Brasil, São Paulo, Barra Bonita
Meados de 1967
19h pm.
Amanda Garcia era filha única do graúdo General Albert Heleno Garcia, um homem rico, influente e muito poderoso, para a época.
Amanda nascera no Estado de Pernambuco, porém, aos cinco anos de idade se mudou com o pai, para São Paulo, após a fatídica morte de sua mãe, Isabel Winslet, que tivera a vida ceifada em virtude de uma grave queda na escadaria da mansão dos Garcia.
Barra Bonita, interior de São Paulo, fora a cidade na qual Amanda passou a infância e a adolescência, até se tonar uma bela mulher. Aos 25 anos de idade fez um concurso e tornou-se uma das mais competentes e honradas policial da força de segurança pública daquele Estado.
Ela, realmente, fazia jus à farda que decidira vestir.
Os anos se passaram no frágil limiar do tempo imparável, e aos 31 anos de idade Amanda fez novamente um concurso, desta vez, para um cargo de um patamar mais alto - almejava a ascensão -, o de Delegada de polícia civil, no qual fora aprovada em primeiro lugar roubando a cena, com sua inteligência superdotada. Sempre fora uma mulher ambiciosa e que não media esforços para conseguir concretizar seus objetivos. Trabalhou em diversos setores, desde delegacias de polícia territoriais nas periferias de São Paulo até departamentos mais especializados, ocupando cargos operacionais e de chefia.
Quando o assunto era trabalho Amanda sempre fora a melhor, contudo, já a vida amorosa parecia ir na contramão, após o término de seu último casamento, há mais ou menos três anos.
A relação conjugal terminara de maneira amigável e logo que chegou ao término, o ex-marido dela não demorou muito tempo para arranjar um novo amor, mas este sentimento, para Amanda, esgueirava-se a quilômetros de distância.
Hoje em dia ela contava com 45 anos de idade, uma mulher bonita, séria, atraente, competente e bastante rígida em suas relações, fossem elas pessoais ou profissionais.
O trabalho era a maior paixão de sua vida.
Amanda chegou à mesa, seu pai, o General Heleno, já estava sentado, degustando de seu saboroso café amargo e de seu predileto bolo de milho.
A grande mesa de jantar estava composta por iguarias e enquanto os patrões degustavam de sua refeição, alguns criados jaziam de pé, à espreita, aguardando receberem alguma ordem de sua senhora ou de seu senhor.
Amanda e o General Heleno residiam numa suntuosa casa de fazenda antiga, o casarão tinha mais de 2.200 metros quadrados e uma fileira de palmeiras imperiais dava boas vindas aos visitantes. A construção datava de 1800 e era uma belíssima propriedade cobiçada por muitos.Pai e filha viviam em completa harmonia. Eram amigos de jornada, companheiros na tristeza e na solidão. Na alegria e na doença. Levavam a vida como dois grandes amigos. E isso mesmo com o tempo nunca havia mudado.
- Boa noite, papai.
- Boa noite, filha. Tudo bem?
- Na medida do possível. - Sentou-se numa cadeira. - Tenho tido pesadelos horríveis.
- Ora, minha filha, qual, qual. Que tipo de pesadelo? - Indagou, descrente, à medida que pegava a caneca preta e levava à boca, sorvendo o café com extremo vagar, como lhe era de costume. O General Heleno era um homem bastante lacônico, bem como paciente, já Amanda não herdara a paciência do pai. Era conhecida por ser uma "casca grossa" e até "cruel".
- Tenho sonhado noites seguidas com o senhor falecendo, papai.
O General esboçou um sorriso de incredulidade, enquanto encarava Amanda, que o olhava muito séria do outro lado da mesa. Estava sendo cético, e bem sabia que sua filha, realista e prática demais, detestava ceticismo. Amanda não tinha paciência para coisas bobas. Era uma mulher bastante solícita em seus trabalho e zelava pela perfeição em tudo o que fazia.
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Killer (LÉSBICO - DISPONÍVEL NO AMAZON)
General FictionSinopse: No ano de 1967 uma pequena cidade do interior de São Paulo começa a ser aterrorizada por uma série de brutais assassinatos de mulheres. Um serial killer parece escolher suas vítimas cuidadosamente. Preocupado com o teor da situação, o...