𝗮𝗯𝘀𝗼𝗿𝗯𝗲𝗻𝘁, 𝗹𝗼𝘂𝗶𝘀 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗿𝗶𝗱𝗴𝗲

𝘁𝗵𝗿𝗲𝗲

LOUIS PARTRIDGE, point of view ;
15:39

Desculpe. Ela disse o que?
No exato momento eu não consigo diferenciar a realidade da ilusão.
Eu sempre fui uma criança centrada, quase nunca lidava com dilemas. Sabia exatamente o que queria e como queria. E tudo isso graças à minha habilidade de compreender as coisas ao meu redor facilmente.
Mas isso eu não definitivamente não compreendo.

Bem certo garotas tem aquela coisa que acontece uma vez no mês durante a vida toda e, eu não sei bem, talvez o mês do pesadelo vermelho.
Eu pensava que mulheres tinham um sexto sentido pra saber exatamente quando essa coisa, que eu não sei bem titular, acontecia.

Pelo visto não porque eu estou estático à cinco minutos parado na frente da garota tentando recuperar a linha de raciocínio do que ela acabará de pedir.

─Ei garoto tá vivo? —sou tirado de meus pensamentos quando ela estala os dedos em frente ao meu rosto. - Olha eu meio que estou em uma emergência feminina aqui e se você não me ajudar, tudo bem mas eu preciso realmente saber a sua resposta mas saiba que daria minha vida agora pela sua ajuda então por favor diz que você ajudar —implora

─Eu... eu vou ajudar —seu rosto transparece tranquilidade. Eu não esperava que isso saísse. talvez na minha realidade eu negaria o pedido e sairia correndo, mas não estou na minha realidade. Basicamente eu estou mas o que acabou de sair da minha boca foi algo que eu definitivamente não faria, ou cogitaria. —Está bem o que eu tenho que fazer? —pergunto

─Ah bem é —faz uma expressão confusa —Eu vou te dar uma quantia de dinheiro —aponta para si —E você —aponta para mim —Vai no mercado da esquina comprar o absorvente pra mim —aponta pra esquina à alguns metros a frente. —É simples, eu acho.

Sei que deveria estar focado em ajudar a pobre garota na sua desavença feminina mas a palavra "absorvente" não sai da minha cabeça. Ela soa... engraçada.

Absorvente

Absorvente

Absorvente

Absorvente

Absorvente

─Garoto acorda —grita —Meu Deus, pedi ajuda pra alguém mais lerdo que eu —balança a cabeça.

─Ei a menstruada sem absorvente aqui é você!

─Não ouse me julgar porque se por acaso eu surtar aqui e te violentar com o canudo desse copo —aponta pro o copo de Caramelo Macchiato que estava em sua mão —Eu vou culpar a minha menstruação. —eu quero rir, quero muito rir. Ela está tão desesperada que soa engraçado, nós dois desesperados somos engraçados.

─Isso vai soar insensível mas eu preciso perguntar —a essa altura eu nem me importo. Estou discutindo e ajudando uma desconhecida sobre um assunto que até quarenta minutos atrás eu não fazia ideia de como era —Por que você não pode sair daí —aponto para ela que estava encostada na parede —E vai comprar o seu artigo feminino?

—Por favor não diga artigo feminino de novo —fecha os olhos —Meio que esse problema que eu tô agora ele - gesticula novamente —Está vazando sabe. Tipo em tudo.

─Tá tá ok não continue isso pelo amor —massageio minhas têmporas —Eu vou ali no mercadinho comprar o seu negócio e você me espera aqui - quando eu estava me virando para ir ao mercadinho — O que você usa?

─Qualquer coisa com abas —sorri de forma estranha —Ah o dinheiro é - ela vira seu celular e retira uma nota de 20 euros da capinha —Isso vai dar pra um pacote —me entrega —Só lembre, embalagem azul com abas —concordo e saio em direção ao mercado. Que merda eu estou fazendo senhor.