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O metrô estava cheio por causa do horário de pico. Rostos passavam por Carol de maneira borrada sem que ela os percebesse. Ela não fazia questão de os perceber.

Era visível seu cansaço. Ela passou por uma certa renovação ao dormir e comer bem sem nenhum tipo de barulho, ronco ou restrição quanto ao que ia comer porque não havia uma balança no outro dia para pesa- lá.
Apesar de estar no seu dia de folga. Não voltou para o dormitório. Ao invés disso estava indo diretamente para sua aula de dança pela manhã.
O estúdio ficaria vazio e então isso seria perfeito para ela reforçar sua coreografia para o teste dessa semana. No metrô ela pensou em como foi estranhamente natural se despedir do estranho. Após aquele místico sexo casual. Eles ficaram na cama, rindo a toa. Como se o pulmão estivesse cheio de alegria e valesse a pena cada respirar. Se aconchegaram entre si como um casal e pouco tempo depois tomaram banho juntos.

Se despediram na porta do quarto e Carol foi a primeira a dizer adeus enquanto o estranho sorria cordialmente. Ele vestia um suéter cor de creme e mantinha seus olhos brilhantes. Ela não resistiu e foi até ele e o beijou de forma profunda. Aquele beijo significava gratidão, significava felicidade, significava uma noite maravilhosa. Ele retribuiu e a abraçou enquanto aquele beijo se aprofundava para ambos. Quando o beijo cessou não se afastaram por completo. Ambos sorriram envergonhados. E o estranho a abraçou ainda mais de maneira calorosa fazendo Carol sentir o cheiro de seu perfume misturado ao leve cheiro de sabonete do recente banho. Quando se afastaram. Carol fez questão de não prolongar o processo de ir até o elevador. E ele a acompanhou.

O elevador abriu e Carol entrou e observou o estranho do lado de fora. Antes do elevador partir ela segurou as portas dele, fazendo com que caso alguém pedisse para ele descer, o elevador demorasse. Carol olhou o estranho mais uma vez e sorriu antes de falar.

- Sobre o jogo...- Era perceptível, as feições sorridentes do estranho se transformarem numa expressão de apreensão. Ele olhou para o chão e pigarreou até que conseguiu manter um sorriso cordial. Aquele do começo. Quando se conheceram. Um falso e simples sorriso cordial. -Eu estou pensando em participar. -Carol percebeu a mudança de expressão do estranho. Ela sabia que isso significava não um, mas vários sinais vermelhos. Ela apenas. Queria testar a gravidade daquela proposta. E pela expressão do estranho era algo perigoso.

-Você...vai estar lá?

O estranho sentiu culpa e também um alívio. Ao saber que ela era só uma jovem tola que talvez estivesse apaixonada por ele e quisesse continuar o romance que tivesse idealizado.

-Não, não vou.

Aquilo foi como um fora para o estranho. Mas Carol já estava ciente que seu romance de uma noite, era apenas um casual romance de uma noite. Desde o começo ele não quis aprofundar sua vida, onde mora, o que assiste, onde gosta de ir quando está feliz, triste, chateado. Nada.

Eles apenas tinham uma conexão surreal. Equivalente a anos de qualquer amizade que adquiriu na Coreia ou até mesmo com sua família. Mais íntimo, mais intenso, do que tudo o que experimentará. Uma raridade. Que ela sonhava que se repetisse mais vezes. Independente de pessoas, lugares, e destinos diferentes. Ela ansiava por mais do que teve essa noite.

- Bom- disse Carol - Tchau.

Carol deixou de segurar a porta que não se movimentou e escolheu o andar da recepção. O estranho antes que o elevador fechasse as portas ficou entre elas e puxou Carol para si para encará-lo. O olhar do estranho se preenchia por diversos sentimentos eles alertavam sobre diversas coisas em relação ao jogo perigo, apreensão, medo.

Carol o olhou assustada com o movimento repentino. Mas sorriu. Simplesmente sorriu.

- Tá tudo bem. -Carol disse ao estranho sorrindo - Não precisa se preocupar.

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⏰ Última atualização: Jan 28, 2023 ⏰

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O Recrutador Squid Game/ Round 6Onde histórias criam vida. Descubra agora