𝐋𝐄𝐈𝐀 𝐔𝐌 𝐓𝐑𝐄𝐂𝐇𝐈𝐍𝐇𝐎 𝐃𝐄 "𝐁𝐑𝐎𝐊𝐄𝐍 𝐃𝐑𝐄𝐀𝐌𝐒"

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Eu sempre amei a noite. A escuridão. A paz. As luzes. O silêncio. Principalmente a noite londrina. Ela era bela, como nenhuma outra. Mas não era assim que eu me sentia naquele momento.

Outra vez...

Outra vez estou naquele mesmo lugar.

Parado no centro da Ponte de Westminster.

Está frio e a chuva cai forte sobre mim, encharcando minha roupa.

Como nas outras vezes, olho para o chão, o meu tênis branco está molhado sobre a poça d'água.

Dou um passo à frente.

O silêncio grita ao meu redor, misturando-se com o som da chuva caindo. Ergo a cabeça e olho para o ponto vazio à minha frente.

A ponte está vazia.

Londres está vazia.

- Eles não estão a salvo, Jake.

A voz. Aquela maldita voz ressurge atrás de mim arrepiando-me dos pés à cabeça.

Subitamente, giro o meu corpo na direção do som.

Ela está ali, sorrindo para mim com aquela feição serena e psicótica que me atormenta todas as noites.

- Você não pode protegê-los de mim - ela repete.

Meu sangue esquenta e meus músculos travam por causa da mulher que está diante de mim. A dona dos meus pesadelos. A responsável pelo inferno em minha cabeça. O próprio diabo.

- Você está morta, Georgia - rebato com a mesma frieza que tive naquela noite, cinco anos atrás, quando jurei matá-la. Quando eu cumpri a minha promessa.

Georgia dá um passo em minha direção e eu não me movo, eu não posso, eu nunca posso.

- Eu estou morta...? Parece que não para você, querido. Você continua se lembrando de mim, todo dia. Toda noite. Toda vez que olha para eles.

Tento alcançá-la. Eu vou estrangular essa cadela com as minhas próprias mãos até ter certeza de que está realmente morta. Meus pés, no entanto, não se movem, frustrando-me.

- Você está errada! - eu rosno.

- Estou? - ela ri, caminhando até mim, chegando, de repente, até o meu rosto. - Você me mantém viva, querido. Você... meu fiel soldado.

Sua mão desliza sobre o meu rosto molhado, e eu fecho os olhos imediatamente enojado enquanto tento mover o meu rosto para longe do seu toque.

Eu quero meus dedos ao redor do seu pescoço.

Eu quero quebrá-lo, mas estou paralisado.

- Eu não sou nada seu. E eu fui o cara que tirou a sua vida, vadia. Não se esqueça. - Cuspo o ódio com minhas palavras, voltando a abrir os olhos para encará-la.

- Shiuu... Eu sei, baby. Mas não se preocupe. Eu te perdoo por isso. - Ela acaricia o meu rosto, e eu quero vomitar. - Te perdoo porque sei que você não me esqueceu, porque você está aqui comigo. Não com ela. Não com eles.

Georgia encosta o seu corpo molhado e gelado no meu.

- Não me toque... - Ordeno em tom ameaçador.

- Então se afaste, baby. Tudo o que você tem que fazer é se afastar. - Ela roça os lábios nos meus e eu tento com todas as forças me mover. - Mas você não pode, não é mesmo?

BROKEN DREAMS: EPÍLOGO (BROKEN CROWN #2.5) [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora