Eleven

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Conforme a água escorria pelo corpo magro de Chittaphon, e passava pela suas pernas, ela carrega junto todo desconforto e tormento, deixando-o renovado e revigorado. Tudo aquilo se devia ao fato de Taeyong ter voltado há duas semanas, e também por Johnny estar fazendo mais plantões e não tendo tempo para perturbar as suas ideias. Agradecia aos deuses por aquilo.

Escolheu uma roupa confortável e apropriada para o ar livre, já queria até a casa de Doyoung para ter um momento com os amigos. O casal havia chegado de viagem naquele dia e queria reunir algumas pessoas mais próxima em sua casa. Iriam comer, beber e bater papo no quintal. Seria bom para todo mundo, já que quando estavam juntos se esqueciam dos problemas e só rodadas preenchiam o local. Ten estava ansioso.

Após colocar os tênis, ele chamou o táxi que rapidamente chegou na porta do seu prédio. Naeun estava novamente com uma prima de Johnny. Era triste o fato de não poder ficar sozinho com a filha, seu peito se apertava toda vez que pensava na garotinha. Era tamanha crueldade o que faziam consigo. Mas quando tentou contestar aquele fato, tudo o que havia ganhado era marcas roxas de dedos em seu pescoço, então ficara quieto.

— Tennie!

Ouviu seu nome ser gritado assim que chegou no jardim dos Kim, sorrindo ao ver Jaemin correndo até si com os braços abertos. Fazia muito tempo que não via o alfa, estava com saudades do seu garotinho.

— Oi, meu bebê. — retribuiu o abraço. — Senti sua falta.

— Também sentia a sua. — murmurou, se aconchegando naquele abraço gostoso. — Junnie teve alguns problemas na China, por isso demoramos tanto assim.

— Mas aconteceu alguma coisa? Vocês estão bem? Estão machucados?

Jaemin riu e negou com a cabeça.

Não era atoa que Jaemin, Renjun, Jeno e Chenle sempre consideraram Ten como um paizão. O ômega sempre fora muito preocupado com a turminha, sempre procurando o bem deles, aconselhando, cuidando, tentando fazer de tudo para vê-los são e salvos. Ten tinha mais filhos que os seus legítimos.

— Não se preocupe, hyung. Foi apenas a herança dos pais dele que deu algumas problemas, uns tios dele não aceitaram que ele ficasse com tudo, por ser um ômega. — suspirou, incomodado com aquilo. — Mas ele é o único filho, e os pais do Junnie não teve culpa do sequestro dele.

— Aquela prisão acabou com boa parte das nossas vidas. Ainda bem que pelo menos todos nós nos conhecemos.

— Isso! Hoje vocês tem uma vida melhor e livre, e nós alfas somos gratos de ter ômegas tão perfeitos como vocês em nossas vidas.

Ambos sorriram com o comentário do alfa. Jaemin era uma das pessoas mais gentis que existia no mundo. Era admirável vê-lo daquela forma, e esperava que ele continuasse assim quando ficasse mais velho.

— Hyung! — ouviu o grito de Chenle, mesmo ele estando colado nos dois que ainda se abraçavam. — Sabia que Renjun e Jaemin nunca deram no coro?

— Yah, Chenle!

— Vocês são mais velhos que eu e Jeno.

— Amor e respeito são coisas mais importantes que sexo em uma relação, Chenle. — foi Renjun quem respondeu, abraçando Ten assim como seu alfa que não havia desgrudado dele.

— Bleh! O Jeno não me ama, porque ele não quer meter desde que eu entrei no sétimo mês de gestação. — o chinês mais novo fez uma careta.

— Amor, já conversamos sobre isso. O médico disse que pode prejudicar os bebês. — Jeno respondeu com calma. Era um poço de paciência.

Jeno e Chenle era um casal diferente. Dois complicados, complexos e totalmente opostos. O ômega tinha alguma coisa que fazia o Lee ficar. E o alfa, por incrível que pareça, tinha algo que não deixava o Zhong ir. Eram como Yin e Yang. O sol e a lua, a água e o fogo. Mas estavam destinados a ficar juntos desde outras vidas. Eram almas gêmeas.

— É claro que ter prazer na cama é essencial, mas o que é ainda mais importante, é que não seja o único momento no qual vocês têm uma verdadeira compatibilidade. — murmurou Doyoung, intrometendo naquela conversa enquanto estava sentado tomando uma cerveja.

