Tied Together in the Spacetime

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Eu olhava pras minhas roupas separadas, dobradas e setorizadas na cama. Refleti calmamente sobre cada uma, quando senti dois braços abraçarem minha cintura:
- O que foi, minha boneca de porcelana?
Ricardo perguntou. Ri, virei meu rosto para meu namorado dando um selinho demorado:
- Não consigo me decidir quais roupas levo pra Itália e quais boto pra doar e quais ficam ou vendo.
Fiz beicinho. O cacheado me deu mais um selinho, perguntou se eu queria ajuda, aceitei.
O nordestino ficou lado a lado comigo, encarando a cama enquanto eu o encarava:
- Tive uma ideia!- Exclamou, olhou para mim- E se formos separando as peças por apreço, memórias e tempo de uso. O que acha?
Concordei, sentei em meio as pilhas das roupas enquanto ele me mostrava cada peça.
Quando chegou nos moletons, foram as piores, pois amava cada um pois ou era presente; ou era pela qualidade; ou por ser de Harry Potter ou até mesmo de gato:
- Okay. Amor, você sabe que você só poderá levar três pra lá.- Assenti triste- 'Mô não faz essa carinha. Isso acaba comigo.
Sem querer me vi como uma criança mimada chorona. Meu namorado veio me amparar, sorri chateada:
- Okay.- Sequei minhas lágrimas- Acho que vou levar a preta com gatinho, do Harry Potter e do gado na terra plana pra poder levar a minha segunda família junto.
Seu sorriso comovido me incentivou a beijá-lo:
- Te amo tanto, minha princesa.
Sorri. O beijei novamente.
Voltamos a nossa missão de preparar minha mala para dali quatro dias.
Eu iria me mudar de país por questões estudantis (leia-se eu havia conseguido vaga em uma faculdade em Roma) e isso aconteceria dali poucos dias. Como eu iria praticamente pra ficar, decidi preparar as malas com antecedência:
- Okay, agora o que pretende fazer com as que não vão?
Me questionou:
- Os moletons vão parte pra tua casa e parte pra Buru.
Falei abraçando um que ficaria, seu sorriso bobo me deixou toda derretida pelo homem que eu tinha escolhido para chamar de "namorado":
- Okay, quais vão pra minha casa, bebê?
Entreguei o que estava em meus braços, depois separei cuidadosamente cada um para os dois.
Então escolhemos quais roupas eu venderia, doaria e ficaria no meu guarda roupa esperando minha visita.
No fim da noite nos encontrávamos cansados, deitados abraçados no sofá para assistir alguns shows antigos do Avenged Sevenfold.
Rick dormiu em casa naquela noite, pois nossos colegas de empresa, Vinha e Mozka, resolveram fazer uma festa para mim.
De manhã acordei cedo, tomei café e banho, vesti um dos meus vestidos vintages  que era fresquinho, sapatilha, prendi o cabelo, fiz maquiagem rápida e, ao sair do quarto, vi um Ricardo elegante, mais do que o costumeiro. Sorri, fez uma reverência de brincadeira:
- Bom dia senhorita Manarini. Vim te buscar para irmos ao baile de despedida da senhorita da empresa.
Ri, o beijei, me prendeu contra a parede puxando-me mais para ele, nos abraçamos:
- Te amo tanto, Rick!
Fomos até a entrada do meu prédio, dirigi até a Netoland.
Ao entrar, me senti quase como se fosse uma formatura, porém muito menos formal que tal.
Vinha veio em minha direção, me abraçou tão forte que me ergueu E quase me tirou os pulmões:
- Luis Felipe Vinha Carneiro, me solta!
Exclamei quase sufocada, o mais velho me soltou. Cumprimentei o restante da equipe, incluindo meu patrão:
- Você me fará uma falta enorme na equipe, menina.
Sorri, puxei-o para um abraço:
- Sentirei sua falta, Fefoloso.
Senti seus braços me envolverem, assim que nos afastamos, uma chorosa Samanta veio me abraçar.
A festa foi boa, dancei com todos, brincamos, bebemos, conversei com a galera.
O ápice da festa foi quando botaram Crazy do Julio Iglesias e Navarro tirou-me para dançar e após o primeiro refrão da música, Ricardo, um pouco enciumado me puxou para dançar:
- Meu ciumento.
Brinquei em um sussurro ao pé do seu ouvido, ouvi seu risinho:
- Não quero outros homens dançando coladinho com a mulher da minha vida.
Ri, demos um selinho demorado.

TRÊS DIAS DEPOIS

Acordei cedo após uma noite agitada de sono. Fui ao banheiro, fiz toda minha higiene, me vesti, tomei café da manhã e parti rumo ao aeroporto.
Mamãe e eu iríamos para a Itália, afinal ela queria ir embora do país, então assim que consegui a vaga na faculdade, corremos para encontrar um imóvel para nós e emprego para ela.
Ricardo nos encontrou no aeroporto assim aproveitando minhas últimas horas no país. Quando chamaram os passageiros do nosso vôo para o portão de embarque, nós três fomos juntos:
- Vou sentir tanto a sua falta, Isa.
Meu namorado, emotivo, disse, sorri triste, segurei seu rostinho com minhas duas mãos:
- Eu voltarei pra visitar em breve, amor. Além de que conversaremos por Skype e Discord todo dia.
Nos beijamos, ao separarmos entrei no túnel até o avião, mas ao virar para trás e encontrá-lo, corri até meu namorado, o abracei:
- Te amo daqui até a lua e até Saturno.
Disse contra seu pescoço, nos despedimos e fui ao avião.
Durante o vôo, flashbacks com o Ricardo me guiaram até sonhos com meu namorado durante a viagem toda.

Space in between ♡ A Netolab ImagineOnde histórias criam vida. Descubra agora