Apollo, o cachorrinho raivoso.

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Mais um dia no laboratório de Rosedale, uma cidade russa cujo principal ponto turístico não é nada mais nada menos que um museu de exposições de experimentos da faculdade Colorspoint, que, apesar do nome soar um tanto artístico, é uma alcunha dirigida à um rígido e perigoso laboratório de ciências.
Nos corredores abafados de Colorspoint estava Vallery, um tanto exausta após ter passado seu dia patrulhando uma sala especial do local, onde fora construída às pressas para a tão nova criação, Apollo.
A cápsula aonde o corpo do híbrido se encontrava devia ser protegida 24 horas, dos sábados aos domingos. Os cientistas descobriram o potencial do pequeno Husky após o tal ser misterioso ter assassinado brutalmente um físico americano. Sendo assim, desde então, nomeado como um objeto extremamente perigoso. Ainda com estudos, os cientistas não entenderam ao certo o porquê Apollo atacar especificamente os estrangeiros.
- Mas que merda, todo dia é "Apollo"!Apollo, Apollo, Apollo! Você só sabe falar desse Homem-Cão estúpido? - Gritou Vallery, se dirigindo à um superior. - Já não conseguimos o que queríamos?! Está provado que híbridos podem sim ser criados, nós ainda precisamos do Apollo?
- Vallery, entenda. Se o seu plano é matar o Apollo, acho melhor você descartar esse pensamento. Assim como você disse, Apollo é a prova que híbridos podem sim ser criados. - Respondeu sem cautela o rapaz que Vallery insistia em enfrentar. - Não podemos simplesmente matá-lo. Você rasgaria a receita da cura para o câncer?
- Não temos uma receita da cura para o câncer.
- Mas temos um mestiço. - Permaneceu o mais velho. - Enquanto não encontrarmos a cura para o câncer, a criação de uma nova espécie será nossa maior conquista.
O físico olhou para a porta metálica e brutalmente protegida da sala de Apollo. Percebendo que nenhum cientista teria entrado na sala nos últimos minutos após de Vallery.
- Vallery, seu turno acabou? - Questionou o superior.
- Er... Que eu me lembre, não. - Nervosa, a mulher se encolheu, esperando uma bronca do rapaz.
- Vamos, você é muito descuidada. Não desvie do seu trabalho para fazer reclamações do mesmo. - Ele manteve sua resposta firme, apesar de seu interior estar queimando de raiva.
Ambos cientistas abriram à porta da sala, sendo surpreendidos por uma poça de sangue que quase escapava pelos vãos da porta. Porém o sangue estara diferente, um tanto transparente, aparentemente mais líquido. Essa foi a visão dos dois antes de olharem para frente e verem a cápsula vazia, com os cientistas de patrulha estarem caídos pelos cantos da sala, com seus órgãos espalhados e seus sangues pintando aquela sala escura, preenchendo cada vão do material da parede e chão.
- Ah, puta merda! Vallery, por que você teve que abaixar sua guarda?! - O rapaz arranhou seu couro cabeludo, tentando pensar em alguma solução improvisada.
- Como eu saberia que ele teria o potencial para fazer tudo isso em 5 minutos?! - Retrucou Vallery, mesmo com todas suas lágrimas desesperadas que estremeceram sua voz. - O que nós faremos agora?
- Vamos enviar um relatório ao exército.
- Um relatório?! Céus! Não temos tempo para isso! - Permaneceu Vallery, aumentando o tom de voz cada vez mais.
- Vallery, vamos esperar. Apollo não deve ter ido tão longe.
Bem mesmo antes do cientista terminar de falar, um grupo de químicos correram para fora de forma desesperada. Um acabou esbarrando em Vallery, que foi impedido pela mesma.
- Ei, o que aconteceu? - Vallery perguntou, ainda mais desesperada.
- O Apollo! Ele matou nosso batalhão inteiro em questão de segundos! - Disse o jovem químico entre suspiros ofegantes e ainda mais desesperados que os de Vallery.
- Vamos, temos que pará-lo! - Mandou o mais velho, impulsivamente.
- Não podemos! Doutor, ele está armado, Apollo roubou uma escopeta e uma sniper dos soldados!
- Por isso mesmo. Apollo é uma ameaça para a sociedade, não podemos deixá-lo solto, ainda mais armado.
O físico correu até o exterior de Colorspoint, acompanhado por seus dois aprendizes. Eles deram de cara com uma pilha de cadáveres, todos os soldados abatidos estavam jogados logo a frente da porta, quase bloqueando a passagem. Os cientistas ficaram sem reação. O quão perigoso Apollo é?
Quando saíram do transe coletivo, os sons das sirenes militares era a única coisa que era possivel de se ouvir na atual Rosedale, até que a sirene de quarentena foi acionada, enquanto a busca por Apollo foi iniciada.

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