Capítulo 37

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A quantidade e intensidade de sentimentos que eu havia experienciado desde que eu havia reencontrado Cheryl eram insondáveis às vezes. Ninguém me trazia tantas emoções assim. Eu costumava me sentir ressentida em relação a ela pelo fato desses sentimentos não serem recíprocos. Sua essência crua parecia acender algo em mim que eu não era capaz de sentir com nenhuma outra pessoa. Ela sempre havia sido daquela maneira; quase sem piedade na maneira em que ela sentia tão profundamente e aparentemente era contagioso. A fazia ser vulnerável a todas as vezes que seu coração foi partido e eu havia sido a culpada por isso muitas vezes ultimamente. Mesmo eu sendo a mais racional de nós duas, ela me permitia ser aberta em relação às minhas emoções e até mesmo intensifica-las de todas as formas possíveis. Não havia meio termo entre nós. Da mesma maneira que não havia meio termo para Cheryl. Nós havíamos sido capazes de ir de partir o coração uma da outra para nos fazermos felizes mais do que todos em alguns dias.

Às vezes isso me assustava. Porque eu não tinha certeza se eu sobreviveria se eu a perdesse. Não após saber o quanto eu realmente a amava. Após saber o quanto ela sinceramente me amava. Após saber como realmente era estar com ela.

Mas ainda havia tanto para nós sabermos. E eu não estava pronta para desistir disso. Nem agora e nem nunca. Sentir os seus lábios pressionados contra o meu em um beijo desesperado para selar o nosso noivado novamente estava fazendo meu coração inchar do amor que eu nutria por ela. Ela me beijou de volta e seu aperto ao redor da minha cintura parou quando nossos lábios se desconectaram.

"Você gostou?", ela perguntou com um pouco de insegurança e olhou para o anel de diamantes que ela havia acabado de me dar.

"É claro", eu respondi imediatamente. "É lindo. Mas você não deveria ter gasto tanto dinheiro assim, realmente parece ter sido bem caro"

Cheryl encolheu os ombros um pouco e seus olhos verdes que ainda estavam marejados sob a luz fraca das lagrimas que ela havia segurado durante suas palavras tocantes de antes. Eu estava me secando suavemente, para ganhar mais compostura.

"Se eu não posso lhe fazer o pedido de uma forma especial, eu pelo menos posso lhe dar um anel especial", era sussurrou e eu não podia acreditar que ela estava se desmerecendo depois do pedido esmagadoramente bonito que ela havia acabado de fazer.

"Isso é especial" Eu interrompi rapidamente, movendo minhas mãos ao longo do seu pescoço e descansando-as nos seus ombros. "Isso foi tudo pra mim", eu adicionei baixo, e minha voz ainda não estava inteiramente recuperada por ter tremido tanto.

Ela encontrou meus olhos e eu vi um pequeno sorriso nos seus lábios. Embora ela não estivesse falando, eu sabia o que ela estava pensando. Ela desejava que as coisas fossem diferentes e que ela não estivesse me pedindo em casamento na cama dela antes de fazer uma cirurgia no dia seguinte. Teria sido algo bem grande, se Cheryl tivesse escolha. Se fosse por ela, eu poderia vê-la me propondo em cima da Torre Eiffel mas eu não precisava de nada daquilo. A única coisa que eu precisava era dela; a única coisa que eu queria era que ela finalmente entendesse isso.

Apenas o traço mais fino de tristeza nos olhos cor de esmeralda estava me matando e eu queria dizer algo, mas a mais velha pegou minha mão e me levou para debaixo das cobertas. Eu a acompanhei e a encarei enquanto nós duas estávamos cada uma deitada no seu lado. Havia algo na mente dela. Eu podia quase ver as engrenagens funcionando na cabeça dela enquanto eu tocava suas contundentes clavículas que estavam expostas na blusa gola V que ela usava. O fato de que ela havia perdido tanto peso em tão pouco tempo me assustava muito.

"Você acredita em paraíso?", a tensa voz me perguntou e eu senti meus olhos se arregalarem.

" Cheryl -" Eu balancei a minha cabeça e queria mudar o assunto antes que ele se encaminhasse para um lado sombrio.

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