PART V: FINAL

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Três meses, caraca! Como essa filha da mãe consegue?, pensou Mariana em frente ao portão da fazenda de Juliana.
-JULIANA, CHEGUEI! -notou que o portão estava aberto.
Subiu a ladeira até a casa e estacionou o carro em frente a casa.
Bateu na porta da casa por cerca de 10 minutos.
Decidiu abrir e entrar.
-Juliana?
Para uma mulher que virou mãe, essa casa é um nojo, pensou Mariana. PORRA, NINGUÉM TEM FILHOS EM 3 MESES.
Percebeu que havia caído numa cilada. Ouviu passou atrás de si. Virou-se a tempo de ver o homem de lábios leporinos. Gritou e se esquivou de levar uma pancada na nuca. Correu pela cozinha. Esquivando-se das investidas do Leporino.
-QUE PORRA É ESSA?
-UMA JAPONESA! LINDINHA! MINHA -e pulou em cima dela.
-MARIANA, SOCORRO -Gritava Juliana do porão.
-Juliana? Oh, meu Deus.
Pegou uma panela com óleo velho em cima do fogão e jogou no rosto de Leporino. Isso lhe deu alguns segundos de vantagem até achar o porão.
Desceu a escada de 2 em 2 degraus. Girou a chave que estava na fechadura e abriu a porta de aço. Quase vomitou com o que viu: quatro meninas magras e sujas, um lugar sujo, úmido e fedendo a esgoto. Correu para ajudar Juliana. Em meio as lágrimas, disse:
-Ah, meu bom Jesus. O que fizeram com você? -tentou puxar a corrente no pé de Juliana.
Olhou para porta aberta e correu para fechá-la.
Lá do alto da escada, Leporino mirou na japonesa.
TÁ. TÁ. TÁ.
As três balas passaram pela porta de aço e atingiram Mariana no peito. O quarto tiro foi na fechadura da porta de aço para estourar a tranca. Deu uma bicuda na porta e entrou no quarto.
Atirou na Flávia e espalhou miolos para todos os lados.
Atirou na Suellen bem na vagina.
Quando foi atirar em Juliana, suas balas já haviam acabado.
-AH, SUA PUTINHA IMUNDA, VOCÊ VAI MORRER. -pulou no pescoço dela para a enforca-la.
Bateu a cabeça dela várias vezes na parede.
Fechou os olhos por um instante e viu como a vida era bela do outro lado: não havia correntes, não havia fome, não havia sujeira nem pobreza. Era tudo muito belo.
Sentiu a mão de sua mãe nos seus ombros enquanto ela sussurrava em seu ouvido:
-Faça isso por elas, filha. Você lutou tanto. Não desista agora.
E a mesma força que a levou, trouxe-a de volta.
Sentiu a antena no vão do tijolo. Pegou-a e enfiou no olho bom de Leporino. Ele tropeçou na perna de Sol, que estava desmaiada ao lado de Sol. Juliana puxou a arma da mão dele e deu mais de cem coronhadas na cabeça dele. Quando conseguiu sentir o osso afundando no cérebro, parou. Enforcou-o com suas correntes até ele parar de se debater.
Só acordou horas depois.
Procurou as chaves das corrente no bolso dele. Desfez-se das correntes. Foi até Sol, que continuava desmaiada graças a desnutrição, e livrou-a. Para sempre. Arrastou-se até Mariana morta no chão. Beijou-lhe a testa e rezou para sua alma. Pegou o iPhone no bolso de sua jaqueta. Discou 190.
-Qual a sua emergência?

LEPORINOOnde histórias criam vida. Descubra agora