Prólogo

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Flash back on.

Ela sabia das responsabilidades de uma princesa, ser uma moeda de troca, era para isso que princesas serviam e era para isso que ela foi criada, ou melhor, era para ser. Depois de anos tentando ter um herdeiro homem ele nunca chegou, 5 vezes a rainha esteve à espera de herdeiros, mas apenas duas das crianças conseguiram vir ao mundo com vida, as duas princesas do reino. Com 50 anos de diferença Kira e Jinx, foram criadas para governar, para matar e para serem subestimadas.

A Rainha e suas damas eram responsáveis por ensinar a elas a fragilidade, inocência e compaixão de uma princesa, pois para se governar com honra o ato de se colocar no lugar do próximo era necessário. Já o Rei, criou uma máquina de matar poupou apenas uma das filhas da visão do monstro que elas poderiam se tornar. Gostava de fazer suas filhas parecerem dóceis e frágeis, verdadeiras submissas, ele não conseguiu um herdeiro, mas conseguiu duas garantias de boas alianças. Sabia da força de ambas e gostava disso.

Kira a mais velhas das duas irmãs era seu maior orgulho, uma princesa graciosa e uma guerreira esplêndida, ela com toda certeza era sua criação mais acertada, uma máquina, uma assassina, seu soldado mais leal.

Ao longo dos anos o reino foi palco para centenas de batalhas, pelos mais diversos motivos, desde uma busca incansável por território à uma guerra já travada a milênios de Verkix contra lobos, uma batalha a muito iniciada e que já levou a vida de centenas de soldados de ambos os lados do campo.

Todos estavam cansados disso, os soldados, os governantes, os camponeses, e as outras espécies, muitas as quais já conseguiam viver em paz umas com as outras.

Cento e cinquenta anos se passaram desde o nascimento da princesa e futura rainha de Verquix, e mais uma vez pela janela de seus aposentos ela presencia uma batalha em seu reino, mas dessa vez seus homens lutam contra um oponente pouco conhecido, pelos anos de estudos Kira pode os identificar como membros da armada de Kenfyl, um reino a muito esquecido, segundo as lendas esse lugar era composto por criaturas cruéis, capazes das mais temíveis torturas, um povo que já dizimou e foi dizimado, que habitavas apenas em lendas e contos para assustar crianças curiosas, mas que agora ela presenciara pela segunda vez, eles eram reais e estavam no quintal de sua casa.

Ela queria estar lá, queria lutar ao lado dos seus, mas graças a ordem de seu pai não estava e por mais que quisesse não conseguia o culpar, sabia que a ordem dada a ela de proteger sua irmã mais nova era apenas uma desculpa para a manter longe da frente de batalha, era para mantê-la salva, seu pai por mais que se demonstre frio aos olhos de todos, sofrerá muito com a morte de sua Rainha anos antes em uma batalha contra esses mesmos inimigos, embora seu exército tenha saído vitorioso o Rei retornou derrotado, sofrendo a maior perda que um companheiro poderia enfrentar, a perda de sua predestinada.

Kira já governava, o estado de seu pai não era mais o mesmo desde a morte de sua esposa e todos sabiam disso, ao lado do braço direito do Rei e de seu próprio homem de confiança ela buscava a paz, que nesse momento não existia.

Um barulho é ouvido atrás das portas de seu quarto, sua irmã que estava ao seu lado encolheu-se na hora, o medo era claro nos olhos de sua pequena protegida, por mais valente que ambas as irmãs fossem, elas sempre foram o ponto fraco uma da outra, protegiam uma à outra, eram a fortaleza delas mesmas e se sentiam à vontade para demonstra fraqueza na pequena bolha se superproteção que partilhavam. As herdeiras se abraçaram e se prepararam, a batalha havia chegado até elas.

Nenhuma delas atacou ou avançou no inimigo quando eles conseguiram finalmente abrir a porta, ao contrário, imploraram e choraram pedindo para serem poupadas, os homens riram da frágil situação das filhas do comandante, enquanto declaravam xingamentos as irmãs.

O preço da Coroa.Onde histórias criam vida. Descubra agora