2° Ode ao primeiro amor

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Domingos ensolarados, crianças brincando na rua com a boca suja de sorvete.

Era Páscoa, e o chocolate fazia todos um pouco mais felizes.

Alya agora sóbria, acordava com a luz do sol fazendo cada parte de sua cabeça latejar e queimar.

Se arrastando lentamente pelo carpete como se seu corpo pudesse se desfazer em qualquer movimento brusco de mais, finalmente sua mão encontrou a mesa de centro a qual se apoiou para levantar.

Rodeada de caixas de papelão com "mudança" escrito em canetão preto, suspirou entendendo que era a fase de limpar a bagunça depois de um recomeço.

Não só da casa mas também de dentro de si, se ainda tinha algo possível de ser consertado entre aqueles ossos.

Há alguns anos ela se mudava de cidade, de bairro, de casa, mas por alguns anos havia chamado Derek de lar. Como tantos outros que passaram pela sua vida.

Lembrava perfeitamente quando o primeiro garoto que ela jurou que casaria, a encantou com ursos de pelúcias e conversas significativas.

Ele a fez enxergar o amor como algo suave e adorável de se viver, diferente do que estava acostumada a enxergar dentro de casa. Distante das brigas, gritos e choros, era algo bom, bom de sentir.

E merda, como ela sentiu, sentiu como se sua respiração dependesse disso.

Então ela o quebrou e queimou, da mesma forma que uma vez encontrou seus brinquedos queimando no quintal.

Alya sentou e assistiu ele se desfazer em chamas, ela não o merecia, não merecia amor. E não existia outra solução, a não ser destrui-lo.

Por fim, substituíra o rapaz pelo seu primeira, e não última, cartela de remédios.

Alya Cooper(Conto)Onde histórias criam vida. Descubra agora