Naquela bela noite, voltando para casa, você estremeceu com o frio que fazia na cidade, abraçou o próprio corpo caminhando um pouco mais rápido.
As únicas luzes que haviam eram do poste, mesmo o Japão sendo um local tão tranquilo e seguro, ainda sentia medo sendo uma mulher andando sozinha tarde da noite, ainda mais levemente embriagada.
Você tinha acabado de sair de um bar próximo a sua casa, o trabalho era tão estressante que apenas uma bebida te fazia esquecer seus piores dias e te ajudava a dormir, talvez devesse voltar a frequentar uma psicóloga?
Ao longe já via sua casa, apenas 2 quarteirões e chegaria. Passando por um beco escuro sem iluminação alguma, viu o reflexo de alguém encostado na parede, caído no chão. Seu coração acelerou, pensando ser algum tipo de assombração ou algo assim, mas quando deu alguns passos para trás e olhou direito, reparou que era um homem.
Homem esse que estava machucado, do seu rosto pingava sangue, junto com o braço ensanguentado.
Ele parecia jovem, talvez da sua idade, seria alguém de aparência chamativa se não estivesse coberto de sangue.Imediatamente foi até ele, se abaixou na altura dele e foi surpreendida com o revólver prateado sendo pressionado na sua testa.
Você viu a sua vida passando pelos seus olhos, não conseguia se mover vendo os olhos escuros tão frios te encararem.
- O que você quer? - ele pergunta, pressionando a arma mais forte na sua cabeça.
- E-Eu só quero ajudar... - Você nem sabe como conseguiu responder, queria apenas chorar e implorar pela sua vida.
- Eu por acaso pedi a sua ajuda? - o platinado tira a arma da sua frente para se apoiar e levantar, mas cambaleia quase caindo novamente. - Some da minha frente...
Você engole o seco, seu corpo implora para que você saia correndo daquele beco e vá para um local seguro, mas você não consegue, não pode.
- Olha, eu sou médica, eu posso ajudar... - A expressão dele pareceu mais irritada ainda ao te ver insistindo. - Eu não posso simplesmente te deixar assim.
- Mulher, está afim de levar um tiro? - ele ameaçava bravo apontando a arma na sua direção novamente.
Manjirou estava confuso, a dor dos ferimentos de munição estavam o fazendo querer gritar, ele estava tão tonto e tinha medo de perder a consciência perto de alguém que não conhecia. Não sabia quando seus executivos o encontrariam, ele perdeu o celular quando estava fugindo e no meio de um tiroteio, era a menor das suas preocupações.
Claro, ele é Sano Manjirou, Mikey o invencível, ele sozinho foi capaz de matar aquela dúzia de homens armados, mas não significa que ele não saia ferido. Não queria admitir, mas estava ansioso e preocupado, a arma que ele apontava para você não tinha munição nenhuma, todas tinham acabado e se alguém mais aparecesse, ele não sabia o que iria fazer.
Você nega com a cabeça assustada, seus olhos ficam levemente vermelhos mostrando que você quer chorar sendo ameaçada por só querer ajudar. Você nunca sentiu tanto medo assim. Quando abriu a boca para tentar dizer algo novamente, o revólver caiu no chão a sua frente e o corpo dele também. Tento bons reflexos, o segurou quase se machucando também.
- Merda, merda... Ambulância... - com as mãos trêmulas, agarrou seu celular para fazer a ligação, mas o platinado, com suas últimas forças o arrancou da sua mão antes que você pudesse ligar.
- Não... Ambulância não...
E então ele finalmente perdeu todas as forças, viu a visão escurecer se amaldiçoado por não aguentar a dor e desmaiar sobre alguém que nunca viu na vida.
Demorou alguns segundos para você processar, respirava fundo tentando não se desesperar com aquela situação. Sendo médica, o óbvio era chamar uma ambulância imediatamente, afinal ele havia sido baleado no ombro, e tinha um corte na testa que só agora você tinha visto.Mas então se lembrou do rosto ameaçador dele dizendo que não queria sua ajuda e muito menos uma ambulância, então pensando por esse lado, ele com certeza estava envolvido com alguma coisa.
Será que estava fugindo da polícia? Quem era ele?
O platinado não era pesado, então ainda trêmula, se levantou conseguindo colocar eles nas suas costas. Caminhou até a sua casa se amaldiçoando o caminho todo por estar fazendo isso, com certeza era por causa da bebida pois você em sã consciência ou qualquer outra pessoa nunca levaria um desconhecido baleado para dentro da própria casa.Abriu a porta com dificuldade quase se arrastando para dentro, fechou a porta com o pé e o levou para o quarto de hóspedes que tinha uma cama que seria bem mais fácil de fazer o tratamento nele.
Foi até o banheiro reparando na sua roupa ensanguentada, pensou em substituir por um roupão antes de pegar todo o necessário e levar para o quarto, mas achou melhor não sujar mais roupas.
Merda, como iria tratar um ferimento de munição em um quarto qualquer, sem todos os equipamentos e a maioria não estando esterelizada.
Seu lado profissional gritava, mas seu amor pela vida era maior, vai que ele simplesmente saia do hospital para se vingar de você por ter o levado para lá.
Suspirou escondendo a arma dentro da gaveta da cabeceira, se sentia ameaçada só de olhar para ela.
Colocando as luvas, você começa limpando o ferimento da cabeça dele, vendo que foi um corte superficial que sangrou muito.Fez o necessário com as coisas que tinha na sua casa, por sorte conseguiu tirar a bala e fechar o machucado, para logo depois enfaixar.
Cansada, você se encostou na cadeira, não acreditando que estava realmente fazendo isso.
Notas
Reescrevendo e é isso, não aguentava mais ver esse negócio mal escrito KKKKKKKKK
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Simplesmente Aconteceu | Manjirou Sano [REESCRITA]
ChickLitSerá que ajudar um estranho suspeito na rua foi realmente uma boa ideia?