[ABO] Cadê o clichê?! |Yoonseok|

Nem mudando de escola

◯◯◯

Eu poderia dizer que agora, nesse momento, andava pelo corredor enorme e lotado, da minha nova escola, tentando não chamar atenção desnecessária, passar despercebido até a minha sala de aula no mesmo andar que eu já estou, o 2º.

Exatamente... "poderia".

Eu corria a toda velocidade, fazendo os outros estudantes se espantarem e abrirem caminho, desesperado em fugir do alfa mais doido que eu conheço. Quando ele me alcançou, após ter falado "eu vou te pegar" — em alto e bom som —, me puxou fortemente pela cintura, fazendo minhas pernas irem para frente; como se elas fossem continuar correndo sem mim.

Logo ele me tirou do chão, completamente, e por instinto eu encolhi meus membros inferiores. Sim, eu soltei um gritinho, que eu confesso que se pareceu com um miado.

— KIM TAEHYUNG, me coloca no chão! — ele obviamente não me deu ouvidos, me "manobrando" com tamanha facilidade; o que acabou com ele andando pelo corredor comigo em seu ombro, como um saco de batatas.

Desgraçado.

— Qual é a sala que você vai ter a primeira aula mesmo, Yoongi? — suspirei, por ele ter a cara de pau de me perguntar algo mesmo depois de ignorar todos os meus protestos, para que me soltasse.

— 2E, Tae... me deixa ir sozinho! A sua primeira aula é em outro corredor, não?

— Não. E sim, é em outro corredor, quase do outro lado da escola, mas eu quero te deixar na sua sala para garantir que você não perca aula, mocinho.

— Eu sou mais velho do que você, seu idiota...

— Só um ano!

— Foda-se! Eu ainda sou o seu Hyung! — esbravejei e fiquei emburrado, fazendo um biquinho crescer em meus lábios.

— Tira esse biquinho da cara.

— Não estou fazendo bico, e você não pode se incomodar com algo que você nem está vendo — franzi o cenho, tentando me virar e olhar para ele.

— Mas eu te conheço e sei que ele está aí — ele continuou caminhando e eu abaixei a minha cabeça, olhando para sua bunda e pés em movimento, pois a medida que avançamos pelo corredor eu podia ver muitos olhando para mim e o meu estado de refém.

— Eu vou meter a mão na sua bunda se você não me colocar no chão — falei calmo, mas em tom de ameaça.

— Aprecio a sua fascinação por ela, mas não precisa, pois nós já chegamos — ele me colocou no chão e me entregou a minha bolsa de ombro. — E saiba que eu que tinha muito mais acesso à sua bunda, gatinho raivoso — deu ênfase em "sua". Cretino.

— Chato.

— Boa aula, eu vou te pegar na sala que você estiver quando der o horário de irmos no refeitório, ok?

— E como você vai saber qual é a sala que eu estou? — sim, eu achei que conseguiria o despistar por termos aulas diferentes.

— Eu peguei o seu cronograma de aula ontem à noite e tirei foto.

— Pilantra! — fiz bico, de novo.

— Até depois! — ele me deixou um beijo na testa e saiu andando, fugindo do tapa que eu tentei lhe dar.

Assim que entrei na sala, sob o olhar de alguns curiosos, vi que ela estava parcialmente vazia.

O "X" da questão é: onde eu vou sentar?