❝Capítulo II❞

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    Já tinham se passado duas semanas desde a sua primeira apresentação naquela casa de shows, os horários agora estavam conflituosos. O estúdio durante a tarde, os ensaios ou shows durante a noite e a madrugada, as aulas de japonês três vezes na semana durante a manhã e a academia quando conseguisse encaixar no decorrer da semana estavam fazendo com que os dias parecessem curtos demais para tudo o que precisava fazer.

   Há dois meses ❪ Nome ❫ encontrou Baji e Senju em uma lanchonete, os dois estavam quase chorando enquanto escutavam o áudio de algum produtor falando extremamente mal do som que eles estavam fazendo com a banda. A ❪ c/c ❫ já tinha estudado música por um bom tempo e sabia como um comentário assim poderia prejudicá-los muito no futuro.

   Por algum motivo, ela pegou a sua bebida e sentou-se na mesa, sentindo a obrigação de agir como uma adulta de verdade e incentivar os dois jovens a não desistirem. Talvez eles ficassem mundialmente famosos algum dia e comentassem sobre a pessoa da cafeteria, mas então eles a perguntaram casualmente se ela sabia tocar algum instrumento.

   Cinco horas depois, os três estavam na garagem de Kazutora tentando formular uma explicação decente do porquê eles estavam conversando que precisavam muito de uma tecladista e ❪ Nome ❫ magicamente cruzou o destino deles. E talvez, apenas uma suposição, 90% da história que eles contaram tenha sido completamente inventada.

   Agora, quase três meses depois do dia em que se encontraram, ❪ Nome ❫ e Senju estavam jogadas no sofá de canto de veludo preto levemente gasto que ficava no camarim deles. 

   Não era exatamente o camarim exclusivo deles, mas costumavam se apresentar tanto naquela casa que era quase como se tivessem um contrato fixo, enquanto os meninos tinham ido guardar os instrumentos na caminhonete de Kazutora, que iria descarregar tudo mais tarde na sua garagem com a ajuda de Draken, já que ambos moravam estranhamente perto.

   Senju, apesar de cansada pela apresentação, também estava empolgada. Senju sempre estava empolgada.

   Ela falava da ansiedade que tinha sentido mais cedo pela impressão de mais pessoas estarem curtindo o som deles, agradecia ❪ Nome ❫ por se esforçar e se cansar tanto com sua rotina pesada que os meninos nunca pediam para que elas ajudassem guardando os equipamentos (apenas desmontando-os) e falava como invejava Draken por morar perto de Kazutora e sempre ganhar carona para casa. 

   — Eu invejo quem pode dormir nos camarins depois de se apresentar, isso sim.— a ❪ c/c ❫ acrescentou, continuando com os olhos fechados e sentindo corpo se afundar cada vez mais no sofá.

   — Ninguém faz isso.

   — Deveríamos fazer um abaixo-assinado e colocar uma lei assim na constituição.

   — Iriam te deportar antes que você conseguisse arrecadar assinaturas suficientes.— Senju disse, arrancando uma gargalhada sincera da mais velha.

   — Eu ainda teria vocês para continuarem lutando pela causa, e as pessoas que seguirem nesse rumo no futuro iriam nos adorar. Talvez isso tomasse proporções mundiais e todos os músicos começassem a lutar por direitos.

   — Uma revolução porque você tem preguiça de andar duas quadras? Interessante.

   — São mais de doze.— corrigiu, sentindo a preguiça lhe atacar assim que lembrou que teria que andar tudo isso, de bota não tão alta e em uma roupa não tão confortável para poder descansar.— Às duas da madrugada, depois de cinco horas ensaiando e apresentando. Fora o trabalho de tarde. E as aulas durante a manhã.

   — Queria saber como você arrumou dinheiro se vive reclamando que um refrigerante está a ¥100,00. 

   ❪ Nome ❫ abriu os olhos e começou a endireitar o corpo quando escutou passos se aproximando, sabendo que logo estaria indo para casa se jogar na cama e dormir pelas próximas cinco ou seis horas.

Sexy Drug | Wakasa ImaushiOnde histórias criam vida. Descubra agora