Yo te amo a ti || Jortini.

não me diga que...

TINI

Mercedes havia me convidado para tomar sorvete com ela, sim, eles moravam bem perto do meu bairro, e eu nem sei como explicar o tamanho da amizade que nós formamos. Ela disse que viu em mim, alguém que não tinha interesse nos bens materiais, e sim, o amor era verdadeiro.

Coloquei uma roupa simples, só iríamos tomar sorvete e passear. O número de seguidores no meu instagram aumentou de uma forma tão grande, ainda não acredito que tudo isso está realmente acontecendo.

Quando cheguei na sorveteria, meu rosto começou a pegar fogo. Disquei o número dela em meu celular e aproveitei que nenhum deles tinha me visto ainda e liguei pra ela. Vi que ela se levantou e falou um "é a Martina, esperem um segundo" e atendeu.

─ Oi! Já estamos aqui... Cadê você?

─ Você não me disse que o Jorge estaria presente!

─ Não me diga que... Você ta aqui, e não veio porque o Jorge também está?

─ Eu tô simples, Mercedes! Pensei que seríamos apenas nós duas, e não nós duas, acompanhadas do Jorge, Ruggero, Diego, Lodo e Cande!

─ Menina, deixa de ser boba. Te dou cinco minutos, antes que eu diga a eles que você está aqui fora.

Ela desligou o celular e eu bufei. Pra minha sorte, eu sempre carregava comigo um gloss, apenas pra disfarçar minha cara de morta, passei um pouco em meus e baguncei o cabelo para gerar volume, logo eu entrei mais uma vez na sorveteria e cumprimentei o pessoal.

─ Achei que você não viria. ─ Ruggero disse me dando um beijo na bochecha.

─ Ela se atrasou, mas chegou! ─ foi a vez de Mercedes falar.

─ Que bom que chegou. Vamos pedir agora? ─ Jorge me passou um olhar, que fui parar no céu e voltei.

─ Aqui não é só uma sorveteira, também é lanchonete... Podemos pedir batatas e milkshake. ─ Lodo falou.

─ Topo! ─ Mercedes empolgada, levou em dois segundos e foi fazer o pedido.

Nós conversamos sobre o dia do show, e o quanto eles queriam que eu gravasse uma próxima música com eles, claro que eu fiquei parada e quase SURTANDO por não saber como reagir.

Todos eram incríveis, e o que passava na minha cabeça era o fato de que poderia parecer que eu só estava ali por interesse. Sou grata por Mercedes e Ruggero conseguirem ver o que realmente me importa.

Nós fomos ao banheiro, as meninas queriam retocar o batom e pra deixar a minha cara mais vermelha do que já estava, eu precisava sair daquela droga de banheiro. Quando abri a porta e passei por ela, meu corpo bateu contra o corpo de Jorge, o impacto foi tão grande que minha bolsa caiu no chão. Eu queimava de vergonha, porque ele estava segurando em minha cintura por ter quase caído, mas acho que eu ficaria muito pior se tivesse caído.

─ Você vive esbarrando nos outros e caindo por aí? ─ ele perguntou com o rosto colado ao meu.

─ Desculpa, não sabia que você estava entrando no banheiro feminino. ─ retruquei.

─ Ui, por que está tão nervosa?

─ Eu nervosa? Eu não estou nervosa, você é quem está...

─ Não... Eu só estava pensando no tamanho do seu tombo. Graças a minha presença, você está inteira.

─ E eu te agradeço muito pela gentileza. Pode me soltar?

Quando eu falei aquilo, as meninas saíram do banheiro e por pura coincidência, os meninos também estavam vindo na nossa direção.

─ Gente? Vocês nos esperaram dar as costas pra poderem dar uns beijos? ─ Lodo falou cutucando.

─ Que? Não, eu caí.

─ Ela esbarrou em mim e aí eu segurei nela...

Nossas explicações se juntaram e todos ficaram com aquela cara de "sei" e por fim, me retirei do local com mais vergonha do que eu já estava.

Nós andamos por mais alguns minutos até o centro, tiramos várias fotos, tanto em grupo quanto individuais e chegou a minha vez de escolher o lugar para tirar a foto. Era uma abertura mais alta do que eu, Diego e Ruggero começaram a rir pela minha altura e então, Jorge veio até mim e disse que era para eu segurar firma na pilastra. Ele me segurou pelas pernas e eu pude tirar a foto e ela ficou ótima.

Ruggero trouxe o violão e sentou no meio da praça, o pessoal começou a se reunir, talvez eles fossem cantar algo e todos olharam pra mim.

─ Você vai solar. Vamos cantar "ser mejor".

─ Que?! Não, não, não. Obrigada, eu dispenso.

─ Por favor. Sua voz é incrível, merece ser ouvida.

A mão de Jorge brotou em minha cintura, me tirando todo ar possível. Concordei com a cabeça, e então, Ruggero começou a tocar e nós em uma roda, cantamos até o sol se pôr.

─ Você é a nova integrante? ─ uma pessoa que estava nos ouvindo cantar perguntou.

─ Sim! ─ eles disseram em um coro.

─ Não! ─ eu disse junto deles e arregalei os olhos.

─ Vocês unificaram tão bem as vezes... Que incrível! Sou Jasper, produtor musical. Caso você queira ir mais a fundo, só me ligar. ─ ele deixou um cartão comigo e todos pulavam de felicidade.

─ Martina, por que não se junta a nós? Você conhece todas as músicas, sua voz seria ótima pra completar.

─ Não gente, seria tirar proveito da situação.

─ Garota, você tem uma voz perfeita. Eu exijo que você entre pra banda!

E como sempre, Jorge tinha o dom de me convencer às coisas.

─ Vou pensar...

─ Têm um mês pra pensar, a próxima tour começa daqui três meses.