Lembranças. As lembranças que eu tenho naquela casa, em grande maioria, são boas, maravilhosas! Mesmo as lembranças que envolviam o Luka.
Lembranças como a de quando nós dois, juntos, com a ajuda de alguns amigos pintamos toda a casa e deixamos nosso quarto pro final. Pintamos ele quase a tarde inteira, parando somente para comer, beber água, trocar carícias e deixar ele me pintar com pincel.
Pintar com um duplo sentindo fortíssimo!'Pra gente não era problema o lugar, a condição, o clima, a posição ou o tempo. Transávamos em qualquer lugar, fosse banheiro, cozinha, quarto ou até na garagem. Não fazia diferença se estava frio, se estávamos sujos de lama ou tinta, muito menos se tinha ou não preservativo.
Eu e ele só queríamos saber de dar e receber prazer. Se em um futuro próximo ou distante, ficássemos com torcicolo, dor no braço, na cabeça ou em qualquer outro lugar. E aliás, se ficasse, cuidávamos um do outro como o casal parceiro que eu achava que éramos!
O casal parceiro, perfeito, romântico e grudento. Era assim que a maioria dos nosso amigos descrevia a nós dois.
Meus pais viam Luka como o genro perfeito! Trabalhador, respeitoso, inteligente, gentil, educado e totalmente apaixonado por mim.
Mamãe disse uma vez que o Luka me olhava como se eu fosse um diamante raro e frágil, que se não segurado com cuidado se quebrava. Definitivamente ele cagou para a parte do frágil e me jogou de uma escada eterna com o único de objetivo de destruir até o último pedaço do tal diamante.
Nessa analogia o diamante seria o meu coração.
Respirei o mais fundo que conseguia e girei a chave na fechadura.
Os porta-retratos continuavam lá e eram diversos. Tinha eu e ele numa viagem na Grécia, a outra foi na Itália e uma foi em Xangai. Nesse ano estávamos planejando passar as férias – e alguns dias à mais – nas Maldivas. Era um sonho meu e dele e que queríamos realizar juntos com os nosso pais.
Alguns porta-retratos só tinham a mim ou a ele. Fotos dele com Anarka, com Juleika e ele criança com os pais. Luka era uma criança fofa mas ele bebê era, indubitavelmente, o pico de sua fofura e beleza.
Sempre tive a Imagem de que, se tivéssemos filhos um dia, eles seriam tão belos quanto ele mas numa mistura exata nossa: olhos puxadinhos azuis, bochechas gordinhas e os lábios finos como os dele.
Oh aqueles lábios! Eles eram bons em tantas coisas.
Passei a mão nas fotos e nos móveis, sendo invadida por cada sensação, momento e cheiro, como se tudo estivesse acontecendo novamente e eu estivesse apenas assistindo como uma telespectadora.
Larguei a bolsa no sofá. Tudo estava no mesmo lugar, nem dois centímetros fora do lugar.
Talvez ele não estivesse dormindo em casa nas últimas semanas. A amante deve ter sentido pena, levado ele para casa e o servido um chá especial capaz de o fazer esquecer qualquer coisa.
Deixei algumas caixas na sala e subi as escadas que levavam para os quartos. Tinha roupas, jóias, roupas íntimas e objetos de trabalhos meu por toda aquela casa.
Joguei tudo que era meu em uma caixa e voltei para o quarto.As recordações daquele dia me invadiram com força quando cheguei perto da cama. Era a mesma roupa de cama daquele dia e, tirando as roupas e algumas coisas que estavam ao chão, estava tudo no mesmo lugar. Levantei o porta-retrato, me fazendo a mesma pergunta que tinha feito desde o dia da traição: o que tinha levado Luka a fazer aquilo? O que estava faltando em mim ou em nós, que ele foi procurar na rua? Em outra pessoa?
Eu sei que não era falta de carinho, sexo ou atenção. Passávamos sempre o máximo de tempo que podíamos juntos e, às vezes, até extrapolávamos os limites.
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Drink
FanfictionNo qual, após ver uma traição em sua frente, Marinette Dupain-Cheng para em um bar com o objetivo de esquecer suas magoas e talvez, conhecer pessoas novas. Na noite seguinte, ela acaba se reencontrando com o mesmo bartender que deu em cima, no janta...