Capítulo 13

856 64 7
                                    


Tô no meu segundo copo de whisky e nada das borboletas pararem de da voltas no estômago. Nem sei o que vou dizer pra ela , Alexandre saiu faz um bom tempo , pode nem trazer a Nalia afinal outro cliente pode ter alugado seu trabalho por um tempo maior , só de pensar sinto raiva.

Ouço a porta se abrir acendo um cigarro tentando conter o nervosismo , minha mão tá suando meu peito tá dolorido e a garganta seca. Evito olha pro lado tragando , dando atenção pra fumaça que solto.

— Me deve um favor que irei cobrar – Alexandre diz entrando na sala

Olho pra ele que tá me fitando curioso , Nalia tá logo atrás não sei por qual razão mais me deixa irritada. Um silêncio pesado toma o ambiente Alexandre sai em seguida foi sua deixa , não me movo um centímetro o mal humor não deixa. Foi tudo um erro enorme olho pro cigarro nervosa , Nalia faz meia volta indo pra saida , não consigo impedir nunca que vai se sentir a vontade comigo depois de tudo.

— Desculpa – peço num sussurro

Nem sei se foi capaz de ouvir , noto de canto que ela para.

— Não posso fica aqui – diz sem se vira

Ouvi sua voz calma depois de tanto tempo me trás paz , levanto querendo correr até ela mas não faço.

— Eu sei , sinto muito por tudo e queria te fala isso pessoalmente , também agradecer pelo tempo que passou comigo...

— Tava só fazendo meu trabalho , só isso – diz fria

Seu tom foi como tapa , seguro o ar.

— Eu posso te ajudar – digo tentando não vacilar

— Pode sim – confirma se virando — É só fica longe de mim. Você só foi uma cliente nada mais que isso Charlie ,  fiz companhia porque me pagou é o meu trabalho mas tava levando as coisas por outro caminho , não te culpo afinal tem tudo ao mesmo tempo que não tem nada. Só não se iluda porque isso expõe sua solidão – ela faz uma pausa soltando o ar — Sinto muito pelo que aconteceu , Zyan passou dos limites achando que eu sentia alguma coisa por você só que não sinto. Então me esquece , tenha um pouco de orgulho pelo menos e sobre suas desculpas tá tudo bem eu aceito e espero que aceite as minhas também , agora adeus! – completa voltando a andar

Fico congelada cada palavra que disse foi como soco no estômago , seu tom é frio como a mais forte tempestade de inverno, meus olhos estão turvos porque tem razão me apeguei nela de certa forma o que me fez esquecer que era tudo apenas trabalho. Solto o ar , Nalia acabou de mata todas as borboletas do meu estômago , jogo o copo de whisky na parede os cacos vão pra todos os lados , ouço a porta se fechando.

— Merda! – murmuro baixo tentando conter as lágrimas

Pela primeira vez em anos me sinto pequena e exposta , sento no sofá deixando as lágrimas descerem eu mereci cada palavra , o ruim é a dor incomoda no peito que deixa a respiração difícil. Acabei expondo minha solidão pra uma puta e paguei por isso bem feito pra mim , cerro os dentes tentando conter a raiva crescente , fui humilhada outra vez.

Antes pela Carla e Patrícia agora por uma vadia de rua que maravilha! Pelo visto Nalia tava muito bem já se acertou com aquele lixo , também são dá mesma laia quero que os dois se foda. Seguro no peito de forma involuntária com medo de ter um buraco ali pela dor que tô sentindo. Fecho os olhos deitando no sofá isso nunca mais vai acontecer , jamais vou deixar outra pessoa fala nesse tom comigo! Mesmo assim a dor é horrível , quero só desaparecer e para de tenta ser forte o tempo todo,  não sei até onde vou suportar , mas mantenho meu choro baixo é melhor o silêncio.





                       **********




— Minha vida não é interessante – Júlia fala arqueando uma sobrancelha

Tudo por Ela Onde histórias criam vida. Descubra agora