Capítulo 07

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» Um pacto importante «

Renjun, lentamente abre os olhos, estava com preguiça, afinal, sua noite tinha sido bem animada, assim como todas as outras, nessas últimas duas semanas. Ele e os garotos coreanos, não haviam saído um do lado do outro,em momento algum, durante esse tempo.

Realmente se tornaram muito próximos, talvez mais que amigos. E por incrível que pareça, estarem juntos, era a única coisa que fazia sentido para eles durante esse tempo.

— Vi uma mercearia aqui perto, vou comprar algumas bebidas, volto logo. – Jeno ditou ao sair pela porta do quarto de hotel em que estavam hospedados.

Jaemin que também já estava de pé, apenas deu um acenar para demonstrar que havia entendido. Assim que o Lee saiu, foi em direção a janela, abriu-a, se escorou e resolveu fumar.

— Apaga essa merda. – falou o chinês, com uma voz rouca por ter acabado de acordar.

O Na, que pensava ser o único desperto no cômodo, se assustou facilmente e deu um sobressalto.

— Ah, hyung! Pensei que ainda 'tava dormindo.

— Estou acordado a mais tempo do que você imagina, querido – falou o chinês, se sentando e passando a destra pelos cabelos bagunçados.

Uma bagunça bem bonita de se ver, na opinião do coreano presente no recinto.

— E aí? Não vai apagar isso?

O Na olha para Huang um pouco confuso, antes de seguir seu olhar para a própria mão onde segurava o baseado. Rapidamente, apagou e jogou na lixeira do banheiro.

— Desculpe Injun, eu só... – disse se sentando na cama, com a cabeça baixa.

— Não precisa pedir desculpas – falou pousando sua mão no ombro do mais novo — Deve ser difícil abandonar um habito desse tipo – se aproximou mais, arrumando os cabelos azuis de Jaemin — Não fazem nem duas semanas desde que você decidiu parar.

— Eu sei, mas eu queria...

— Ei! Não se culpe. Perder certos costumes, não é algo que acontece da noite para o dia – continuo afagando a cabeça do maior, tentando passar uma sensação de conforto. Sabia que o outro realmente queria largar aquilo de vez, porém infelizmente, não é algo tão fácil.

— Só é meio estranho ficar muito tempo sem... você sabe – Jaemin sequer tinha coragem de encarar o chinês, havia feito uma promessa dias atrás e não estava conseguindo cumpri-lá.

— Você parece mais feliz nos dias em que não usa – tanto Renjun quanto Jeno, tinham reparado no modo como o sorriso do mais novo ficava maior nos dias que estava limpo. Porém, nenhum dos dois teve a coragem de falar esse fato cara a cara com Jaemin.

— Por incrível que pareça, eu sei! – o Na se joga com tudo até estar finalmente deitado de forma completa na cama grande — Eu realmente me sinto bem melhor nesses dias – respira fundo – mas é como se eu estivesse abandonado uma parte da minha vida, é esquisito.

— Como assim? – Renjun franze o cenho.

— A primeira vez que eu chapei foi com o meu pai.

O Huang simplesmente não sabia o que dizer naquela situação, apenas assentiu, esperando o maior continuar a falar.

— Foi depois do funeral da minha mãe – fita o mais velho — eu tinha treze anos, estava tão triste e estressado quanto ele...

***

Após a cerimônia de despedida de terem jogado as cinzas no mar, Jaemin não sabia o que fazer, estava desolado.

Só queria sua mãe de volta, seria totalmente estranho acordar de manhã e não vê-la preparando o café, cantando uma música e deixando um beijo em sua testa. Sentiria falta disso, mas por agora seriam apenas ele e seu pai.

— Pai, o que vai querer comer? – pergunta, adentrando o quarto que antes era do casal e vendo o mais velho com uma espécie de cigarro em mãos.

— Não estou com fome, filho – o homem estava visivelmente abalado — Mas se você quiser, pode pedir uma pizza, minha carteira está em cima da mesa.

— Você não sai do quarto o dia todo, vai ficar doente – o garoto estava incomodado em ver o responsável em uma situação tão ruim — e já está começando a feder.

Sem dar moral alguma para a preocupação do filho, o viúvo pergunta:

— Não está estressado, Nana?

— Um pouco, mas não é nada. Vou ficar pior se você não se alimentar – finalmente se senta no chão, de frente para o mais velho — Por favor, não quero perder mais ninguém, pai.

O homem estende o baseado para o menor. Jaemin sem entender a intenção do progenitor, apenas o encara com as sobrancelhas juntas.

— Pega, Jae — balança o cigarro em frente ao rosto do adolescente — Isso vai aliviar o peso que você 'tá sentindo nos ombros – deu um sorriso mínimo.

O Na mais novo confiava ao extremo no Na mais velho, por isso, apenas pegou em mãos e deu uma tragada. Obviamente foi estranho de início, acabou se engasgando e dando algumas tosses secas pela falta de costume.

Mas foi neste exato momento, que péssimos hábitos começaram.

***

— Quatro anos depois, ele foi preso por tráfico – Jaemin continua sua história — Eu estava com dezessete anos, por sorte já era emancipado, então, não tive que me preocupar com ser levado para um orfanato.

Renjun não conseguia mais segurar as lágrimas que caiam de forma abundante pela face.

— Mas eu precisava me sustentar de alguma forma, por isso, acabei seguindo o péssimo exemplo dele e comecei a vender – encarava o nada, sem expressão distinta — Porém, sou mais esperto e não fui pego até hoje.

— Quanto tempo ele pegou? – o chinês questionou de forma baixa, a voz quase inaudível.

— Foram só cinco anos, mas ele era um idiota brigão e encrenqueiro – a primeira lágrima do coreano, desce pela bochecha de maneira lenta — Se tivesse ficado quieto na dele, seria solto daqui alguns meses – Renjun não sabia distinguir o tom de Jaemin. Aquilo era raiva ou tristeza? Talvez os dois.

— Mas o babaca tinha que se envolver com gente da pesada – O Na deu uma gargalhada sarcástica, chegava a ser assustador para o mais velho no quarto — Foi esfaqueado lá dentro, a mais de um ano atrás – enxugava as lágrimas com as costas das mãos — Eu falei pra ele se cuidar, falei que não queria perder mais ninguém – já soluçava alto, nos braços de Huang, se debulhando. Não se importava mais, nunca havia falado sobre aquilo com ninguém, mas pela primeira vez em anos se sentiu seguro o suficiente.

Estavam tão imersos no abraço e no próprio choro um do outro, que nem repararam quando Jeno chegou. O Lee não havia ouvido tudo, mas o bastante para entender a situação e lacrimejar também.

Se aproximou lentamente e envolveu tanto Jaemin, quanto Renjun em um abraço tão apertado, que poderia sufocá-los. Encarou o Huang e de maneira silenciosa, prometeram um ao outro que jamais iriam abandonar o mais novo do trio.

Alí, de forma calma e natural, fizeram um pacto de sempre estarem juntos, em qualquer momento, sejam eles bons ou ruins. 

Nada poderia separá-los. 

***

n/t: E a capa que ia ser atualizada no final de semana, Kellen? Não fiz, fiquei com preguiça *insira aqui o meme do rei leão "vergonha, desgraça..."*

Mas pelo menos fiz uma coisa produtiva durante o feriado: ensinei minha prima a diferenciar o Enhypen e metade do 127 e ainda fiz ela voltar a stanear o TXT, ou seja, fui produtivo, fiz o meu trabalho na sociedade.



















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