O que pode ser? Vocês são almas-gêmeas!

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Alguns dias após a minha chegada, por minhas contas, alguns longos dez dias, as coisas estavam começando a fazer sentido para mim. As pessoas do navio estavam começando a se acostumar com a minha pessoa andando de um lado para o outro em busca de algo para fazer. Odiava ficar muito tempo parada e estar presa em um navio onde andar era limitado estava piorando meus nervos.

Youngjae, após perceber toda essa minha inquietude, pediu que eu o ajudasse na cozinha e eu aceitei de bom grado. Mal sabia eu que seria a pior coisa que eu poderia fazer desde a minha chegada.

Tudo começou após uma noite, que deveria ser qualquer. Youngjae me explicava calmamente cada canto da cozinha, enquanto andava de um lado para o outro. A cozinha não era tão grande, era toda feita de madeira escura, diferente do restante do barco, que tinha outro tom de madeira. Dentro dos armários encontravam-se vários pratos e canecas maiores que o normal de madeira. Em um outro canto, encontravam-se barris de madeira com verduras, legumes, frutas e outras coisas dentro, e um fogão. Era uma cozinha aconchegante, Youngjae cuidava muito bem dela na maioria do seu tempo.

Do lado de fora, dava-se para ouvir o tumulto de formando no refeitório à frente. Youngjae havia dito que hoje era um dia de comemoração, aniversário de um dos subcomandantes, que eu ainda não conheci, e que eles levavam muito a sério isso.

— Acho que já está na hora de começarmos a preparar isso aqui. Eles parecem um bando de bois quando bebem e precisam encher o estômago de algo que não seja cerveja — falou colocando o avental branco e em seguida olhou para mim.

Em casa, sempre que eu podia ajudava Jane — uma senhora que sempre nos ajudou antes e depois da morte da mamãe —, na cozinha, costumava ser um dos meus passa tempos favoritos até a biblioteca ser reaberta e eu descobrir um novo mundo.

Youngjae parecia não se importar com a minha presença e todas as vezes que eu o perguntava algo, sempre respondia com aquele enorme sorriso no rosto e calmamente. Se eu o visse em qualquer outra ocasião, provavelmente diria que ele é um belo príncipe raptado por um monte trogloditas em um barco sem rumo algum.

Não demorou tanto quanto eu pensava que demoraria, faltava apenas algumas coisinhas, entretanto Bambam, com aquela cara de bobo da corte, entrou na cozinha e acabou com a expulsão de nós dois após o outro acabar com a sua paciência e eu com a justificativa de que ele terminava o resto sozinha, mas ele já estava sem paciência.

— Então, como anda a estadia da nossa princesinha no nosso humilde barco? — perguntou Bambam com um sorriso maroto no rosto.

Assim como Jaebeom, Mark, Youngjae e mais algumas poucas pessoas, Bambam sabia de toda a história de como cheguei aqui e para despistar os outros de toda essa história Bambam teve a brilhante idéia de inventar que eu era uma princesa fugindo do casamento e pedindo abrigo no enorme barco pirata dele, e assim surgiu o apelido idiota de princesa vindo de todos os outros.

— Melhor do que a sua. — Mostrei a língua para ele como uma criancinha e ele devolveu fazendo o mesmo gesto.

Saímos do corredor da cozinha e enfim chegamos onde encontravam-se todos rindo e bebendo, comemorando o aniversário da única pessoa que ainda não me apresentaram.

— Vamos, eu vou te apresentar o terror desse barco. — Me puxou junto a si para uma mesa onde a maioria estava tumultuado.

No meio de todos estava uma linda mulher de cabelos pretos com uma bandana branca e a roupa parecida com a de todos os outros.

— Essa é Caroline, a nossa última subcomandante. Caroline, essa é Yeri, a nossa princesa perdida. — Terminou com uma breve risada, que parecia mais uma tosse.

Navegando por livros e águas incomuns | JaebeomOnde histórias criam vida. Descubra agora