THIRTY-SEVEN

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-Não...

-Ah pobre criança!- Minerva disse com a voz chorosa -Eu sinto muito.

-Minnie... me diga que não é verdade...- Paige dizia enquanto começava a chorar -JayJay está em casa com Evans e Harry, não é? Moony e Pads lhe farão uma visita pelo Halloween, para uma surpresa para Hazz. Não é?

-Não querida...

Paige sentiu as pernas fraquejarem. Logo quando percebeu, os braços de Minerva estavam em volta de si. A garota se permitiu chorar e sentia seu rosto completamente molhado por lágrimas. Ela havia muitas perguntas para fazer. Mas não conseguia.

-Q-quem... quem os t-traiu?- Ela perguntou com a voz baixinha para apenas a mulher ouvir.

Minerva sentiu uma dor no peito. Uma dor mais forte do que uma maldição cruciatus. Ela olhou para Dumbledore, que a encorajou a dizer.

-Sirius Black.

Paige perdeu completamente a força do corpo e todos os seus pensamentos se esvaziaram. Ela olhou para a professora. Depois para Dumbledore e para Severus Snape.

-Não acredito. Pads nunca faria isso.

-Eu também não acreditava até saber que ele foi enviado à Azkaban.

Paige ficou quieta. Exceto pelo barulho de seu choro no peito da professora.

-... matou Pettigrew. E 13 trouxas.

-ISSO É MENTIRA!- Paige gritou e empurrou Minerva -PADS NÃO É ASSIM!

-Criança, eu pensava o mesmo- Minerva tentou se aproximar e Paige se afastou -Black não é como pensávamos.

-Moony. Onde ele está? E Marley? Dorcas? Mary?- Paige sentia um vazio maior a cada nome que dizia -Me digam o nome de alguém que sobreviveu a isso...- Ela se ajoelhou e perdeu qualquer força que ainda tinha no corpo -... qualquer nome...- ela sussurrou.

Dumbledore se aproximou e se ajoelhou ao lado da loira.

-Remus John Lupin- Dumbledore disse -Lupin está bem.

-Ele pode estar tudo menos bem!- Ela se afastou -Pode estar vivo, mas não bem!

Paige fechou os olhos, já sentia dor de cabeça por todas as informações e pelas lágrimas que jamais pensou que iria derramar algum dia. Estava fraca e vulnerável o suficiente. Minerva se aproximou e envolveu a garota novamente em um abraço.

-Tudo não passará de uma lembrança daqui a algum tempo. Ficará tudo bem.

Mas McGonagall sabia que aquilo nunca seria apenas lembranças. Seriam traumas. Traumas que a garota levaria para o resto da vida.

Paige passou mais tempo ali do que gostaria. Quando saiu, não disse nada. Apenas deu as costas e saiu correndo daquela sala. Alguns alunos olhavam torno para a corvina que corria para fora do Castelo.

A loira correu com os olhos vermelhos e ardendo para o Salgueiro Lutador. Jogou pedras no laço e a passagem secreta se abriu.

Pelo túnel, a garota já tinha vontade de ficar por ali e torcer para que alguém lhe encontrasse anos depois, quando ela fosse apenas uma caveira sem vida e sem destino nenhum.

Quando Potter chegou até a Casa Dos Gritos, ela se permitiu.

Inclinou a cabeça para trás e gritou o mais forte que conseguiu. Gritou para o mundo ouvir. Para aqueles comensais de merda ouvirem. Paige gritou para descarregar toda sua dor. Para descartar sua angústia e seu pânico.

Aquilo não parecia sair dela. Era como um grito de guerra. O grito de guerra de um Deus. Não se importava com mais nada. Não queria saber de mais nada. Apenas queria sua família naquele momento.

Ela se ajoelhou no chão de madeira e abraçou seu próprio corpo quente.

Ela olhou envolta e viu paredes quebradas. Marcas de garras afundadas na madeira. Iniciais dos Marotos. Remédios antigos e teias de aranha.

Tudo naquele local, lhe lembrava a eles.

Sua família...

[...]

Ainda era de noite quando Paige foi até o dormitório da Corvinal. Estava com o rosto inchado e os olhos vermelhos. Foi até sua cama e rasgou todos os pôsteres de banda que estavam na parede. Tirou os desenhos, as fotos, o calendário lunar, a constelação de cão maior, e se livrou de qualquer coisa que lhe lembrasse de Sirius Black.

Ela se encostou na parede e caiu no chão. As mãos foram até os ouvidos para abafar o som da chuva ou de seu próprio choro.

Paige tremia feito um ratinho indefeso nas garras de um cachorro preto gigante. Dahlia entrara no quarto. Seu coração foi partido quando viu Pay naquele estado.

-Pay o que...

-Sai, Dahlia. Vai embora!- Paige disse alto o suficiente, Dahlia não foi -SAI DAQUI!

Evergarden fechou os olhos pelo tom de voz de Paige, mas não foi embora do quarto.

-Quer conversar?- Ela perguntou gentilmente.

-Eu quero ficar sozinha- A loira respondeu friamente e sem olhar para a garota de cabelo escuro -Só vai embora logo.

Dahlia não respondeu quando deu meia volta e fechou a porta do dormitório.

Paige rasgou uma folha de pergaminho e começou a escrever uma carta à Remus. A tinta se espalhava nos lugares onde lágrimas foram derrubadas. Não sabia o que fazer. Simplesmente não sabia.

Deitou em sua cama, largando a carta pela metade. E não levantou mais durante aquela noite.
_________

Não tô legal :(

Escrevi esses caps na pressa, então não revisei e nem ficou lá grande coisa, sinto muito por isso </3

E sinto muito pela morte dos Potter, eu tinha que fazer algo que daria uma grande mudança na vida da Pay e... infelizmente essa foi a solução.

FOUR MARAUDERS AND ONE CHILDOnde histórias criam vida. Descubra agora