→Panic room

14 2 30
                                    

Eunseon acordou no meio da noite, sobre o sofá com uma coberta pesada sobre si. O relógio marcava 04:13 da manhã, a garota respirava ofegante e um pouco tonta, mas se lembrava vagamente de um sonho ruim.

Alguém lhe perseguindo, lhe machucando, lhe torturando, lhe matando.

O suor em sua testa escorria até sua bochecha, antes de ser pego pela manga da sua blusa, hoje era o seu primeiro dia de aula, mas ali estava, acordada após um pesadelo, com medo de voltar a dormir e terminar o sonho com mais torturas, então decidiu tomar um banho para tirar pelo menos o suor de si.

Após se ajeitar, encarou o relógio, 04:24 da manha, ainda sonolenta, a garota encarou o teto tentando se lembrar do sonho que tivera agora a pouco.

—Seonie?— a voz rouca masculina fez a garota dar um pulo do sofá olhando para trás assustada para encontrar seu pai cansado e quase dormindo em pé.

—Ah, oi papai— após se acalmar a garota sorriu e abaixou sua cabeça.

—Tem muito tempo que você acordou?— Eunseon negou com a cabeça e ouviu um suspiro vindo de seu pai —Então toma um banho para tirar esse suor e vai pro seu quarto.

—Tá bem.

—Pesadelos de novo?— novamente o olhar da garota se dirigiu ao chão e afirmou lentamente —O mesmo?

—Sim, eu só preciso me acalmar um pouco.

—Tudo bem, vai tomar um banho, okay?— Youngmin deu a volta no sofá e deu um selar no topo da cabeça de sua filha.

Conforme Eunseon se afastava, era possível ouvir seu pai reclamando que até seu couro cabeludo estava soado, o que arrancou algumas risadas da garota e quando chegou no banheiro, se encarou no espelho.

Suas olheiras estavam fundas e seus lábios se descascando, seu corpo estava normal mas seus braços continham marcas de arranhões e algumas manchas vermelhas por resultado de alguma coceira na garota.

Fechou os olhos deixando um suspiro sair, antes de se dirigir ao box fechado, ainda tinha tempo de lavar seu cabelo e dormir um pouco, tentar descansar antes de ser obrigada a ficar acordada por mais tempo.

Enquanto estava lavando seu cabelo, a lembrança do sonho voltou em sua mente, lhe fazendo abrir os olhos rapidamente, sentindo a ardência em seus olhos, xingando a figura que lhe fez abrir os olhos.

—Até na minha mente você consegue me fazer mal, Hyejin?— um suspiro saiu de si e a garota fechou os olhos novamente depois de limpá-lo.

Seu cabelo foi preso em um coque, para que pudesse sair sem pingar pelo resto da casa e, segurando a toalha com uma mão, a garota saiu correndo para seu quarto, tentando não acordar seus pais.

Eunseon trocou de roupa e se encarou no espelho, ajeitou seu cabelo e se lembrou de algumas coisas nesse meio tempo:

—Eunseon! Qual é?! Vamos ter que te tirar a força?!— a voz de Hyejin ecoava pelas paredes do pequeno quarto de limpeza, a garota mantinha a mão na boca enquanto lágrimas desciam em seu rosto tentando manter sua respiração estável.

—Jin-ah, acho que ela já foi para casa— a vozes no corredor se afastaram e Eunseon respirou aliviada, sentindo seus olhos ardendo.

A primeira coisa que fez ao se esconder ali dentro foi mandar uma mensagem para seu pai, pedindo para que ele entrasse na escola e lhe esperasse ali fora, o silêncio caiu sobre o pequeno quarto e a garota se encolheu ainda mais atrás dos rodos e coisas do tipo. Seu celular vibrou no seu colo, lhe dando um breve susto, seu pai estava lhe perguntando aonde estava.

Após lhe responder, Eunseon bloqueou a tela e respirou fundo, abrindo lentamente a porta procurando algum sinal do grupo.

Não avistar ninguém era um bom sinal, agora ela precisaria correr até o carro do pai e fingir que nada lhe aconteceu, mas após 3 esquinas encontrou o grupo e o sorriso de Hyejin aumentou, quase automaticamente.

Eunseon se virou para o outro lado e começou a correr com tudo que tinha até o primeiro andar, vendo o carro do seu pai, mas logo em seguida uma mão segurou seu braço, lhe puxando para trás. Pela textura da unha já sabia quem era e sabia que era seu fim.

Após alguns minutos sem sinal da filha, Youngmin, preocupado com sua filha, entrou na esquina. O que mais ouvia eram sons de tapas e alguns gritos abafados. Mesmo com o medo, ele seguiu o som.

Sua filha estava no meio de 5 garotas, 2 lhe seguravam, 2 lhe batiam e 1 filmava toda a cena.

As garotas não notaram a presença adulta ali, o que lhe deu uma grande vantagem para o mais velho, que agarrou a que filmava pelo cabelo, tirando o celular de suas mãos e parando a filmagem, guardando o celular da garota no próprio bolso.

—Soltem— a garota que era agarrada pelo cabelo tinha suas costas viradas para trás, com força, enquanto tentava se manter em pé —Ela— o mais velho deixou a garota cair, ouvindo resmungos e alguns fungares dela.

As meninas encararam ele, antes de se separarem e começarem a correr, deixando Eunseon caída no chão.

—Pai— a voz da garota era baixa e fraca, tentando se levantar. Youngmin ajudou a filha se levantar e lhe abraçou, com medo de lhe machucar mais.

—Tá tudo bem, Seonie— mesmo não vendo o rosto da garota, ele sabia que ela estava chorando e sentia sua filha tremendo levemente em seus braços.

—Seonie? Ainda tá acordada?— a voz masculina ecoou novamente lhe dando um susto novamente e te tirando dos pensamentos.

—Sim, pode entrar— o mais velho sorriu abrindo a porta e olhou a filha antes de se sentar ao seu lado.

—Você tá preparada? Eu ainda acho que não é uma boa ideia, mas você se sempre pronta?— a garota sorriu e abraçou seu pai.

—Eu vou te ligar se qualquer coisa acontecer, não vou esconder e não vou desgrudar do Subin, eu prometo.

—Tenta trocar de roupa pra escola, se não se sentir confortável você fica em casa— o mais velho deu um breve selar na testa da filha e saiu do quarto, deixando ela com a roupa de escola ao lado. A saia preta com a blusa, entrava em contraste com a camisa social cinza.

—Então, se sente mal?— a garota riu com o comentário de seu pai assim que saiu e o olhou negando.

—Eu vou ficar bem, papai— o sorriso dela se aumentou abraçando o mais velho, tentando passar a confiança que ela sentia —Agora, vamos, não quero chegar atrasada.

A euforia da garota era grande, mas seu medo falava alto. Por muito tempo foi ensinada por sua mãe, mas a mulher não tinha muito o que fazer.

—Bom, estamos aqui, por favor, toma cuidado, okay?

A garota não respondeu, somente sorriu sentindo sua garganta apertar junto de uma grande vontade de chorar —Te amo, pai, até mais tarde.

Eunseon No Hanashi (ウンソンの はなし)Onde histórias criam vida. Descubra agora