Arrumei o sobretudo em meu corpo enquanto olhava para a mesa e para a bolsa, me certificando de que não estava esquecendo de nada.
Suspirei aliviada pelo pensamento de que, em breve, estaria livre dos saltos, dessa calça apertada, na companhia de Luka e de um pote de pipoca. Com apenas a luz da televisão em algum filme aleatório do aplicativo da HBO iluminando a sala.
Talvez, depois do segundo filme, poderíamos ficar deitados de conchinha na cama, com a atenção focada na respiração do outro. Como um verdadeiro casal de comercial de margarina, assim como Alya chamava-nos.
Apertei o alarme do meu recente presente de três anos de namoro. Um carro novinho, escolhido por mim e que eu não aceitaria se ele não tivesse insistido tanto.
Ele era lindo, vermelho e os bancos eram tão confortáveis que ao sentar, eu senti meu corpo todo relaxar e quase se render ao cansaço.
Girei a chave e sai pacientemente com o carro da garagem da empresa.
Liguei para Luka pela tela multimídia do carro. Fiquei preocupada quando a mensagem da caixa postal começou a tocar em um volume baixo pelo carro.
Eram oito e quinze da noite. Ele saia às seis e vinte, então já deveria estar em casa.
Respirei fundo, deixando a preocupação de lado. Talvez o celular estivesse descarregado, ou ele estaria ocupado preparando alguma surpresa para mim.
A última opção me deixou empolgada. Talvez, finalmente, fosse o pedido de casamento que eu tanto almejava.
Quando cheguei em casa, notei que todas as luzes estavam apagadas mas o carro dele estava lá.
Luka não era de dormir cedo. Na verdade, toda noite, ele me esperava chegar do trabalho no sofá da sala. Na maioria das vezes, eu o encontrava dormindo – e babando – sentado com a televisão ligada na comum pergunta da Netflix: "Você ainda está assistindo?"
Hoje seria um desse dias se o meu chefe não tivesse um encontro depois de cinco anos solteiro e sozinho, com algum homem aleatório que o deixou pela primeira vez de bom humor, liberando três horas antes do usual.
Fechei a porta do carro sem fazer muito barulho e entrei em casa.
Estava um breu total e se não fosse o meu próprio senso de direção – com a ajuda mínima da lanterna do celular –, eu nunca chegaria viva na escada que levava aos quartos.
A casa tinha no total quatro quartos. O último quarto à esquerda no corredor era a nossa suíte; o quarto em frente a ele eu usava como ateliê particular e ao lado dele ficava o quarto de hóspedes que Juleika usava quando estava em Paris.
Já fazia um ano, desde quando a morena – irmã gêmea de Luka – tinha se mudado para Nice. Tinha encontrando o trabalho dos sonhos na cidade e usou ele como motivo para se mudar.
Na última vez que fomos a visitar, ela parecia estar mais íntima com a colega de quarto. Uma loira que se não me engano se chama Rose. Rose Lavillant.
Eu particularmente achava elas uma fofura juntas e tinha minhas suspeitas sobre elas terem uma amizade colorida ou um relacionamento ainda não assumido, mas Luka dizia que eu estava enlouquecendo e que era óbvio que elas eram apenas grandes amigas.
Gemi baixinho de dor ao bater o dedo do pé em um degrau. Maldita hora para o meu celular descarregar por completo!
Parei em frente a porta da suite ao escutar gemidos do outro lado, gemidos masculino. Será que Luka estava se... Bem... Você sabe!
Ajeitei minha blusa de forma que meus seios ficassem um pouco à amostra. Suspirei, entrei e liguei a luz, ainda com os olhos semi-abertos.
E quando os abri, não acreditei no que estava vendo.
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Drink
FanfictionNo qual, após ver uma traição em sua frente, Marinette Dupain-Cheng para em um bar com o objetivo de esquecer suas magoas e talvez, conhecer pessoas novas. Na noite seguinte, ela acaba se reencontrando com o mesmo bartender que deu em cima, no janta...