Preso na época errada

Prólogo

Nova York, Setembro de 2021

Por Aruen

Falta exatamente uma semana, para o último primeiro dia de aula, e também para o dia do meu aniversário.

Sim, faço aniversário também no primeiro dia de aula, a maioria dos adolescentes odeiam, mas eu nem ligo pra mim é só mais um dia normal, onde eu com certeza vou passar um dia lendo livros físicos ou no Wattpad, ou talvez quem sabe assistir alguma coisa, tanto faz.

Sou interrompido de meus pensamentos quando ouço alguém bater na porta da minha caverna, ou melhor dizendo, meu quarto.

– Não tem ninguém o Aruen faleceu!- Grito já imaginando que seria Regina minha mãe.

Não me levem a mal, só não estava a fim de ver ninguém mesmo, gosto da minha solidão.

– Já era entrei.- Me surpreendi ao ver que não era minha mãe e sim um adolescente ruivo, cheio de sardas que usa óculos, tem estatura mediana, usava uma calça jeans, e moletom azul.

Enfim, apresento a vocês o Nikki meu único e melhor amigo, éramos amigos literalmente desde o berço, já que somos vizinhos e nossas mães sempre foram amigas.

Nikki é totalmente o contrário de mim, apesar de tudo, ele é animado e sempre tenta fazer com o que eu saia de casa, embora a maioria das tentativas sejam fracassadas.

– O que está fazendo aqui?- Pergunto curioso.

– Pode tratando de levantar essa bunda branca aí da cadeira, bora você vai sair pra se divertir nem que seja um pouco, e dessa vez não aceito não como resposta, e muito menos uma desculpa.- Não falei que ele só tenta me tirar de casa, o coitado ainda tem esperanças.

– Sem chances, hoje a noite vou ler Morte no Nilo da Agatha Christie e depois vou ler os 7 livros de Harry Potter. Mas obrigado mesmo, quem sabe numa próxima não? - Falo tentando claramente me livrar do compromisso.

– Sem desculpas dessa vez, por mais que eu ame a Agatha Christie e seja um sonserino dos pés a cabeça, eu não vou te deixar ficar de molho aqui, cara faltam só 7 dias para as férias acabarem e você não aproveitou nada.

– Tem maratona...- Eu ia terminar de falar, porém Nikki já foi interrompendo.

– Nem adianta mudar a desculpa, você vem maratonando as músicas do Guns N'Roses todas as noites que eu sei.- É realmente tá ficando cada vez mais difícil inventar uma desculpa para o Nikki.

– Desculpa eu sei que eu incomodo, e que vivo tentando te tirar da tua zona de conforto, mas é que eu queria que você se divertisse só um pouco, como antigamente na época dela...- Ele ia continuar falando mas eu o interrompi.

– Não fala dela por favor.- Lembrar de um assunto delicado, ainda me doía muito.

– Desculpa, saiu sem querer.

– Tudo bem, só evita por favor.- Falo já com os olhos querendo lacrimejar.

– Eu ainda tenho a esperança de que você possa ser feliz e ficar bem de novo.-Nikki fala dessa vez olhando pra baixo.

– Eu estou muito bem, ótimo eu diria.

– Eu sinto que isso não veio do fundo do coração, mas enfim, mudando de assunto, só vim te chamar pra uma festa que o pessoal da escola quer fazer antes das aulas voltarem, mas como você já disse, você não vai topar.- Ele fala e em seguida joga um papel no cesto de lixo da caverna, vulgo meu quarto.

– Qualquer coisa se mudar de ideia, me fala, eu tenho que ir ao aeroporto buscar a Scarlett minha irmã.- Nikki tem uma irmã gêmea chamada Scarlett também brinquei com ela quando éramos crianças, mas quando completamos 12 anos, os pais do Nikki se se separaram, Scarlett foi morar com a mãe no Brasil e Nikki ficou aqui com o pai.

– A Scarllet vai voltar?- Pergunto.

– Vai sim, ela quer terminar o ensino médio e fazer faculdade aqui.- Ele explica.

– Legal.- É a única coisa que falo, em seguida nos despedimos e ele vai embora .

Por pura curiosidade, resolvi abrir o papel que ele jogou no lixo.

O nome era meio dramático, porém não deixa de fazer sentido, o último tira quase toda nossa liberdade mesmo.

Mas até que o convite parecia ser interessante, e talvez eu possa me arrepender do que eu vou fazer agora.

– Alô Nikki, você venceu, eu vou nessa festa, mas nem comemora é a última que eu vou.- Ligo para Nikki e falo.

– É assim que se fala, passa lá em casa de noite, te dou uma carona.- Ele fala animado, mesmo eu pedindo para ele não se animar.

Desligo o telefone, já sabendo que provavelmente vou me arrepender de ir nessa festa.

Mas sei lá alguma coisa me diz que essa festa vai mudar minha vida.

Agradeço a todos que deram uma chance pra começar essa história, garanto que não vão se arrepender.

Espero que tenham gostado do prólogo, retorno em breve, e peço que prestem atenção em tudo.