Os simbolos

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Símbolos, ferramentas da mente. - Um símbolo antigo dá-nos aestrutura psicossomática do homem e da linguagem do nosso corpo. -Vamos conhecer o boi oferecendo-lhe um prato de bolo. - O leão queestufa e encolhe. - A águia de motocicleta. — Primeiro contacto doleitor com a evidência de um conflito entre duas expressões corporaissimultâneas, mas opostas!O REALCE DAS PARTES DO CORPODesde tempos imemoriais, usamos símbolos - mensagens sintéticasde significado convencional. São como ferramentas especializadas quea inteligência humana cria e procura padronizar para facilitar a suaprópria tarefa - a imensa e incansável tarefa de compreender.A característica dominante do símbolo é fugir da palavra ou frase,escrita por extenso. Frase já é grupo de símbolos (palavras), por sua veztambém compostas de símbolos (letras) de fugazes vibrações sonoras. Etudo isso sujeito a um código gramatical de origem empírica e lastradocom a inevitável imprecisão semântica, especialmente a deterioraçãodo significado percebido através de gerações.John Wallis, criando aquele "oito deitado" (°°), resolveu oproblema da transmissão inconfundível do conceito do infinito. E RenêDescartes sintetizou ainda mais a já sintética notação algébrica,escrevendo x no lugar de xxx - eis alguns exemplos recentes.Já o uso das próprias letras se perde nos primórdios dascivilizações - mas podemos recuar ainda mais no Tempo:Eis um peludo Homem das Cavernas percebendo um frutovermelho, maduro, destacando-se vivamente da escura folhagem dofundo! Ou o sangue brotando vermelho de uma ferida! Ou o rubro fogoameaçador, alastrando-se no capinzal seco! Em linguagem da Teoriade Comunicação, ele percebeu um "Sinal" destacando-se comomensagem prioritária sobre o " ruído de fundo". Algo com elevada " taxade originalidade" em detrimento do fundo " banal", dado o seu interessepessoal (sobrevivência em jogo). De mera cor passou a ser símbolo dealgo importante. E, milhões de anos mais tarde, esta cor ainda exige,em certas circunstâncias, a nossa atenção e "feedback" específicos -antes que o guarda de trânsito nos pegue avançando aquele sinalvermelho!Sim, vem de longe, da noite dos tempos, o significado de muitascoisas. Aquele carro do Corpo de Bombeiros foi pintado hoje - mas osimbolismo da sua pintura nos fala uma linguagem tão antiga como opróprio fogo. Tão antiga como a linguagem dos nossos gestos, dasnossas atitudes em relação ao meio que, neste livro, tentamosdecodificar.Usemos, então, um símbolo: podemos comparar o corpo humanoa uma esfinge; sim - àquela esfinge dos egípciosou dos assírios. Como, por exemplo, a desta ilustração (Esfingeassíria de Khorsabad, chamada Kerub).


Uma gramática antiga para a mais antiga linguagemA Esfinge era composta de quatro partes:CORPO DE BOI TÓRAX DE LEÃO ASAS DE ÁGUIA CABEÇA DEHOMEMOra, existe uma tradição muito antiga* segundo a qual cada umadestas partes representa uma parte do físico do homem e também asua correspondência psicológica! Estas correspondências psicológicasnão mudaram muito, até na Psicologia moderna. Eis o esquema destatradição:

Boi - abdômen - vida institiva e vegetativa

leão - tórax - vida emocional 

águia - Cabeça - vida mental (intelectual e espiritual)

* Para os interessados na fundamentação histórica e científica:consultar o livro "Esfinge, Estrutura e Mistério do Homem (Pierre Weil;Editora Vozes, Petrópolis).O mesmo esquema pode ser mostrado assim (para tornar amatéria em estudo mais leve e ajudar a fixar o pensamento do leitor):Este esquema pode ser aplicado facilmente à expressão corporal.Vamos, então, utilizar o velho símbolo como se fosse uma espécie deprotogramática - ou, para sermos mais modestos - de mini gramática dalinguagem do corpo.O Boi, quando colocado em evidência na nossa expressãocorporal, tende a se traduzir por uma acentuação do abdômen. Apessoa avança o abdômen; isto se encontra em gente que gosta deboas refeições, que se senta à vontade diante de uma farta mesa dejantar.No plano sexual temos o famoso requebrar das mulheresbrasileiras e havaianas; é uma provocação para os homens. Estes, porsua vez, engancham os polegares no cinto, com os outros dedosapontados para os órgãos genitais; é uma maneira de se oferecer...Gramática é para ser usada. E queremos que o leitor aprenda aler o que os corpos dos seus semelhantes falam diante dos seus olhos.Vamos, pois, aos " deveres de casa".Exercício n. 1: na próxima reunião social, "observe o boi"! Haveráos casos óbvios, bem fáceis, como convém numa primeira lição. Éaquele senhor maduro, de abdômen hipertrofiado, intensamenteatento ao conteúdo transbordante do seu prato e do seu copo. Ouaquele rapaz bonitão, mas irritante, porque desrespeita qualquer mulherpresente com suas constantes atitudes lúbricas. 

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⏰ Última atualização: Oct 04, 2021 ⏰

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O corpo fala: A linguagem silenciosaOnde histórias criam vida. Descubra agora