Passo o resto da tarde grudada na minha mãe para não correr o risco de ficar sozinha com César. O que aconteceu na cozinha foi perigoso demais para se ignorar. Não é a primeira vez que esse tipo de coisa acontece. César já se aproveitou da nossa proximidade para fazer algum comentário de duplo sentido, o problema é que eu não recuo. Eu não recuo e sei que poderia fazê-lo se quisesse.
Geralmente passo o meu sábado na casa de Mike fazendo trabalhos da faculdade, ou saímos e pegamos geral na balada. Tenho vinte e um anos e aproveito muito bem.
Hoje, porém, passei o dia falando com minha mãe sobre receitas, roupas, cabelos e todas coisas que nós gostamos.
Agora é mais de dez da noite e decidimos assistir a um filme. O filme é de ficção científica, bem complexo e com várias teorias, do jeito que gosto.
Minha mãe, por outro lado, passa os primeiros trinta minutos reclamando que não está entendo nada. Rio toda vez que ela faz algum desses comentários.
Eu também não estou entendendo nada, mas isso é porque estou ocupada demais desejando o meu padrasto, que está deitado no tapete da sala, com os braços cruzados na cabeça.
É um esforço enorme não olhar para ele, no corposarado que tanto desejo, nas mãos grandes que anseio, no enorme pa...
Pelo amor de Deus, Mayra. Cale a boca!
— Estou com tanto sono. — a voz sonolenta da minha mãe me faz tirar os olhos da televisão.
— Não está nem na metade. Aguente mais um pouquinho.
Ela resmunga alguma coisa e depois fica em silêncio. Cinco minutos depois se levanta do sofá.
— Vou dormir, não tenho mais pique para filmes complexos e difíceis.
Fico um pouco aliviada, pois posso correr para o quarto e ficar sozinha.
— Tá bom, — me sento no sofá — podemos terminar amanhã.
— Não precisa, querida. Podem terminar, não gostei do filme mesmo.
— Tem certeza? — pergunta César comtranquilidade, sentando-se no chão. — Mayra tem razão, nós podemos terminar amanhã.
Ela descarta o comentário com um aceno e vem na minha direção.
— Podem assistir tranquilos.
Quero pedir que ela fique, ou que nos peça para terminamos amanhã, mas ela apenas se despede e sai da sala. Nos deixando sozinhos.
Eu sei que minha mãe jamais imaginaria maldade entre nós dois, mas me pergunto como ela não percebe essa tensão sexual que existe entre seu marido e eu? Como pode não notar o jeito que ele me olha e como eu evito olhá-lo?
Ignoro todas essas perguntas e mantenho minha atenção no filme. Não estou entendendo nada, pois por mais que eu tente não consigo prestar atenção. Sei que tem tramas para se desenrolar e algum mistério para ser desvendado, mas não foco em nada.
César se levanta do tapete e deita no sofá que estava sendo ocupado por minha mãe, e finjo que não percebo.
Enquanto assisto as imagens na televisão, dentro da minha cabeça se passam imagens quentes e totalmente proibidas. Coisas que evito pensar.
Nos meus pensamentos César não é meu padrasto, é apenas um homem livre e desimpedido que quer ter uma noite de sexo. E eu não sou filha da sua esposa. Nos meus pensamentos eu posso beijá-lo sem me sentir culpada. Posso imaginar nós dois em uma cama sem me sentir uma vadia.
Fico assim por alguns minutos, mas sinto minha garganta seca e me levanto.
— Vou beber água. Quer alguma coisa? — a pergunta é feita apenas para quebrar o gelo.
— Não, obrigado. — não o olho em nenhum momento, mas sei que sua atenção está em mim.
A energia que ele emana é forte demais para não ser sentida. É quase como se eu conseguisse tocar, senti-la diretamente em contato com a minha pele.
Saio da sala rapidamente e vou para a cozinha. Éuma pena que não tenha porta, caso contrário tenho certeza que trancaria.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu padrasto - Conto erótico (Amostra)
RomanceMayra está a anos tentando ignorar o desejo que sente por César, seu padrasto, mas é difícil ignorar quando ele da indícios de sentir o mesmo. Por mais que tente lutar contra o desejo avassalador que sente, ela não tem certeza se conseguirá resistir...