wish i were heather | bajifuyu

[1] third of dezember

São três da manhã em ponto. As lágrimas continuam a escorrer pelas bochechas avermelhadas de Matsuno. Seu celular está ao seu lado, o brilho alto. Chifuyu se sente mais cansado do que nunca. E como se ter chorado tivesse gastado totalmente sua energia. Os soluços estão ficando mais fortes com frequência, Chifuyu não consegue parar. Ele aperta com força o suéter que veste, que na verdade é de Baji. A três meses atrás, no dia três de dezembro, os dois caminhavam pelo asfalto que estava prestes a ser coberto por inteiro pela neve que caía. Chifuyu sentiu seus lábios começarem a tremer. Ele estava usando uma blusa bem larga e fina de mangás compridas. Baji riu e o entregou seu suéter ao garoto. Chifuyu ainda recusou e tentou dizer que estava tudo bem, e supostamente mentindo que não estava sentindo frio. Baji o deu um peteleco e depois riu da situação. Chifuyu não se lembrou nem ao menos de reclamar, apenas aproveitou o cheiro confortável que sentia quando pós o suéter. Baji ainda chegou o dizer que aquele suéter ficava bem melhor nele, que havia combinado mais. Chifuyu corou e agradeceu. E também... é verdade. A sua paixão por Baji estava crescendo cada vez mais, mas Baji nunca chegou a perceber nada. Chifuyu jamais queria perder seu melhor amigo, ainda mas por uma paixão boba, então até hoje mesmo, ele esconde tudo, e isso as vezes acaba sufocando: como aconteceu nessa madrugada. Chifuyu acabou vendo alguns status de Heather. A garota que, Chifuyu coloca na cabeça que é a garota que Baji gosta. Oque teria de tão ruim nesses pouquíssimos status? Chifuyu se perguntou antes de ver. Aquela voz em sua cabeça dizendo que ele é bem mais feliz com a garota, como seu sorriso era mais aberto. Eram apenas quatro fotos. Todas estão meio borradas, mas nelas, Baji está rindo, a garota também. Isso provavelmente é bobeira a qualquer um, mas Chifuyu nunca sentiu um aperto tão forte. Ver alguém que você mesmo gosta se divertindo não é tão ruim. Mas vê-la se apaixonar doí mais que tudo. Chifuyu tem a enorme suspeita de que Baji estava a gostar de Heather. Umas poucas semanas atrás, Baji não parava de falar com um gigantesco sorriso e em como estava ansioso para ir a algum lugar com Heather, que ele havia a chamado e ela aceitado. Chifuyu não quis perguntar para onde, para se proteger de mais crises. Então, esse dia, foi como um "prova" para suas perspectivas, de que Baji estava sim, gostando de Heather. Chifuyu apenas quer ver o melhor amigo feliz. Mas, ele é um garoto... e Baji também. Oque pensariam? Chifuyu repete isso mais e mais vezes, até cair no sono.

E quando acorda, já são sete e quinze, ele vai provavelmente se atrasar se não levantar exatamente neste momento. Chifuyu corre e joga água em seu rosto assim que chega ao banheiro. Ele se assusta consigo mesmo quando levanta o rosto e vê a própria imagem: os olhos mais inchados que o normal, está claro que ele chorou a noite toda. Seu nariz segue entupido e avermelhado, assim como o canto dos olhos. Chifuyu corre e vai até a geladeira, abre o congelador e pega a bandeja com os formatos que felizmente, há cubinhos de gelos. Chifuyu corre novamente para o quarto, entra em seu banheiro e começa a pressionar com toda a força possível, os gelos em seus dois olhos. Aquilo doí um pouco, e vai aumentando. Chifuyu olha mais uma vez o relógio, já são sete e vinte. Chifuyu grita um palavrão e desiste de tentar desinchar os olhos. Ele vai até o guarda roupa e pega seu uniforme e a calça de sempre. Um de seus casacos estão limpos, ele vê uma esperança e o pega. Chifuyu veste o casaco por cima de seu uniforme, se vê no espelho do guarda roupa e ajusta. Chifuyu põe seu capuz, pega sua mochila que está em cima de sua escrivaninha e o celular, que está quase descarregado. Ele desce rapidamente as escadas e vê sua mãe na sala.

