— Bom dia! Bom dia! Amei sua maquiagem! Bom dia! — cumprimentei aos funcionários que passavam por mim.
Grande parte deles me encaravam como se eu estivesse fora de mim, controlada por alguma força superior que me obrigava a agir gentilmente.
Eu entendia perfeitamente bem os olhares que eu estava recebendo. Marinette Dupain-Cheng, a mau humorada chefe do setor seis, estava dando 'bom dia' até para a equipe da limpeza. Aquilo só poderia acontecer em uma dimensão alternativa!
Em tese, nem eu mesma sabia o motivo do meu bom-humor. Eu tinha milhares de motivos para estar com um humor terrível mas, bem, eu tinha acordado assim e não poderia – e nem queria – fingir um mal humor.
Talvez tenha sido a banheira de hidromassagem que eu usei na noite anterior ou a bela noite de sono que eu tive naquela cama gigante do hotel. Foi a primeira vez em anos que eu dormi silenciosamente e bem, sem um celular apitando alto a cada dez segundos por alguma notificação ou alguém roncando do meu lado.
— Bom dia, Heloise! — abracei a mulher que se surpreendeu e nem teve tempo de reagir e retribuir o aperto. — Como vai você? E o seus filhos? — continuei a caminhar em direção a minha sala.
— Senhorita Dupain-Cheng, eu... — Ela vinha atrás de mim em passos apressados e cuidadosos por conta dos saltos.
Tentava me segurar mas eu andava com muito mais leveza e pressa que ela.
— Senhorita, senhorit-... — ela engoliu a seco ao me perceber séria, encarando a pessoa que eu menos precisava ver hoje.
— O que esse filho da puta tá fazendo aqui? — todo o meu bom humor tinha caído por terra, inclusive minha educação e gentileza. Anarka que me perdoe mas o filho dela era sim, um grande filho da puta. — Eu proibi a entrada dele aqui! — joguei minha bolsa em algum canto, me arrependendo no momento seguinte de não ter jogado na cara dele.
Esse era o momento perfeito para eu jogar Luka da janela, como eu deveria ter feito na noite em que eu vi ele me traindo.
— Pode ir, Heloise. — ele ditou com os braços cruzados e uma feição séria.
Nos encarávamos, sem desviar o olhar por um momento.
— Você fica, Heloise. — disse, interrompendo a saída minuciosa de Helô. — A funcionária é minha!
— Mas a empresa não é sua.
— Muito menos sua. — ergui uma das minhas sobrancelhas e cruzei meus braços.
Iniciamos uma briga de olhares até escutarmos Helô rir de nervoso e desviarmos nosso olhar para ela. A mulher de um metro e quarenta, rechonchuda, de aproximadamente cinquenta anos, cabelos escuros, olhos castanhos e pela clara, pedia com o olhar para que deixássemos ela ir e continuar seu trabalho.
— Pode ir, Heloise. — disse e assim a morena saiu, pedindo licença e nos concedeu um bom dia.
A última coisa que eu teria agora, era um bom dia.
— O que você está fazendo aqui?
— Já que você nunca atende minhas ligações ou responde minhas mensagens, eu vim aqui recuperar minhas coisas. — enfiou a mão no bolso da calça.
Só tinha percebido agora, o fato de Luka estar vestido formalmente.
— Que coisas? Não tem nada seu aqui. — comecei a ajeitar minhas coisas na mesa e a estava prestes a me sentar.
— A chave do meu carro. — ele disse, se aproximando.
Me levantei rapidamente e com certa raiva.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Drink
FanficNo qual, após ver uma traição em sua frente, Marinette Dupain-Cheng para em um bar com o objetivo de esquecer suas magoas e talvez, conhecer pessoas novas. Na noite seguinte, ela acaba se reencontrando com o mesmo bartender que deu em cima, no janta...