambam e outros dois rapazes que eu não conhecia também se aproximaram.

— Eu conheço uma senhora que talvez pode nos ajudar a levar ela de volta para casa — me olhou de relance —, eu não sei direito o seu nome, até porque ela nunca me disse, mas a sua filha Joy, que o Jackson conhece até demais, me enviou uma carta dizendo que ela e a sua mãe estavam esperando a gente. — Jackson tinha uma coloração avermelhada em suas bochechas e parecia levemente envergonhado.

— E você sabe onde elas moram? — Bambam perguntou.

— Claro que ele sabe. — Jinyoung bateu na nuca do outro, que resmungou de dor.

— E o que é que a gente está esperando? — perguntou Carol dando um pequeno sorriso em minha direção.

[...]

Navegando por livros e águas incomuns | JaebeomOnde histórias criam vida. Descubra agora