Dor Dilacerante.

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Sentado debaixo de uma árvore em uma colina e olhando para o céu estrelado, está um garoto de pele branca como a neve, aparentando ter 10 anos de idade, o menino possui um cabelo curto e arrepiado de tonalidade preta, a mesma cor de seus olhos. 

Tendo em vista que ele usa um grande e belo casaco de pele de Lobo Branco, além de estar com a boca completamente roxa, notasse que é uma noite de frio severo.  A face do menino, mesmo ao olhar para às estrelas, era sem brilho, sem dúvidas não é o semblante que uma criança deve possuir.

“Por quê? Por que fazem isso comigo...”

O garoto leva a mão direita até o peito e se encolhe em posição fetal.

“Essa dor que eu sinto, vocês não se importam, não é?”

Pequenas gotas de lágrimas começam a escorrer em seu rosto.

“Deuses... tsc, não passam de mentiras, malditos! Meu pai... Meu pai...”

Nesse momento, o garoto não consegue mais controlar seus sentimentos, lágrimas correm através de sua face como uma grande correnteza de um rio.

“Meu pai se foi! O que vocês fizeram?! Nada! Absolutamente nada, nada, NADA!”

Sentindo uma grande angústia e um aperto no peito, ele começa a se lembrar dos momentos em que passou com seu pai, da proteção que o homem tinha para com ele, mesmo ele sendo um garoto incapaz e um bom para nada em um mundo onde o forte governa o fraco, onde força é sinônimo de grandeza e riqueza, em que o fraco é condenado a viver sob opressão e humilhação, além de ser considerado uma vergonha não apenas para sua família progenitora, mas até mesmo para à vila onde nasce.

 Porém o pai desse jovem menino era diferente, ele definitivamente quebrava qualquer regra imposta pela sociedade e era contra qualquer tipo de preconceito para com seu filho, definitivamente uma pessoa rara e de boa índole naqueles tempos, o mesmo vale para a mãe do garoto.

Apesar de sempre proteger e tentar proporcionar ao jovem uma vida saudável e digna, o homem notava os olhares de desprezo e fofocas das pessoas, seja ela adolescente ou adulto, sobre o seu descendente. Entretanto, frente a ele, as pessoas sempre agiam com fingimento e tecendo elogios ao seu filho, afinal, ele era o líder da vila em que viviam, a mesma se chamava Vila da Folha Ciano.

Logo surge na mente do garoto as últimas palavras de seu pai a uma semana atrás, antes dele partir para uma batalha, na qual jamais retornaria.

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“August, meu filho, você deve ser forte! Proteja sua mãe em minha ausência”. – orienta o homem de longo cabelo preto e de face extremamente similar ao de August.

“Mas pai, você é o líder da Vila, por que o senhor deve...” – a fala de August é interrompida por seu pai.

“Não é assim que funciona, August! Eu como um líder de todos esses guerreiros, devo estar junto com eles na linha de frente, seja onde for. Esse é o meu modo de liderança!” ㅡ o homem diz com convicção e orgulho.

“Mas se o senhor não voltar... essa batalha...” ㅡ nesse momento, o menino faz um semblante triste e preocupado, já sentindo algo negativo sobre a partida de seu pai.

“Não pense nisso! Eu definitivamente voltarei para você e sua mãe, confie em mim”. – ele fala sorrindo confiantemente e batendo o punho no peito. - “E já se esqueceu? Essa não será minha primeira batalha travada, seu pai é um grande guerreiro, sabia?”

“Humpf, disso eu não tenho dúvidas!” – ele olha nos olhos de seu pai e fala orgulhosamente. Mas logo ele volta a colocar um semblante triste sobre sua face e abaixa a cabeça, ação de uma pessoa com baixa autoestima. – “Mas se eu fosse útil... e não um desprezível...”

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⏰ Última atualização: Mar 19, 2022 ⏰

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