O Cara ao Lado -Adaptação Beauany

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𝘼𝙉𝙔 𝙂𝘼𝘽𝙍𝙄𝙀𝙇𝙇𝙔 𝙉𝘼𝙍𝙍𝘼𝙉𝘿𝙊:

Eu devia ter ficado quieta, devia ter segurado o choro e agora estaríamos na cama dele,mas eu não posso me queixar, porque estamos aqui sentados no sofá enquanto eu finjo que também estou vendo esse filme.

Gosto de estar perto dele assim,com seus braços em volta de mim e minha cabeça apoiada em seu ombro. Olho pra ele que me olha de volta sorrindo,mas ele parece com o pensamento distante,não o culpo. Eu ó queria afastar essa sensação que tenho disso ser uma despedida.

Eu olho no relógio do celular e vejo que eu já deveria estar em casa, minha mãe pode chegar a qualquer momento e eu não quero ter que sair correndo daqui.

Eu deveria ter demorado um pouco mais na casa do Josh,porque minha mãe ainda nem chegou e agora eu estou aqui parada de frente a minha janela olhando para a janela do quarto dele e desejando estar lá.

Não vejo ele no dia seguinte e no outro também não. Ele me envia uma mensagem dizendo que está na casa do lago resolvendo alguns assuntos pendentes do trabalho.

Ele volta na quinta-feira a tarde e eu aproveito que minha mãe foi fazer algumas compras para o jantar e vou até a casa dele. Assim que abro a porta da cozinha, o encontro perto do fogão preparando alguma coisa, ele se vira para mim e o sorriso dele é um convite para eu ir até onde ele está.

Ele me abraça, segura meu rosto e me beija. É um beijo lento e intenso,mas é diferente de como já nos beijamos antes, eu posso sentir. Então ele se afasta de mim a uma mínima distancia, mas ainda muito próximo do meu rosto e me olha nos olhos por um momento. Não gosto muito do que sinto e vejo em seus olhos. Ele então diz:

-Eu não quero que isso que nós temos te atrapalhe de alguma forma.

Eu tento sorrir para ele não me olhar mais assim e digo:

-Isso nunca vai atrapalhar nada,pelo contrário.

Mas ele ainda me olha com pesar, eu estou começando a ficar preocupada agora e continuo:

-Eu não estou mais confusa, eu juro. Eu decidi que não vou ficar com meu pai e eu posso ir pra faculdade por um tempo, depois ver o que faço e...

Ele se afasta um pouco mais e diz:

-Está vendo,eu não quero que você faça nada disso por minha causa.

-Mas por que?

-Porque você vai se arrepender depois e...

Eu o interrompo:

-Eu não vou, eu sei que não vou.

Ele respira fundo, passa as mãos no rosto, se encosta a pia atrás dele, me olha e diz:

-Minha empresa está com uma filial em Toronto.

Por que ele está me dizendo isso agora? Mas eu não questiono, apenas espero ele terminar.

-E decidimos que um dos sócios fique lá por uns tempos.

Ainda não entendo e deixo ele continuar:

-Não posso pedir para o Anton se mudar com a família e o Ed, bem, ele tem que resolver alguns assuntos aqui primeiro.

Sei que ele está falando sobre Ed e minha mãe. Ele tenta sorrir,mas eu não presto muita atenção a isso e ele continua:

-Eu decidi aceitar a proposta de ir morar lá.

Só consigo dizer:

-O quê?

Mas ele apenas me olha.