Galaxy | Michael Jackson

Capítulo 7

S/N
Centro Médico UCLA • Los Angeles
25 de junho de 2021 | 11:52

— É realmente tudo muito bonito senhora, mas, não podemos fazer nada. A mãe do paciente já tomou a decisão e ele a deixou no comando, mesmo que a senhora fosse casada com ele, teríamos que respeitar a vontade dele dona S/N! — o médico diz em um tom calmo. Ele com um aceno pede para a equipe entrar. Eles examinam Michael minunciosamente. Um deles olha para o doutor e acena negativamente 

— Pode começar! — uma das médicas diz em um tom firme e se retira da sala. Me sento na minha cadeira e observo o médico de Michael desligar tudo. Ele vai explicando como será, mas, eu nem consigo escutar. Eu estou completamente nas nuvens 

 Não ouço. Não falo. É como se eu não tivesse controle sob o meu corpo. Morto. Agora sim, ele está indo. Bem, já deve ter ido há muitos anos. Aqui só deve ter ficado sua matéria. Sua matéria que não mudou nada, ele está igual

 Minha pipoquinha. Eu tentei meu amor, tentei muito. Eu sei o quanto você amava viver, mas, se não fosse por sua impaciência. Eu preciso estar bem e descansado, vou me casar amanhã! ele dizia afoito. Foi um erro ter saído com as meninas para a minha despedida de solteira e o deixar sozinho

AH! ENTÃO VOCÊ É UMA XERETA! — a voz de Michael ecoa em minha mente me levando para o dia que ele me pegou mexendo nas coisas dele. Era minha primeira vez em Neverland, achei uma maleta com muitas revistas e tinha uma foto minha... minha foto estava em um estado, esquisito... Eu mostrei a foto a ele e comecei a rir feito maluca e ele riu junto comigo

Vamos ter muitos filhos? Não é? — a voz suave e doce... me traz as lembranças da noite que dormimos juntos pela última vez...

23 de junho de 2009 • 23:53
Holmby Hills, Los Angeles

— Minha... só minha — balbucia enquanto beija carinhosamente minha bochecha — Te amo, te amo demais — diz sem folego — Como eu te amo, S/N, minha futura esposa — me aperta em seus braços — S/N, eu posso te perguntar uma coisa meu amor? — aceno positivamente — Vamos ter muitos filhos? Não é? — abro um sorriso e me distancio de seus braços. Olho bem, no fundo dos olhos dele

— Vou te dar quantos você quiser por tanto que me ajude a cuidar deles! — digo entre risos. Ele abre um sorrisão lindo e acena empolgado com a cabeça

— Eu vou ajudar em tudo! Praticamente criei meu filhos sozinho até você chegar eu sou bom nisso! Nossa vai ser tão legal! Vamos correr pelo jardim! Talvez a gente até volte a morar em Neverland! Eu sempre quis encher aquele lugar de crianças! Mas, de crianças com meu sangue, entende? É muito importante pra mim, ter meus próprios filhos! — assinto. Ele me puxa com força para um abraço de urso — Te amo, te amo! — diz todo feliz.

Centro Médico UCLA • Los Angeles
25 de junho de 2021 | 11:52

— Vamos deixar a senhora a sós com ele para se despedir antes que ele vá completamente! — a médica diz enquanto sai da sala um pouco nervosa. Parece que esta com raiva por ser obrigada a praticamente terminar de matar Michael Jackson

 Me levanto da cadeira e ando até a cama. Levo minha mão até sua mão que esta repousada em cima da cama. Pego e a trago até a boca. Meu coração se rompe em mil pedaços só de imaginar que, nunca mais sentirei a maciez de suas mãos

— Meu amor, vá em paz — respiro fundo — Vou ficar bem! — digo entre lagrimas para ele. Os aparelhos apitam avisando sobre sua partida. Meu amor, meu herói e melhor amigo. Eu daria a minha vida para ter você de volta... Eu faria qualquer coisa. Seria qualquer coisa. Eu suplico... Me dê mais tempo com ele meu Deus. Por favor!

21:53

 Acompanho o médico que me levara até a minha pipoquinha. Quanto mais me aproximo do necrotério mais meu coração aperta. O médico que está em minha frente, ele está falando, mas não presto atenção. Apenas escuto meu salto batendo no chão desse corredor sombrio. É como se o mundo estivesse mudo, como se ele houvesse levado com ele toda a magia, os sons

— S/N? — Daniel entra em minha frente — Estava dispersa! — ele suspira — O médico perguntou, para quando você vai querer a liberação do corpo! — diz calmamente com a mão em cima de um de meus ombros. Então, isso eu posso decidir?

 Não digo uma palavra e vou em direção as portas do necrotério. Elas são tão sombrias, meu corpo se arrepia por inteiro assim que entro. Lá esta ele, em uma mesa no meio da enorme sala. Ele esta coberto da cintura pra baixo... Um aperto no peito. Nó na garganta. Dificuldade para respirar. Respiro fundo, meu coração esta tão acelerado. Deus. Isso não é justo... não é!

 Dou dois passos para trás. Largo a bolsa que eu estava segurando e corro. para fora. Cruzo a porta e em passos rápido corro até a saída. Os pingos frios de chuva caem sobre mim assim que saio. Corro. Mais e mais pela noite fria

— S/N! — Daniel grita por mim com os olhos arregalados. Uma luz branca se aproxima. Me viro para a encarar de frente... um trem. Deus.

Rancho Neverland, Los Olivos
16 de maio de 1992 • 20:08

 Abro meus olhos, eu estou no meio de uma chuva forte, a água fria e intensa toca minha pele grosseiramente. Fecho meus olhos novamente graças a um estrondo que me tira do transe que estou. É ensurdecedor. Olho para o lado. Um raio atingiu em cheio uma das árvores de Neverland a poucos quilômetros de onde estou. Me arrepio completamente, sinto que já vivi isso antes. Mas, é impossível, o Rancho esta muito diferente, é como se eu houvesse feito uma viagem no tempo

— PILAR! — é a voz de Michael, meus olhos se inundam, é o meu amor, ele está vivo. Ele continua a gritar o nome logo atrás de mim. Quem é Pilar? Me viro e ele esta vindo em minha direção. Pega as minhas duas mãos e leva até a boca, as beija, olho diretamente em seu rosto. Tiro as minhas mãos das dele e toco seu rosto incrédula. Esta mais novo! Como é possível?— Por favor... — ele soluça, pousa suas mãos em cima das minhas que estão em seu rosto — Ela não significa nada para mim, fiz isso por nós, Pilar! Não seria incrível realizarmos nosso sonho? Ter um Jackson correndo pela casa — ele chora, ele respira fundo — Por favor — ele volta a chorar — Nunca significou nada, meu amor, minha rainha não me deixe, como eu vou seguir sem você? — isso por acaso é algum tipo de vida passada?

nota da autora:
Estão surpresas por vocês serem representadas pela Pilar nos universos desde sempre?