✧.:°• Chapter Four •°:.✧

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— Bom dia! Bom dia! Amei sua maquiagem! Bom dia! — cumprimentei aos funcionários que passavam por mim.

Grande parte deles me encaravam como se eu estivesse fora de mim, controlada por alguma força superior que me obrigava a agir gentilmente.

Eu entendia perfeitamente bem os olhares que eu estava recebendo. Marinette Dupain-Cheng, a mau humorada chefe do setor seis, estava dando 'bom dia' até para a equipe da limpeza. Aquilo só poderia acontecer em uma dimensão alternativa!

Em tese, nem eu mesma sabia o motivo do meu bom-humor. Eu tinha milhares de motivos para estar com um humor terrível mas, bem, eu tinha acordado assim e não poderia – e nem queria – fingir um mal humor.

Talvez tenha sido a banheira de hidromassagem que eu usei na noite anterior ou a bela noite de sono que eu tive naquela cama gigante do hotel. Foi a primeira vez em anos que eu dormi silenciosamente e bem, sem um celular apitando alto a cada dez segundos por alguma notificação ou alguém roncando do meu lado.

— Bom dia, Heloise! — abracei a mulher que se surpreendeu e nem teve tempo de reagir e retribuir o aperto. — Como vai você? E o seus filhos? — continuei a caminhar em direção a minha sala.

— Senhorita Dupain-Cheng, eu... — Ela vinha atrás de mim em passos apressados e cuidadosos por conta dos saltos.

Tentava me segurar mas eu andava com muito mais leveza e pressa que ela.

— Senhorita, senhorit-... — ela engoliu a seco ao me perceber séria, encarando a pessoa que eu menos precisava ver hoje.

— O que esse filho da puta tá fazendo aqui? — todo o meu bom humor tinha caído por terra, inclusive minha educação e gentileza. Anarka que me perdoe mas o filho dela era sim, um grande filho da puta. — Eu proibi a entrada dele aqui!  — joguei minha bolsa em algum canto, me arrependendo no momento seguinte de não ter jogado na cara dele.

Esse era o momento perfeito para eu jogar Luka da janela, como eu deveria ter feito na noite em que eu vi ele me traindo.

— Pode ir, Heloise. — ele ditou com os braços cruzados e uma feição séria.

Nos encarávamos, sem desviar o olhar por um momento.

— Você fica, Heloise. — disse, interrompendo a saída minuciosa de Helô. — A funcionária é minha!

— Mas a empresa não é sua.

— Muito menos sua. — ergui uma das minhas sobrancelhas e cruzei meus braços.

Iniciamos uma briga de olhares até escutarmos Helô rir de nervoso e desviarmos nosso olhar para ela. A mulher de um metro e quarenta, rechonchuda, de aproximadamente cinquenta anos, cabelos escuros, olhos castanhos e pela clara, pedia com o olhar para que deixássemos ela ir e continuar seu trabalho.

— Pode ir, Heloise. — disse e assim a morena saiu, pedindo licença e nos concedeu um bom dia.

A última coisa que eu teria agora, era um bom dia.

— O que você está fazendo aqui?

— Já que você nunca atende minhas ligações ou responde minhas mensagens, eu vim aqui recuperar minhas coisas. — enfiou a mão no bolso da calça.

Só tinha percebido agora, o fato de Luka estar vestido formalmente.

— Que coisas? Não tem nada seu aqui. — comecei a ajeitar minhas coisas na mesa e a estava prestes a me sentar.

— A chave do meu carro. — ele disse, se aproximando.

Me levantei rapidamente e com certa raiva.

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