pequeno anjo

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Alíta acorda enquanto o Conde prepara o café para ela.

- O cheiro está delicioso, meu amor.

Ela o surpreende ao entrar na cozinha, Kazdran limpa suas mãos em um pano, se dirige a ela e beija delicadamente sua testa.

- Estou preparando seu prato favorito, como me ensinou,  espero que goste.

Alíta repara na bancada.

- Vejo que pensou tanto em mim que acabou esquecendo seu próprio alimento, deixa que separo o sangue para você.

Ela anda em direção a bancada, mas não encontra nada do Conde.

- Não esqueci, minha amada. Estou de partida, irei a minha cidade natal falar com o líder de nossa raça, e devo voltar antes que nosso filho nasça. Talvez o debate dure dias, mas com nosso filho, temos a chance de mudar a história.

Ele diz enquanto puxa uma cadeira para ela se sentar.

- Tente não demorar, não terei como avisar sobre o nascimento.

Alíta fala enquanto o Conde a serve.

- Por causa dessa criança, agora temos um ligação, saberei o exato momento, não se preocupe. Aliás, senhorita, sua gestação não será como a das mulheres da sua raça.

Alíta para de comer imediatamente.

- O que será diferente?

Ela pergunta com receio da resposta.

- É o filho de um vampiro, terá traços da minha raça... Sua gestação será mais rápida que o comum para vocês, e a criança, após o nascimento crescerá tão rápido quanto pode acompanhar.

Ele responde e a beija demorado.

- Tenho que ir, volto antes do nascimento.

- Se cuide, meu amor. Estaremos te esperando.

- Se precisar, me chame em seus pensamentos.

Kzdran diz enquanto sai.
Alíta agora sozinha na casa, passa os dias cuidando da horta e arrumando o quarto de seu filho.
Dias se passam até Alíta acordar no meio da noite com fortes dores do parto, ela automaticamente chama por Kazdran, mas sem acreditar que ele viria, começa a descer as escadarias, iria até o povo da trilha.
Quando chega nos últimos degraus, quase sem forças com a dor, uma mão se estende em sua frente, ela levanta os olhos com medo.

- Deveria me esperar na cama.

Era o Conde que a pega no colo e carrega para o quarto.

- Vou buscar a parteira da trilha, espere aqui.

Horas se passaram com a parteira e Alíta trancadas no quarto, o Conde esperava impaciente no corredor.
Até o choro de seu filho ecoar nas paredes da casa.

- Parabéns, senhor! É um lindo e saudável menino!

Diz a parteira abrindo a porta e dando passagem para o Conde.
Quando ele entra no quarto, Alíta está deitada com seu filho nos braços, as velas iluminam seu rosto, ela o olha com um sorriso que mistura alívio e amor.
O Conde se aproxima lentamente, admirando a visão de sua família, da um beijo apaixonado em Alíta e se ajoelha ao lado da cama.

- Conheça seu pai, pequeno anjo. Meu amor, este é seu filho...

Alíta entrega o bebê para Kazdran, que o segura com cuidado.

- Pequeno anjo... nosso Ângelo.

Os dois se olham e sorriem, Alíta acaricia o rosto de Kazdran.
A felicidade reina na mansão da trilha de outono.

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Enquanto isso, no reino.

O homem entra exausto na sala do trono.

- Perdão, meu rei.

Diz ele se curvando.

- Espero que tenha boas notícias para me importunar a esta hora.

Diz o rei com raiva em sua voz.

- A parteira saiu as pressas para a mansão, meu senhor.

O homem responde ainda curvado.

- Ótimo, eles vivem?

Pergunta o rei.

- Creio que sim, senhor.

O rei se irrita.

- Seu trabalho é saber!

Ele grita para o homem que estremece.

- Senhor, eu vim o mais rápido que podia...

- Silêncio, miserável! Só não o mando matar neste exato momento, pois tenho trabalho para você... Volte para junto dos rebeldes, e me avise quando a criatura  não estiver na região.

- Sim... Claro, meu rei.

Trilha de outonoOnde histórias criam vida. Descubra agora