— Mas é que eu gosto muito, hyung. — resmungou Chenle, completamente mimado ao bater o pé no chão e fazer um bico com os lábios. — E a gente tem discutido muito, então é obrigação dele transar pra fazer as pazes.

Ten, Jaehyun, Taeyong, Jeno, Jaemin e Renjun só estavam observando as coisas naquela altura. Sabia do enorme apreço, muito bem velado, que Chenle e Doyoung tinham um pelo o outro. Então não tinha ninguém melhor pra aconselhar o chinês que o empresário.

— Aquelas histórias de casais que compensam qualquer outro conflito com uma vida sexual fantástica, só funcionam na ficção. — respondeu com a voz suave, dando uma batata frita na boca de Jaehyun. — Na vida real é preciso que as pessoas se gostem, gostem da personalidade da outra, de fazerem coisas juntos.

Naquele momento, Chittaphon abaixou a cabeça e abraçou Jaemin, tentando não olhar para Taeyong que estava sentado bem a sua frente, tomando uma taça de vinho, mesmo cheiro que carregava naturalmente em seu corpo. Sentia como se as palavras de Doyoung funcionasse para os dois. Porque ele apreciavas a personalidade do alfa, a companhia dele, gostava de fazer qualquer coisa que seja, só pra estar com ele. Sexo nunca foi realmente uma pauta, o único atrativo ali. E era uma das coisas que mais cativava nele. Porque Johnny, na maioria das vezes, só o queria para sexo.

— Mas eu gosto de tudo isso com o Nono. Mas...

— Chenle. — Doyoung o interrompeu no mesmo instante. — Quando um relacionamento só está se sustentando por causa do sexo, está fadado a durar pouco. Mas quando você realmente aprecia a pessoa que está ao seu lado, aí sim tem grandes chances de ver essa história durar.

— Agora estou me sentindo um bosta. — negou com algumas lágrimas solitárias rolando pelo seu rosto.

— Você não é nada disso, meu anjo. — respondeu Jaehyun.

— Obrigado, hyungs. — sorriu timidamente, algo muito estranho de vê-lo fazer. — Jeno, vamos lá dentro conversar, porque eu quero ser boiola contigo e não quero ninguém vendo esse lado meu.

Jeno sorriu. Segurou a mão do namorado e selou seu lábios, levando-o para dentro da casa enquanto o pessoal desviava para outro assunto.

Os amigos continuaram a conversar, a comer e rirem de piadas bobas. Todos estavam em paz estando juntos ali, algo que deveria ser mais decorrente em suas vidas. Chittaphon não parava de reclamar da vontade imensa que estava de comer melancia, sendo que não tinha a fruta ali. Isso o estava fazendo choramingar, coisas de grávido.

— Fala sério, o Taeyong parece o mestre dos magos. Ele some do nada! — resmungou Jaehyun, caçando o amigo em algum lugar por ali.

— Ele deve estar no banheiro. — respondeu ao marido.

Doyoung tinha uma noção de onde ele havia ido. E suas suspeitas foram confirmadas quando viu o alfa aparecer com um potinho.

— Bom, na minha casa tinha... Então trouxe pra você. — o Lee sentou-se ao lado de Ten, com o potinho cheio de pedaços bem cortadinhos de melancia.

Chittaphon abriu a boca sem saber o que dizer com aquilo, estava tão feliz com aquele ato simples que não soube fazer outra coisa além de abraçar o alfa com força.

— Obrigado, Tae!

Começou a comer a melancia com a ajuda do alfa, enquanto era observado por um casal. Os outros mais jovens estavam correndo e brincando pelo jardim, com um Chenle grávido jogado na grama, reclamando de estar estufado de tanta comida.

— Quer apostar quando que no final de tudo, é o Taeyong que vai ficar com o Ten? — sussurrou Jaehyun no ouvido do marido.

— Não preciso apostar algo que eu já tenho certeza, meu amor. — deu uma piscadela, totalmente convicto.

xx

Eu sei que muita gente parou de ler por causa da minha demora. Mas eu tive muitos problemas, continuo tendo, mas estou me esforçando para terminar essa história porque vocês merecem saber tudo.

Me perdoem.

Reasons To Smile [taeten] ~ aboOnde histórias criam vida. Descubra agora