— Bom dia! estou indo, tchau, te amo. — Chifuyu corre e não espera uma resposta. Ele sai disparado até a escola, que não é tão longe. Sua respiração está mais ofegante agora, Chifuyu apoia o corpo nos próprios joelhos e inspira o máximo de ar que consegue e depois solta, aliviando um pouco mais. O portão não fechou, mas todos já estão na sala. Chifuyu corre novamente e entra em sua sala. Caminha até sua cadeira e se senta. Baji o encara do outro lado da sala.

— Ei. — Heather cutuca Chifuyu, que está escondido entre os braços.

— Oi. Estou acordado, não dormi. — Chifuyu sussurra. Heather solta uma risadinha e põe o cabelo atrás da orelha. Seus fios de cabelos são castanhos claros, lisos e brilhantes.

— Que bom que não dormiu. Porque está usando o capuz? não é de hoje que você usa. — Ela abre um sorriso — Bem, queria te chamar na quarta-feira para vir ao parque comigo e Baji! — Heather apoia o rosto em uma mão só. Sua mesa fica ao lado da de Chifuyu, então não há muito esforço para se comunicar. Chifuyu engole seco. Demora um pouco pra responder.

— Vou ver com minha mãe. Talvez tenha de ajudá-la, mas vou tentar ir. — A cabeça ainda baixa, mas ele responde como se estivesse sorrindo. Heather apenas concorda com a cabeça e volta a cabeça para frente, vendo a professora entregar papéis na mesa de cada um.

Quando o primeiro sinal bate, Baji vem a mesa de Chifuyu. Chifuyu não o olha e nem ao menos fala nada, apenas continua revisando a matéria escrita em seu caderno.

— Que olhos inchados são esses? E porque não falou comigo, idiota? — Baji solta o cabelo que estava preso em um rabo de cavalo.

— Nós avise qualquer coisa de ruim que acontecer Chifuyu, assim como as boas. — Heather se anima ao lado de Baji.

— Desculpem. — Chifuyu ri. — É que acabei dormindo demais, e acho que meus olhos pegaram alguma infecção ou alergia. Acho que ainda estou dormindo. — Ele põe a mão na nuca, ainda rindo. Heather contribui o sorriso. Chifuyu vê Heather como um anjo, uma garota gentil, bonita e carismática, mas as vezes, gostaria de a ver morta. Chifuyu se odeia por já ter pensado várias vezes assim.

— Hum. Então tá. Você vem? a gente vai comprar algo pra beber. Se não for, diz oque você quer.

— Ah, pode ser um achocolatado, o de caixinha. — Chifuyu responde, agora olhando aos olhos de Baji.

{...}

Já são seis da tarde. Chifuyu caminha de volta pra casa, depois de ter saído até o comércio e ter feito compras que sua mãe havia pedido. Chifuyu passa a frente do paquinho e vê um casal de mão dadas, e percebe que, com a pessoa que está caindo de tanta paixão, provavelmente nunca faria isso se estivessem juntos. Chifuyu se perde nos pensamentos, mas segue o caminho. Ele chega e se joga na cama, aproveita e tira uma soneca de quase quarenta minutos, e quando acorda, seu celular está vibrando repetidamente várias vezes. Ele o pega para ver, o tirando do carregador: e Takemichi. Chifuyu esqueceu completamente. Os dois planejaram que iriam dar um jeito de como fazer Takemichi dar o presente que comprou a Hina, mas de uma maneira mais "extravagante." Chifuyu não troca de roupa, continua a que está: a calça moletom preta e um cardigan azul escuro por cima de uma regata branca. Ele sai imediatamente de casa, calça seus tênis e vai. Ao caminho, no mesmo parquinho, no balanço que antes estava sozinho, ele avista Baji e Heather. Chifuyu vai parando o passo devagar. Aquilo realmente o pegou na alma. Chifuyu balançou a cabeça e já voltou a correr. As lágrimas queriam escorrer. Eles ficam cada vez mais próximos. Chifuyu pensa que provavelmente vai ser esquecido, logo em breve.