5° Ode, ao artista

4 1 0
                                    

Se decepcionar no começo, não haverá surpresas no final. Era o que Alya levava como lição de vida, viajando sem rumo com uma câmera, buscando a liberdade que ela sonhará.

Foi em uma praça que tudo havia mudado, Derek pintava uma tela de paisagem, ele era um artista talentoso. A garota se aproximou para fotografa-lo clandestinamente.
Quando ele sorriu fazendo seu corpo se arrepiar da cabeça até a pontas dos dedinhos de seus pés,

n

em a química poderia explicar o que aquele olhar e sorriso causou dentro dela.

Da praça, ao café, do café às risadas, as mensagens e ligações na madrugada.

Ela não tinha expectativas, Derek era tudo o que ela não podia...ou não merecia ter.

Mas sujos de tinta sobre o lençol branco naquele ateliê, quando os dois corpos se queimavam de forma metafórica e literal, enquanto a paixão os consumia. Era dificil de Alya lembrar qual era o seu lugar no mundo, pois aqueles momentos inesquecíveis, a faziam sentir que podia ter o mundo todo em suas mãos... Sem destrui-lo.

Não demorou muito até estarem apaixonados viajando o mundo, eram almas livres, que se encontraram e estavam em paz juntos.

Algumas camisas, alguns acessórios,escova de dentes e alguns dias intermináveis que Derek permanecia, começaram agora também a invadir sua casa.
Em menos de dois anos de namoro, ja moravam juntos.

Bom, eles tinham um apartamento juntos, afinal estavam ocupados de mais descobrindo o mundo para permanecer em algum lugar.

Em uma madrugada no México, irritada por ter sido acordada por Mariachis, andou ate sua varanda pisando duro. Foi impossível não conter o sorriso com a cena brega de Derek, ajoelhado na rua segurando uma caixinha com alianças.

Após cinco anos de relacionamento, finalmente estavam noivos.

Mas o garoto que estava acostumado com a inconstância e a obsessão de liberdade de Alya, deveria imaginar que ela não ficaria.

E como o esperado, em uma noite de primavera, ela havia o descartado como uma caixa de masso de cigarro vazia.

Mas acrescentando a sua lista, agora também era uma grande mentirosa, Derek a fazia sentir muito mais que o Alcool e os comprimidos, se tivesse um nome aquelas sensações, seria o dele...mas ela não merecia sentir.

Lhe sobrará agora, um coração partido, algumas tralhas e uma grande vida de merda.

Dessa vez não tinha ido apenas as borboletas e o sentimentos, ela havia perdido tudo o que lhe fazia querer viver.

O maldito havia pintado em cores vivas nela durante anos, e agora Alya voltará a ser nada além de uma tela em branco manchada por seus pedaços quebrados e vicios.

Aceitando seu fim, se debruçou sobre a sacada ascendendo um cigarro e enchendo outra taça de vinho barato.


- um brinde ao artista, que esculpiu pela ultima vez o meu coração.

Alya Cooper(Conto)Onde histórias criam vida. Descubra agora