Capítulo 2

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Deus, você estava desesperada. A ansiedade te consumia a cada minuto que se passava no seu relógio.

Faltavam duas horas para você bater seu ponto, olhava frequentemente no relógio pensando no quão idiota você foi ao não só levar aquele homem ferido para sua casa, como também o deixar sozinho lá, com a arma guardada ao lado dele.

Suspirou mordendo a ponta da unha, mas sua atenção foi chamada pelo seu melhor amigo, Yukine, esse que trabalhava junto com você.

- (Nome)! Acorda! - ele bateu a mão na sua frente logo depois indo para a maca de um paciente que tinha acabado de chegar na ambulância. - Precisamos de você!

- Ah, sim!

E então correu para fazer seu trabalho, tentando não manter a cabeça no cara bonito que estava desacordado na sua casa.

...

Já Mikey, por volta de duas horas depois, acordou sentindo seu corpo doer. O teto branco e a iluminação na janela fizeram ele fechar os olhos doloridos e se forçou a se sentar.

Ele estava sem camisa, a peça de roupa estava rasgada e ensanguentada ao lado da cama, ao menos ele ainda estava com a calça moletom escura.

Reparou das bandagens no braço baleado, e xingou devido a dor quando o moveu. E então ele se lembrou de você, que a última lembrança dele foi acabar desmaiando na sua frente.

Pelo menos ali não era um hospital, mas não sabe a onde está, não reconhecia aquele lugar. Dificilmente Kakucho ou outro executivo teriam o achado depois de terem se separado e perdido o celular, então cogitou a ideia de estar na sua casa.

Ele tateou a cama toda, procurando seu revólver e  pensou que você era uma idiota por deixar ela ali onde qualquer um poderia encontrar, dentro da gaveta. E então, ele saiu do quarto caminhando pela casa te procurando, mas não encontrou ninguém. Fuçou no seu guarda-roupa procurando algo para vestir e pegou um moletom comprido. Colocou e ouviu o barulho da porta da sala abrindo, ele entrou em alerta segurando a arma, mesmo que ela estivesse sem munição.

Ele teve a confirmação de que estava na sua casa quando te viu caminhando segurando a bolsa com força, tentando não fazer barulho ao caminhar até o quarto que ele estava.

Já você sentia suas pernas tremerem a cada passo que dava e seu coração gelou quando viu a porta aberta e que o homem não estava na cama. Pisou para dentro do quarto olhando ao redor e dentro do armário, para então quando sair do quarto, ser recebida da mesma forma que antes, com o objeto prateado sendo pressionado no lado direito da sua cabeça.

- Onde eu estou? - perguntou tentando parecer ameaçador, o que ele estava conseguindo.

- Você... Ahn... Está na minha casa... Eu cuidei dos seus machucados...

- Por que?

- Eu sou médica, não podia simplesmente deixar você ali... Mas fiquei com medo de chamar uma ambulância. - admitiu não se importando nem um pouco em se humilhar se isso significava que ele não iria atirar na sua cabeça.

Mikey por fim se acalmou, você tinha uma face parecendo desesperada, com medo dele, mas não parecia ser alguém com intenções ruins. Você também não ficaria com tanto medo se soubesse que a arma dele estava descarregada.

- Me dá seu celular. - Ele pede estendendo a mão. Trêmula, você o pega no bolso e o entrega. - Qual o endereço daqui?

Discou o número que tinha de cor na cabeça e fez a ligação para Haruchiyo enquanto ouvia você falar seu endereço.

Mikey acenou com a cabeça para você andar, e morrendo de medo, obedeceu dando as costas e caminhando até o corredor passando pela sala e parando no balcão da cozinha.

Simplesmente Aconteceu | Manjirou Sano [REESCRITA]Onde histórias criam vida. Descubra agora