Apollo

Apollo, o pequeno soldado

No dia seguinte, lá estava o novo prodígio russo visitando o quartel general do exército da Rússia.
Já era um grande passo para o menininho que recusou ser matriculado em um colégio militar.
Apollo andava de mãos dadas com senhor Vodkoff, um oficial de alto escalão dentro das forças armadas russas. E era exatamente isso o que chamava atenção de todos os oficiais presentes naquele longo corredor do quartel, afinal, quem confiaria em Apollo? Quem acreditaria em sua inocência?
Até mesmo o próprio Vodkoff sentia seus dedos trêmulos ao serem segurados com afeto pela pequena e macia mão de Apollo.
O pequeno menino-husky admirava cada parte do lugar com os olhos, ainda mantendo o contato com o seu superior.
Os olhos azulados do garoto deslizavam para lá e para cá, em todos os que o olhavam. Ele estava assustado, apenas não demonstrava, apenas sabia que a grande mulher dos cabelos ruivos havia o enviado para cá, sem saber o motivo com clareza.
Conforme caminhavam, mais desconfortável Apollo ficava com os olhares desprezíveis que recebia a cada piscar de olhos. Cada vez que ficavam mais longe da porta de entrada, mais baixo a temperatura era, o que fez com que o pequeno garotinho passasse frio por todo o passeio pelo quartel, afinal, ainda não sabia falar.
Sr.Vodkoff deu uma pausa na caminhada quando avistou um batalhão em treinamento pesado.

-- Olhe, Apollo. Aquilo se chama treinamento, eles estão ficando fortes para conseguirem lutar. - O homem narra a situação, de forma que Apollo possa entender.

O cachorrinho balançava sua cauda com ânimo, vendo todos aqueles homens marchando de forma sincronizada e séria, todos sem suas camisas e apesar do frio, estavam encharcados de suor. Essa observação preocupou Apollo em um grande nível, que fez com que apontasse para o batalhão, puxando a barra do da camisa do fardamento de Sr.Vodkoff, chamando a atenção do maior, com o propósito de que ele, de alguma forma, fizesse com que os homens vistam seus agasalhos.

-- Frio... Dói! - Apollo tenta expressar sua preocupação, o que acabou tirando uma gargalhada do homem de idade.

-- Eles estão bem, Apollo. Estão sem camisa para conseguirem resistir ao frio. - Ele explica com cuidado. - Faz parte do treinamento.

-- Mas dói! Não...pode... - Apollo continua.

-- Eles são adultos, adultos não sentem tanto frio como crianças. - O homem insiste em acalmar a preocupação desnecessária de Apollo.

O pequenino se calou, ainda sentindo pena pelos homens que estavam no treinamento. Sr.Vodkoff continuou a andar com Apollo. Foi até que o garotinho percebeu um homem trajado se aproximando, o garotinho se escondeu entre as pernas de Vodkoff, se protegendo do soldado.
Acredita-se que Apollo havia ficado traumatizado com certos rostos dos soldados que o perseguiu durante o massacre em Rosedale.
O garotinho acabou soltando da mão de Vodkoff quando viu que no refeitório dos soldados havia um ser de asas azuis, que chamavam muito sua atenção pelo inseto tão chamativo.
Quando o rapaz se deu conta da ausência de Apollo, ele se deparou com o garotinho brincando com uma borboleta, era algo totalmente incomum ver borboletas no inverno congelante de Rosedale. Ele parecia se entreter pacificamente com a pequena borboletas, por mais que esteja inseguro em questão sobre o lugar a sua volta, cheio de soldados que marcaram sua vida com um trauma.

Vodkoff ficou encarando o pequenino brincar com a borboleta de asas azuis, que por sinal não parecia fugir do garoto husky. O homem notou a cauda bicolor de Apollo balançando com sua felicidade, então ficou surpreso que o experimento realmente tenha dado certo, e não simplesmente implantaram a força uma cauda e um par de orelhas em um garoto de seis anos real. Suas peculiaridades animalescas realmente reagiam com seu humor e hormônios.
Porém, todo o transe se acabou quando Vodkoff notou um dos soldados caminhando furiosamente em direção de Apollo, repreendendo o pequeno garotinho com palavras cruéis.