VENUS 2 - THE RETURN

1.2 HISTÓRIA DE FANTASMA

O balanço que ninava seu corpo assemelhava-se ao movimento de um carro, que era guiado em alta velocidade em uma linha reta.

Aos poucos o corpo de Harriet vai despertando, fazendo-a sentir membro a membro um por vez até comprovar que estavam todos bem.

Quando abre os olhos percebe que o que dói é a sua cabeça, pouco antes de perceber que estava deitada no banco traseiro de um carro que estava sendo conduzido por Steve, com Natasha como co-pilota.

- A Cinderella acordou. – a voz de Steve diz assim que nota-a erguer-se, pelo espelho retrovisor.

- Bela Adormecida. – Nath o corrige com a voz engrenhada devido aos membros doloridos. – A referência é a Bela Adormecida.

- Que seja. – ele dá de ombros e se volta à Harriet. – Você está bem?

- Dor de cabeça de leve. – ela estala o pescoço – E vocês?

- Bem, na medida do possível, - ele olha Nath de canto de olho – graças ao seu campo de força.

- É. – a ruiva vira o corpo minimamente em sua direção para olhar em seus olhos e dizer significantemente: – Obrigada. Estou te devendo uma.

Harriet sabia o que aquela frase significava, era a tradução para: quando precisar ser salva, farei o mesmo por você.

Porém a mulher não agia com intenções de receber algo em troca, só agia por instinto, por impulso. E se ela fez o que fez foi porque se afeiçoara o suficiente á Natasha. E esse tipo de conclusão tornava-as cada vez mais próximas.

É, talvez. Harriet pensa.

- Não está não, não foi nada demais. Fica tranquila. – ela balança a mão para logo se voltar à Steve – Onde estamos indo?

- Estamos sendo caçados, cada minuto em campo aberto nos deixa mais expostos. – ele explica. – Conheço um cara que é confiável e não tem ligação alguma com S.H.I.E.L.D. ou qualquer organização que seja. Assim conseguimos organizar as ideias.

- E ele está em...

- Washington. – Steve completa.

- No antro da politicagem e lugar cercado de agentes que estão nos procurando. – Harriet comenta com um sorriso sem humor, olhando ao seu redor e notando que já havia amanhecido, além da paisagem aos poucos estar se consolidando de campestre para urbana.

- Não temos outra escolha. As pessoas que temos ligação são as primeiras que serão abordadas.

Happy Hogan é o primeiro que surge na mente de Harriet. Ela se perguntava como ele estava se saindo.

- Fora que todo mundo que a gente conhece meio que está tentando nos matar. – Nath comenta para rir anasalada.

-x-

Quando chegam ao local, Harriet fica surpresa ao se deparar com uma casa comum em um bairro tranquilo e sem qualquer tipo de pistas que indicassem de onde Steve pudesse conhecer o tal cara.

Pelos fundos eles se esgueiram e o loiro bate na porta discretamente.

Pouco se demora para um rapaz moreno, de músculos aparentes, cavanhaque bem feito, sobrancelhas grossas e cabelo aparado a abrisse e seus olhos se esbugalhassem de surpresa ao se deparar com as três figuras mais discrepantes de todo o ambiente.

Sem apresentar qualquer hesitação, ele os deixa entrar em sua casa.

E é só então que os acontecimentos das últimas horas bombeiam a mente de Harriet.