Amor eternizado

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***Chamada on***
- Rui, como está?
- Melhor seria impossível, o trabalho aqui na oficina tem apertado cada vez mais, mas conta-me o que precisas.
- Serás recompensado pelo esforço, acredita. Olha, a minha amiga quer pegar fogo ao carro dela, dá só umas dicas, depois te dou qualquer coisa.
- Não quero me meter em sarilhos, a minha vida não anda boa... incendiar um carro não é pouca coisa...
- São 2 milhões de kwanzas Rui, já nos conhecemos a tanto tempo, e deves-me uma daquela cena que aconteceu no Bairro Popular com aquele vizinho estrangeiro.
- Desde que não envolvas o meu nome, faz o seguinte: certifica-te que a bateria do carro tem carga e desliga o polo positivo, quando desconectado da bateria se toca na chapa do carro aquilo faz "BUMMM", é muito perigoso!
- Ruiiii, tu és FAN-TÁS-TI-CO. Depois te passo a informação do dinheiro. Beijooooo. Digo eufórica.
***Chamada off***

- Tu na minha casa? O que queres de mim Kiari? VAI EMBORA SUA LOUCA!
Calmamente revivo o meu sonho e fico contente. (Uffa! Dessa vez é a sério)
- Fala baixo Daniela...

Um segundo depois com um teaser dou um choque em direcção a barriga e ela cai. Sento-me no chão em direcção a cabeça dela, abro a pasta e tiro o garfo trinchante que vou passando pelo meu braço para saber se está bem afiado.
Ela acorda e tenta perceber a situação e quando inclina a cabeça para trás dou-lhe um, dois, três, quatro, cinco, seis golpes de forma repetida a volta do pescoço, um com mais intensidade que o outro, ela esvaia-se de sangue e na minha mente ecoava "Freak - Sub Urban". Eu cantarolava enquanto transportava o corpo até ao carro que queria ver arder e queimá-la lentamente, embora ela já estivesse morta. Não me importei com o rastro de sangue ou em ser vista por alguém, fiz o que o Rui disse, deu certo e com satisfação deixei tudo assim e fui-me embora.

*********
Já lá vai uma semana, estou a ser procurada e pelo meu descuido dessa última vez estou a ser associada a outros homicídios e não me importo. Teremos todos um fim seja lá como for e viver já não é um privilégio para mim.
O Jafari voltou da viagem e assim que chegou dei um beijo ternurento dentro de um abraço falso, me surpreendi por ele não ter voltado aos gritos e preocupado pois a minha cara está espalhada pela cidade.

** Jafari narrando **
Eu sabia que isso aconteceria e dessa vez será diferente. Depois de ver as notícias regressei para casa pois a minha princesa precisa de mim e antes ela do que o trabalho.

Assim que chego noto o olhar de preocupada e finjo não saber sobre o que aconteceu. Deixo passarem três dias e fico pensativo porque não sei o que fazer, mas quando tomo a decisão digo-lhe que terei que sair.
Me aproximo, dou-lhe um abraço escondendo uma das mãos e sussurro: "verus amor non moriatur".
Espeto a faca no meio do seu estômago e dou uma volta, retiro e volto a espetar passeando pelos seus órgãos internos enquanto choro e digo que é a mulher da minha vida. Dividi o corpo para fazê-lo desaparecer. Atordoado pelo sucedido percorro a casa até a casa de banho mais próxima para me lavar, troco de roupa, faço a mala apressado e saio de casa amargurado e ainda a processar o que fiz rumo a um destino desconhecido... sem ela.

Hey Girl, Não Fujas!Onde histórias criam vida. Descubra agora