Capítulo - 1

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1.Camila (p. o. v.)

Sou Camila, uma estudante que acaba de se mudar, e volto ao ensino médio amanhã, gosto muito de fazer algumas explorações em prédios abandonados, porém ninguém sabe, sempre faço com um capuz. São oito da noite, e algo fantástico está para acontecer, eu estava escalando um prédio sozinha, quando ouvi um barulho de spray no andar que eu estava, me aproximei, a pessoa que estava pichando foi embora, e havia um arco íris na parede com a escrita: Seja livre!

Achei estranho isso ser pichado em um prédio em que ninguém vai ver, porém ao explorar dois outros prédios percebi várias pichações, de diferentes estilos e diferentes letras, por aqui provavelmente têm grupos exploradores, decidi descobrir a identidade de um deles nas próximas explorações. No outro dia fui a escola, como era primeiro dia os professores apenas explicaram o método deles, eu não me identifiquei com ninguém, até a hora do intervalo. Uma garota muito bonita chegou a mim para me cumprimentar.

- Olá sou a Carol, vejo que é nova, deixe-me te mostrar os grupos daqui. - ela se aproximou sorrindo e apertando minha mão.

- Sou Camilla, prazer. Bem, me mostre, por favor. - pedi sorrindo e retribuindo seu aperto de mãos.

- Aqueles que parecem maus são os rebeldes, eles sempre se metem em problemas, mas sempre se safam pela inteligência e são legais com outras pessoas dos grupos que vai ver por ai. Os mais arrumados são os riquinhos, eles usam do dinheiro sujo que ganham ilicitamente como vantagem, não recomendo ficar perto, quase ninguém gosta deles. E finalmente, aqueles com cara de sono são o meu grupo, nós praticamos alguns esportes e saímos sempre que podemos, eu diria que somos o equilíbrio, a gente não costuma se misturar muito, mas somos legais e fieis uns aos outros. - ela fala alternando os olhares entre mim e as pessoas ao redor - Então, espero que não esteja tão perdida quanto antes. - olha pra mim e da uma risadinha.

- De fato, obrigada pela introdução Carol, a escola parece ser bem diversificada, achei curioso e interessante. E por acaso se não for pedir muito...Você me parece ser bem informada, então provavelmente já ouviu falar de um grupo de exploradores? Que anda por aí pichando prédios, descobrindo lugares novos ? - pergunto com cautela, imagina se a menina se assusta ne?

- Não sei de deveria te contar, mas tenho os meus contatos, você parece confiável Camila, não me desaponte. - falou séria me olhando diretamente. Confesso que fiquei assustada, porém não tem como fazer nada de errado. - Parece que vão pichar um prédio hoje à noite minha namorada pode te ajudar o nome dela é Isa e tem a minha amiga Sue Gilbert elas estão na sala de música lá você encontra elas. É só seguir o corredor principal até a ultima sala.

- Obrigada, pelas informações e pela ajuda.

- Por nada. - respondeu acenando.

Fui a caminho da sala de música, tinha um grupo lá, e mais três meninas sozinhas, fui até elas.

- Desculpa atrapalhar vocês. Mas, qual de vocês é a Isa ? - perguntei nervosa, elas me olhavam com feições sérias confesso que fiquei com receio de falar.

- Sou eu, por que? - ela era bem branquinha, quase da minha altura, sua namorada era um pouco menor que ela, mas elas eram parecidas, tirando a cara de mau que ela tinha. nossa que menina delicada ne? só falta ela querer me agredir.

- Preciso que me dê uma ajuda. Eu me chamo Camila e Acabei de falar coma sua namorada a Carol, ela me disse que estaria aqui com uma tal de Sue Gilbert, eu não queria incomodar, mas eu não conheço ninguém ainda. - respondi com o sorriso mais suave que eu tinha, poxa cara eu só queria uma ajuda.

- Ah, você é nova, prazer Camila, é que normalmente nosso grupo não faz muitas amizades novas, mas está tudo certo. Em que posso ajuda lá? - ela respondeu sorrindo e meu deus ela era legal ainda bem.

- Eu conversei com a Carol e ela me disse que você saberia o endereço do prédio que vão pichar hoje.

- Está procurando os exploradores, você já viu a arte deles por ai ne?

- Sim, fiquei impressionada, principalmente com este aqui - tirei meu celular do bolso para mostrar ela a foto do grafite.

- Você é gay ne? Quase todo mundo do grupo é - respondi que sim acenando com a cabeça e rindo. - Conheço alguém que vai adorar te conhecer. Ok vai nesse endereço vai ter uma pessoa lá hoje.

- Obrigada, você me ajudou muito. Eu posso saber o nome da pessoa que tenho que encontrar?

- Ainda não, mas a pessoa vai saber quem é você e não foi nada nada, a gente se vê por ai - ela respondeu saindo.

Terminei a aula e fui ao endereço do prédio que a Isa me deu, o lugar era abandonado, parecia que estava assim a anos, a vista do alto era bem bonita, quando olhei para o lado me dei conta de que alguém estava pichando "Adeus" na parede do prédio.

- Jimin, vai agora. - escutei uma voz vindo dessa pessoa, ela estava usando um capuz preto, deveria falar com ela, é a pessoa que pintou aquela arte, os traços são iguais, eu achei a pessoa caralho.

- Ei espera, por favor. Seus trabalhos eles são incríveis. Eu adoraria ver os outros.

- Quem é você? Droga! Não deveria estar aqui. fodeu tudo, vai cair tudo. - eu a olhei assustada, ainda não vi seu rosto, mas sabia que era uma mulher, senti sua energia também, ela parecia assustada e nervosa, talvez surpresa por não estar sozinha.

Barulhos de explosões começaram à distância e vão se aproximando. porra eu já estava desesperada, ela me olhava sem saber o que fazer e o barulho ia se aproximando mais e mais.

- Não tem o que fazer. Está chegando aqui! Vamos! - falei puxando ela, que nem saia do lugar.

- Pode ir, meu destino é morrer aqui, não vou medir esforços para me salvar, você nem deveria estar aqui, então vai logo. - fala com calma e acende um cigarro, porra que filha da puta.

- Que merda garota, eu não aceito isso. - Corri e puxei-a pelo braço até o prédio do lado, ela se soltou de mim na janela de um prédio pro outro.

- Droga! Me largue! - ela estava se balançando tentando se soltar.

- Cala a boca! Você vem comigo. - Puxei ela para dentro de um dos prédios.

Começamos a correr quando tudo foi caindo em cima da gente, o prédio estava tremendo tanto que podia cair a qualquer momento, não percebi quando ela sumiu da minha vista, a explosão chegou no prédio aonde estávamos, eu caí do trigésimo andar, mas, a garota me segurou e foi ai que eu consegui observar a cor dos seus olhos pela primeira vez.

- Eu não aguento mais, não consigo segurar...





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