Capítulo 47

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 Amelie estava no banheiro de sua casa, era madrugada de segunda para terça, toda sua família estava dormindo e ela estava encarando o teste de gravidez. Não sabia que demorava tanto para sair o resultado.

Sua menstruação estava atrasada há dois dias, ela vomitou e sua pressão baixou mais de uma vez durante o final de semana. A garota não queria fazer aquele teste, mas não conseguiu aguentar e comprou dois de farmácia. Fez um primeiro e estava esperando o resultado aparecer. Lando não precisaria nunca saber daquilo.

Se dois tracinhos aparecessem ali, Amelie não sabia o que faria da sua vida. Ela não podia nem pensar em ter uma barriga de grávida e muito menos, cuidar de um bebê. Mal sabia cuidar dela mesma, pensou a garota.

Amelie encarou o relógio do seu celular, cinco minutos tinham passado e o teste que prometia 99,9% de precisão estava dentro da pia. Amelie não queria olhar, mas se levantou rápido da privada e encarou o teste.

-Puta que pariu. - a garota não conseguiu segurar as palavras.

Apenas um tracinho, não tinha um bebê dentro dela, estava tudo bem. Amelie estava tão aliviada que acabou chorando, ela realmente não queria um bebê naquele momento da vida dela.

-Amelie? Ainda está acordada? - seu pai bateu a porta, sua voz era sonolenta.

-Vim fazer xixi, pai. Já vou voltar para a cama.

A garota fingiu uma voz de sono e pegou o teste, não jogaria nunca no lixo do banheiro, sua família não podia sonhar com aquilo. Depois de tanto esforço, tantos sacrifícios, sua carreira não podia acabar de repente por conta de uma irresponsabilidade dela e de Lando.

Amelie foi para a cama e dormiu aliviada até o amanhecer.

Duas batidas leves na porta do quarto de Amelie fizeram com que a garota acordasse. Eram nove e meia da manhã e Olivia entrou no quarto da garota com uma caneca de café com leite.

-Bom dia, amor. - Olivia deu um beijo no topo da cabeça da filha.

-Você não foi trabalhar hoje? - Amelie se sentou na cama e pegou a caneca da mão da mãe.

-Estou de saída, agora. Seu pai foi até a empresa hoje e seu irmão está no trabalho... Você vai ficar bem?

Amelie assentiu.

-Eu moro aqui, mãe, claro que vou ficar bem. Não precisa se preocupar.

Olivia abriu as janelas do quarto e o sol invadiu.

-Vai se encontrar com Lando?

A garota deu de ombros.

-Acho que sim. Ele me chamou ontem para... Jogar video game com ele e com Max hoje.

Olivia riu.

-Parecem crianças, jogando video game toda hora - a mulher se aproximou da filha - Eu preciso ir, tenha um ótimo dia, minha querida.

Amelie beijou a bochecha da mãe e ficou sozinha. A garota desceu as escadas com a caneca na mão e encontrou na bancada da cozinha ovos fritos, pão torrado e bolo. A garota sorriu ao pensar na mãe e sentou-se para tomar o café da manhã.

As terças-feiras de Amelie eram com os domingos das pessoas normais. A garota voltava para a Inglaterra na segunda de manhã, ficava terça em casa e quarta-feira pegava o voo para o próximo país.

Amelie gostava muito de ficar em casa e fazer coisas de ficar em casa como sentar no sofá o dia todo, cozinhar para si, arrumar seu quarto, jogar video game e deitar na grama do jardim para encarar o céu - mas tudo isso se tornava muito melhor, com Lando Norris ao seu lado.

Assistir filmes no sofá com Lando, cozinhar com Lando, arrumar com Lando, encarar o céu com Lando, jogar video game com Lando...

Amelie estava rindo da cena onde Michael Scott tentava quebrar uma janela com uma cadeira em The Office, quando seu celular vibrou na mesa de centro.

-Olá, Lando Norris, como vai? - Amelie forçou uma formalidade.

-O que é isso, Quill? - Lando pareceu preocupado - Está tudo bem?

Amelie riu.

-Está tudo bem, achou que eu estava brava com você?

-Não vou mentir que fiquei preocupado - Lando pigarreou.

-Me diga o que você quer, Norris... - Amelie perguntou com um sorriso nos lábios.

-Eu quero você pronta em cinco minutos.

A garota ergueu as sobrancelhas e afastou o celular do ouvido para encarar a hora. Era meio-dia e dez.

-Para qual ocasião, senhor? - Amelie foi irônica.

Lando suspirou.

-Eu e você juntos em um restaurante com meus pais.

Amelie sentiu sua boca ficar seca. Já encontrou os pais de Lando antes no paddock, passou o dia de Natal na casa deles - mas nunca sentou a uma mesa apenas ela, Lando e eles - sem Oliver, sem Savannah, sem as irmãs de Lando, Flo e Cisca.

-Está bem, vou colocar uma roupa comportada para as pessoas verem e uma péssima por baixo, que só você poderá ver depois.

Lando riu.

-Então, daqui a pouco eu passo aí. Te amo.

O garoto desligou antes que Amelie pudesse responder, mas ele já sabia que ela o amava.

Amelie subiu as escadas e colocou um vestido pouco acima dos joelhos com mangas curtas, era florido e fofo, colocou botas coturno no pé, pegou sua bolsa e desceu as escadas para esperar Lando que tocou a campainha logo em seguida.

A garota abriu a porta e sorriu, Lando estava bem vestido com uma calça preta e uma camiseta estampada, tênis brancos estavam em seus pés.

-Obrigado por colocar um vestido, Quill... Eu amo quando você coloca vestido, curto assim.

Lando colocou uma de suas mãos na cintura de Amelie e aproximou seus lábios aos da garota.

-Ah, é? E por que você gosta tanto dos meus vestidos curtos?

O garoto sorriu com seus lábios quase tocando.

-Para fazer isso... - Lando deslizou sua mão para a bunda de Amelie e levantou um pouco o vestido, o garoto alcançou a intimidade da garota que mordeu o lábio inferior.

-Lando... - a garota murmurou - Os vizinhos...

O garoto suspirou e se afastou.

-Depois do almoço, cuidamos disso então. Meus pais já me mandaram mensagem, estão esperando. - Lando esperou Amelie fechar a porta de sua casa para estender sua mão. Ele não hesitou, queria que Amelie segurasse sua mão. Era um gesto pequeno e comum para a maioria dos casais, mas Amelie e Lando não eram como a maioria dos casais. 

𝐷𝑟𝑒𝑎𝑚 𝑡𝑜 𝑆𝑢𝑟𝑣𝑖𝑣𝑒 2 - Vivendo o sonho | Lando NorrisOnde histórias criam vida. Descubra agora